quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A bunda

Não sou exatamente fã do Carlos Drummond. Mas olha que beleza, que sensacional esse poema que desconhecia e achei por aí!

No corpo feminino, esse retiro
- a doce bunda - é ainda o que prefiro.
A ela, meu mais íntimo suspiro,
Pois tanto mais a apalpo quanto a miro.

Que tanto mais a quero, se me firo
Em unhas protestantes, a respiro
A brisa dos planetas, no seu giro
Lento, violento... Então, se ponho tiro

A mão em concha - a mão, sábio papiro,
Iluminando o gozo, qual lampiro.
Ou se, dessedentado, já me estiro,

Me penso, me restauro, me confiro,
O sentimento da morte ei que adquiro:
De rola, a bunda torna-se vampiro.


3 comentários:

Rubão disse...

Pô, ou todo mundo conhece o poema ou sou o único encantado pel'A bunda?

Anônimo disse...

Poema de bunda é rola, conforme o último verso.

Anônimo disse...

É, Rubão... todo mundo conhece. rs
Abs