Pra mim, não há dúvidas de que os galãs maçarandubas são uma piada. A sensação que tenho é a de que o staff por trás dos filmes de ação se dá conta disso - tudo é canastrão, histriônico e absurdo demais. No máximo, arregaçando as mangas e espremendo o gênero até o caroço, rende duas horas de sessão-pipoca - indigestas ou não. Parece óbvio que, no íntimo, nem neomachões como Triple X, The Rock e Jason Statham, ou clásssicos Chuck Norris, Steven Seagal e Jean-Claude Van Damme se levam a sério. Aliás, é possível acreditar que toda vez que eles demonstraram a pretensão de fazer algo um pouquinho “cabeça” ou passar um verniz de “seriedade” na trama, o efeito tenha sido o inverso: o filme abusa do ridículo. Quanto mais sério o filme de ação tenta ser, menos se torna.
Por isso, achei curiosa a nota divulgada pelo Omelete sobre o novo filme JCVD, a auto-paródia de Van Damme: “O roteiro fala de um astro do cinema, Jean-Claude Van Damme, vivido pelo próprio, que é preso vezes demais nos EUA. Alcoólatra, sua vida vai do sucesso ao fracasso. Agora esse cara está deixando os EUA para se renovar, voltar para Bruxelas e ver seus pais. Ele não tem dinheiro e está procurando qualquer papel em filmes de ação para pagar seus advogados pela custódia dos filhos”.
Por nada não: dadas as circunstâncias, não é que achei até uma boa idéia do roteirista? Uma metalinguagenzinha como essa é igual pizza de 10 real entregue em domicílio: com bom azeite, dá pra passar por cima do recheio e achar razoável. O perigo são certas declarações, como a de que o belga “considera este o melhor filme da carreira”. Aiai, olha uma pretensão ali debaixo daquela azeitona.
Pensando bem, esses caras nunca foram atores; eles são eles mesmos dentro ou fora das telas. Ou então levam a sério demais o papel de canastrão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário