quarta-feira, 28 de julho de 2010

Minhas palmas para o artigo

“Lei das Palmadas” é uma bobagem

Do blog Balaio do Kostcho

Quanto mais converso com as pessoas, mais me convenço de que esta história de que os pais precisam de uma “Lei das Palmadas” para saber como devem educar seus filhos não passa de uma grande bobagem.
Sem nem entrar no mérito do projeto de lei enviado pelo governo federal ao Congresso no começo de julho, cabe uma simples pergunta: se por acaso esta proposta for aprovada, como poderá ser cumprida na prática?

É mais um não-assunto que está gerando uma polêmica danada no momento em que a campanha presidencial deveria discutir os rumos e as propostas para o futuro do país. Virou manchete de jornal, capa de revista, tema de pesquisa, tudo isso para quê? Como pai e avô que se orgulha da educação das filhas e dos netos, acho até graça.

Alguém pode imaginar uma criança indo à delegacia de polícia mais próxima para denunciar os próprios pais por ter levado um tapa na bunda? E o delegado vai lá prender os pais? A Justiça vai processá-los e tirar-lhes o pátrio poder?

O texto da lei defende “o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante”. Até aí estamos todos de acordo, mas são duas situações bem diferentes, convenhamos.

“Tratamento cruel e degradante” contra qualquer pessoa é crime já previsto em lei desde sempre. Mas de que tipo de “castigo corporal” estamos falando?

A julgar pelos resultados da pesquisa Datafolha sobre a “Lei das Palmadas” divulgados nesta segunda-feira, 72% dos pais brasileiros deveriam estar na cadeia porque foi este o percentual de entrevistados que declararam já ter sofrido algum castigo físico na vida. Eu mesmo confesso que já dei e levei algumas (poucas) palmadas.

A mesma pesquisa mostra que os pais estão batendo menos nos filhos: se 72% já levaram uns cascudos, apenas 58% declararam que também já bateram nos filhos, ou seja, de uma geração para outra, a criançada está apanhando menos para andar na linha.

Nem por isso a violência diminuiu. Ao contrário, todas as estatísticas indicam que, de ano para ano, os brasileiros estão respeitando menos a vida alheia, ficando mais violentos, matando mais por qualquer motivo ou sem motivo nenhum.

Fico pensando de que cabeça desocupada pode ter saído esta idéia, que só serve para atiçar os adversários do governo federal, dando-lhes munição para acusá-lo de querer acabar com as liberdades individuais ao intrometer o Estado na relação entre pais e filhos. Tem cabimento?

O que estamos percebendo hoje é uma clara contradição entre o mais longo período na nossa história recente de respeito às liberdades públicas _ de expressão, de organização político-partidária, religiosa e social _, enquanto se engendram restrições às liberdades individuais, como se leis deste tipo pudessem nos fazer mais felizes e saudáveis.

É claro que todos nós somos contra qualquer violência praticada contra crianças, sejam nossos filhos ou não, mas para isso já existe o Código Penal, que pune severamente estes crimes. Daí a querer tirar dos pais o direito de saber o que é melhor para educar seus filhos vai uma longa distância.

Em todas as classes sociais, o que tem acontecido é uma crescente leniência dos pais ao estabelecer parâmetros sobre o que seus pimpolhos podem ou não fazer, quais os direitos e os deveres para se viver em sociedade, respeitando as leis já existentes.

A maior prova disso é o desrespeito aos professores, vítimas até de agressões dos alunos, que se sentem protegidos pelos pais para fazer o que bem entendem. É isso que acaba levando a assassinatos como o que vitimou o filho da atriz Cissa Guimarães, atropelado durante um racha num túnel interditado no Rio de Janeiro.

Cada um tem seu jeito de educar os filhos. Isso varia muito até dentro de uma mesma família. Pais e mães muitas vezes discordam sobre os corretivos que devem aplicar quando os filhos não os obedecem, não querem estudar ou comer, não cumprem horários, não saem da frente da televisão ou do videogme.

Dar um beliscão ou um tapa na bunda, colocar de castigo ou cortar a mesada? Não existe uma receita pronta que sirva para todos. Antes de mais nada, é preciso ter bom senso, dedicar mais tempo a conversar com os filhos e educá-los pelo exemplo, o que os pais que vivem nas grandes cidades têm feito cada vez menos, deixando tudo por conta das escolas.

Assim, muitas vezes, o último recurso, que é o castigo, acaba sendo o primeiro. E as crianças vão descontar suas frustrações e revoltas em cima dos professores, que nada podem fazer, criando-se um círculo vicioso que nenhuma lei vai cortar. Não sei qual a melhor solução, mas não é, certamente, punindo os pais com a “Lei das Palmadas” que vamos melhorar o nível educacional dos nossos jovens e construir uma sociedade menos violenta, mais fraterna.

Eleições

Acho importante existirem trincheiras como a do blog Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim. A gente vai lendo um link atrás do outro.

Bom ver que a internet democratiza o espaço, dá lugar às diferentes opiniões. Pluraliza. Cada vez mais terá de ser assim, amém. A menos que perigosos exageros coercitivos - oriundos tanto da turma que chamo aqui de "PT", como da turma que chamo acolá de "PSDB": tipo Lei de imprensa disso ou daquilo, projeto do Senador Eduardo Azeredo, etc. - virem lei para assombrar ainda mais nosso futuro.

Termos a oportunidade de ouvir vozes dissonantes - de qualquer ordem vigente - e vigilantes - sobre qualquer governo que se estabeleça - é muito melhor, muito mais salutar para formarmos nossas opiniões, do que cotidianamente sofrer as tentativas de ser enredado nos sutis ardis da tal grande imprensa - a mesma que se vende como imparcial para a massa incauta. Quem é jornalista com um mínimo de crítica sabe detectar facilmente o tom editorialista num simples ponto-e-vírgula.

A propósito: não voto no Serra.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Haikai fora de hora

O futuro
é o presente
ali na frente

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fisiquices

Como se tornou freqüente nos últimos meses, hoje cheguei atrasado ao serviço por causa da obra. Com auxílio do Seu Zé, fiquei recolhendo entulhos para aproveitar o provável último dia da caçamba lá fora.

Muitas telhas velhas, restos de marcos, batentes e rodapés, latas de vários tamanhos, minha escada que quebraram e ninguém assumiu a façanha (filho feio é órfão), cacos, argamassas e galhos espinhentos de buganvília, etc.

As telhas encheram quatro sacos pesados, que deveríamos carregar dois lances de escada acima e vencer uns 15 metros de rampa da garagem (moraremos abaixo do nível da rua). E, como seu Zé já é um senhor de idade, pedi pra ele deixar comigo.

Deu pra suar. Só que agora percebo o seguinte. Não sei se é essa vida intelectual (ouço risadas aí?) que levo, mas estou sedentário há muito tempo e esse exercício, mesmo que breve, me faz sentir bem. Outro dia, meu braço esquerdo - cujos ossos do cotovelo saíram do lugar no Natal passado e que se ressentem do fato de até hoje eu não ter feito fisioterapia - reclamou muito quando me apoiei pra escalar um muro. Bem, hoje repeti o movimento e fiquei feliz por não ter sentido nenhuma dor relevante.

Em verdade, o que eu queria dizer debaixo de todos esses prolegômenos é simplesmente o seguinte: que tenho uma preguiça, uma preguiça terrível de academia. Do que entendo pra mim como academia: essa história de malhar pelo malhar, de puxar ferro por sua própria vontade (!) sem que haja um capataz com um chicote no seu lombo. Prazer próximo de zero.

Por outro lado, você - digo, eu - você também, por vaidade e saúde, não deseja ficar com o corpo flácido, atrofiado e barrigudo.

Instala-se o dilema: ao mesmo tempo em que gostaria de ficar em forma (ou, pelo menos, empreender uma vâ tentativa de contrabalançar a litragem industrial de cerveja consumida), você não suporta academia, caminhada, corrida, o escambau - tudo o que é atividade fechada com um fim em si mesma.

Explico. Pra mim, malhar por malhar (pra "ficar com um corpo sarado, definido", é o que dizem) não dá prazer. Correr por correr não dá tanto prazer. E a ausência ou a debilidade do prazer mata a motivação de vez ou aos poucos. Por isso nunca dá certo, a gente vive pagando matrícula, exame médico e mensalidade de academia e a abandona três meses depois.

Malhar por malhar, pela vaidade, não me é motivo forte o bastante. Malhar por malhar, pelo prazer do próprio ato em si, pra mim é sensação alienígena. Nunca entendi esse papo de neguinho babar de boca cheia quando fala depois de quinze mil supinos "Mó endorfina, véio", "Adrenalina na veia" e que tais. Garanto que esses trecos todos não correm nas veias de quem tem sangue baiano.

Mas o dilema permanece. Que fazer então para ficar saudável, em forma, sem desanimar e desistir de cara?

Sempre suspeitei que o que poderia funcionar, pelo menos no meu caso, é se aparecesse um jeito de a atividade física ter alguma função. Algum objetivo que extrapole a atividade física pela atividade física, que tenha uma utilidade. Porque aí, na minha mente funciona assim, eu tô suando, gastando caloria, tô exercitando braços, pernas, aeróbica ou anaerobicamente, mas tô fazendo alguma coisa útil pra mim ou pra alguém. Tipo: trabalhar de peão. Sim, trabalhar de peão. Misturar cimento, areia e água com a colher. Passar argamassa. Carregar saco de cimento. Ou tacar a enxada na terra. Capinar na roça. Plantio. Colheita. Jardinagem. Poda. Carpintaria. Pintura. Mecânica. Estes são os exercícios físicos, a academia que funcionaria pra mim.

Quando comento, Meg duvida, minha mãe duvidaria, meus amigos duvidam, todo mundo duvida e até eu tenho minhas dúvidas de que serei capaz de levar a idéia adiante. É óbvio, conhecem melhor do que eu a minha, digamos, tranquilidade. Mas o fato é que a mudança para um lar com área livre e quintal me atiça o desejo de aprender estes ofícios práticos e botar pra quebrar, sujar as mãos de terra e de barro e de massa. Porque aí junto o útil - a realização de alguma coisa - com o agradável - a consequente perda de peso e fortalecimento.

Estou animado. Bricoleiros de todo o bairro, me aguardem. Cervejeiros também.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Estresse.

Ou mata ou dá vontade de matar.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Hábitos noturnos


Coetzee, Bolaños, Koetler e Auster. Parece escalação de zaga, mas são estes os escritores titulares do Cabeceira Futebol Clube.

Não sei se dará muito certo leitura simultânea. Vejemo.

O Verão tem uma prosa fluida, mas dá cansaço do processo: fico me perguntando se o Coetzee faz as personagens falarem dele, a-mesma-impressão-o-tempo-inteiro-repetidas-vezes, de propósito. Lembra o chiste daquele cara com um puta ego para a mulher: "Mas, já falei muito sobre mim. Vou deixar você falar agora- de mim, é claro".

2666 - enigmático título daquele a quem críticos consideraram o romance em língua espanhola da década - estou começando agora. Nada de significativo aconteceu ainda, mas como se trata dum "caiau" de livro, há muita página pra correr debaixo desses dedos.

Marketing 3.0, do papa americano sobre o assunto, é uma daquelas leituras meio chatas que você, profissional, de vez em quando tem que fazer. Pra referência, uso e consulta quando e se necessário.

Achei que meu pai fosse Deus é um livro fácil de ler - um bocado de historinhas curtas recebidas pelo Auster enquanto ele protagonizou um programa radiofônico nos Estados Unidos. Bonitinho. Embora assegurem que foram contribuições de pessoas de vários estados americanos, ambos os sexos e de uma ampla escala etária, sei não: até onde li, a maioria das histórias é de quem já passou dos quarenta, cinqüenta. Fiquei imaginando velhinhos ouvindo rádio, talvez à noite, ensimesmados e presos a antigos hábitos - como ouvir rádio -; em seu interior o desejo por uma iota de atenção, a ânsia reclusa por dividir suas histórias com alguém ou apenas um ombro amigo para comungar sua solidão.


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Magia

Grosso modo, o Alan Moore costuma dizer que escrever é um ato mágico.

Que, ao escrever, você de certa maneira produz um ato de transubstanciação, trazendo algo que estava no plano das idéias, imaterial e intangível, para o plano físico.

Que, se a gente escrever com o vigor necessário, pode influenciar, transformar ou alterar a realidade.

Bem, é um jeito, não novo, de ver as coisas. Eu tento me colocar no lugar das mentes mais críticas que, sem dúvida, poderiam classificar tudo isso como papo-furado cheio de obviedades triviais. Mas, em busca de uma reflexão sem preconceitos, dou um passo atrás.

Não há problema nenhum um sujeito querer enxergar o ato de escrever como "mágico". É inofensivo. Talvez seja apenas outro jeito de encarar a ação de transmitir percepções, impressões, idéias.

E o fato de essas idéias, se forem fortes o suficiente, alterarem de alguma maneira uma realidade individual ou social, poder-se-ia (minha conjugação alta-costura do dia) afirmar que se trata somente de uma observação banal. Desde quando se disse que você deveria ganhar o pão com o suor do seu rosto - a idéia de trabalho - que as idéias são o motor e o combustível para o devir da condição humana. Neste caso, então, pouco importaria o meio de transmissão - oral, escrito, etc - pelo qual se dá a "magia" de manifestar um raciocínio ou pensamento.

No entanto, Alan insiste, em tom de constatação, sem a afetação ou desejo de persuadir de um desses gurus de auto-ajuda, que escrever é um tipo de magia.

Isso me faz lembrar uma passagem. Adolescente, me recordo de ter lido algo em um livro dos anos 60 chamado "O poder do inconsciente" (ou do subconsciente, seja lá qual o termo da moda à época), de um tal Joseph Murphy, creio, que dizia que você deveria escrever seus objetivos numa folha de papel e guardá-la. Quero uma casa com tantos cômodos, quero ganhar x por ano, quero um carro zero, etc, tudo nessa linha material. O fato de você ter escrito num papel e manifestado seus desejos no plano físico já colocaria em movimento secretas engrenagens cósmicas que trabalhariam, misteriosamente, para a sua concretização.

Bem, eu não sei. Sem entrar no mérito do que há de verdade e de ridículo nisso, percebi que nunca fiz algo semelhante não porque minha razão e ceticismo foram superiores, ou porque poderia ter dado uma colher de chá, naquela linha de raciocínio "se bem não faz, mal não há de fazer" (tipo, a cientista Marie Curie fixando uma ferradura na porta do laboratório). Creio que nunca materializei meus desejos em forma de palavras porque todos os exemplos dessa questão que tive a oportunidade de topar em diferentes autores - suspeitos e miraculosos como um Paulo Coelho ou honestos e desinteressados como o Alan - se resumiam ao elementar dilema de querer ficar rico.

E a minha verdade é esta, descobri hoje, não sem um pequeno alarde: Nunca quis ficar rico. Nunca pensei em dinheiro como um fim em si mesmo, raramente penso nas coisas como símbolos de status, carro pra mim é mais um meio de locomoção do que qualquer coisa, e, funcionalmente, um Rolex é tão eficiente e cumpridor quanto o dez real made in China da lojinha. E constato que minha visão sobre a riqueza (tenho a suspeita de estar equivocado e incorrendo em profunda ingenuidade) está ligada a algum tipo de culpa difusa; a impressão de que ser rico é algo que me incomoda, visto que, para eu ser rico nesse mundo, muita gente obrigatoriamente não será.

Não quero ser rico, não bate na minha alma. Por outro lado, bate na minha alma querer ser bem de vida. Sei que "bem de vida" é vago, mas é diferente de querer ficar rico, garanto.

Quero ficar bem de vida ao lado de quem eu amo, quero que tenham saúde e que eu tenha saúde, quero uma casa legal para morar, quero poder viajar, quero poder ler e aprender cada vez mais, quero de vez em quando poder cometer uma extravagância, quero uma vida simples mas divertida.

Pronto. Materializei meus desejos no plano físico (ou seria plano virtual? Será que funciona em web?). Sonhos de pequeno-burguês, verdade. Mas meus.

Se vai ter magia envolvida ou não, escrevo contando depois.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mais uma

Preciso completar o assoalho da casa. O contratado para assentar e sintecar o piso diz que é ipê. Pergunto se ele mesmo pode comprar (já que entende mais do que ninguém) que depois acertamos.

Beleza. O bicho compra. Na hora de raspar, vê que é jatobá. Onde ele comprou não tem jatobá para trocar pelas réguas de ipê e não necessito de nenhuma outra coisa na madeireira pela qual poderia, eventualmente, trocar o ipê.

Encontro o jatobá em outra loja. Agora, pergunta se o cara, que comprou errado algo total responsa dele, quer assumir - ou até dividir, pô - o prejuízo. Você pode usar o crédito para seus futuros serviços, argumentei, logo-logo você vai precisar de material para trabalhar. Resposta racional: Não.

Obra. Puro pau no c#.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

In Lavras

Vendo a casa nova da D. Zezinha e Seu Antônio, quase me deu vontade de também querer construir.

Quase.

Mas é uma senhora casa, a dos sogrinhos. Uma beleza, não, quando se constrói do nada o lar que a gente sempre quis - ou pôde ter dentro das melhores circunstâncias?

Eu que não fico velhaco ou a reforma lá em casa ultrapassa julho e aí a gente só muda em a gosto - de Deus (ou do CoisaRuim, não sei bem).

/ / /

No carro, para passar o tempo, Meg sempre inventa umas sessões musicais. Para distrair as pequenas. Bom, cada hora alguém tinha que cantar uma música inteira. Preguiçoso, minha primeira apresentação foi um fiasco, com - olha o Reizão da imaginação - Atirei o pau no gato.

Vaias merecidas.

Na segunda rodada, chegou minha vez e fui logo avisando:

- "Meninas. Muita atenção que essa música é sacaninha".

Pronto. Conseguira magnetizar a atenção da platéia. A Dra. se rearranjou no banco. Fez cara de aiaiai e um muxoxo de "Olha lá, hein, gato".

Não me fiz de rogado e cantei Essa Canção, do Ultraje.

Nem lembrei a letra toda, mas apenas duas estrofes foram o suficiente.

Foi a glória.

As meninas amaram, é lógico. Bibi, especialmente, chegou a clamar por um bis.

Pucevê. Tudo na vida é approach.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Arco-íris

Dona Meg se encarregou de comprar a tinta que vai pra uma parede do nosso quarto. Já acordamos que será algo que guarde parentesco com o vinho ou carmesim.

Acabei de voltar da obra e conferi na lata o nome do tom escolhido: Amor.

Sugestivo, não?

/ / /

As meninas terão uma parede lilás. O quarto-coringa terá uma parede verde-claro. A sala terá uma parede amarelo-ouro. Os muros da área externa são de vermelho-terra, ladeados por uma parede de ladrilhos azuis e uma parede de textura branco-gelo.


Das duas, uma. Ou é o instinto carnavalesco ou o nosso lado GLS se manifestando.




Quem deveria ser o próximo técnico da Seleção Brasileira?

Eu, oras. Quem mais poderia promover uma renovação gradual do escrete, com vistas a 2014, resgatando também nosso jeito de jogar?

Para o momento, tão aí as feras: Júlio César, Maicon, Lúcio, Tiago Silva e Wesley (do Santos, adaptando-o à lateral); Hernanes, Ramires, Kaká e Ganso; Robinho e Neymar.

Variações com Daniel Alves, Luís Fabiano e André (ex-atacante do Santos).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Previsões

Eu realmente deveria aprender a ficar calado quando o assunto é Copa.

Todas as minhas previsões foram por cerveja abaixo.

Pois futebol é o palco preferido para os caprichos e sortilégios de gênios ocultos, como Acaso da Silva, Imponderável de Oliveira e Sobrenatural de Almeida.

Errei todos os placares, Messi não foi tão decisivo como se esperava e, ademais, quem poderia imaginar que Uruguai chegaria tão longe, os fiascos italiano e francês, e que a Alemanha seria isso tudo? Ninguém, exceto talvez o tal polvo vidente.

O exercício da previsão é sempre uma tentativa de puxar o fio certo de uma trama de possibilidades, mas é triste lembrar que a única coisa que os indivíduos de todas as nações previram, e acertaram, foi a expulsão do Felipe Melo.

Essa barbada, é óbvio, nenhuma casa de apostas do mundo topou bancar. Em outras palavras: isso prova mais uma vez que não há nada de mais confiável do que a idiotia. Diferente das previsões, a idiotia é infalível.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Qual a surpresa?

DEU EM O GLOBO

Collor tenta voltar, com o velho estilo

Acusados de crimes vão ao evento

Odilon Rios

Entre deputados acusados de assassinato e de corrupção, o senador Fernando Collor (PTB) se lançou ontem candidato ao governo de Alagoas prometendo "pulso firme" na segurança pública e no combate à violência.

— Dou recado aos bandidecos de merda: que saiam de Alagoas, ou vão sentir a minha mão mais pesada, que vai cair sobre eles. Vocês vão deixar a sociedade alagoana em paz — disse Collor, ao lado dos deputados Cícero Ferro (PMN) e João Beltrão (PMN), que já foram presos, acusados de pistolagem e respondem por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e o desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa.

Outro deputado ao lado de Collor, Marcelo Victor (PMN) é acusado de agredir um funcionário da companhia de energia de Alagoas que descobriu um "gato" (roubo de energia) na casa do parlamntar. O deputado Francisco Tenório (PMN) é acusado de desviar dinheiro da Assembleia Legislativa.

Collor não lançou chapa completa. Anunciou um nome ao Senado, o empresário e integrante do conselho editorial da Gazeta de Alagoas, jornal da família Collor de Mello, Álvaro Vasconcelos. A segunda vaga não está preenchida.

Collor concorre contra o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que tenta a reeleição, e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), ameçado de não disputar por causa da Lei da Ficha Limpa.





Qual a surpresa da nota acima? Zero.

Collor se refere aos "bandidecos de merda", não aos bandidões.

(do blog do Noblat, link ali do lado)