quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Humor

Tenho inveja das pessoas que conseguem manter o bom-humor regularmente ao longo do dia e dos dias. Gente que acorda a mil por hora, sorrisão na cara, semblante bom. Eu, não.

Tenho medo de ser bipolar e/ou ciclotímico, nem que seja um grauzinho. Sei de quem certamente deveria ser classificado como Tripolar - já namorei algumas - mas esse risco não corro, sou no máximo um modelo mono.

Tenho preguiça de ser político com as pessoas quando o humor não está em alta. Sinto-me despreparado para fazer o social em qualquer situação. Se não dou ligança pra ninguém, também não perturbo: prefiro a quietude. Antes meditabundo que nauseabundo.

Tenho noção de que, quando estou com o ânimo em baixa, sou péssima, péssima companhia. Não converso, não me interesso, não me importo. Sou o desestímulo total e contagiante.

Tenho consciência, por outro lado, de que, animado, sou ótimo. Faço rir, faço graça, sou um grande companheiro. Algumas vezes, nessas ocasiões, me ocorre o registro (uma nota mental com um assimzinho de melancolia) dessa euforia fugaz e passageira, justamente por sabê-la breve e transitória e pelo querer inútil de que esse estado de espírito fosse perene.

Tenho pavor de um dia chegar à conclusão de que, no fundo, sou é um mal-humorado com recaídas.

Tenho convicção de que o humor é uma das coisas mais valiosas que alguém pode desejar possuir e compartilhar com o outro. E por mais bem que o seu humor faça a outrem, ele é ainda melhor para si mesmo. O humor é uma forma de sobrevivência.

Um comentário:

Aquela disse...

Concordo plenamente, Rubão. Eu cá perdi o meu não sei onde e tá difícil seguir, viu? Só não sei se quem acorda de manhã com um sorrisão é, necessariamente alguém que tenha humor. Pode ser alguém bem disposto, positivo, otimista. Porque o humor é uma lente, uma forma inusitada de ver a realidade, que pode ser até meio amarga, né? Bom, mas já estou divagando... Aquele Abraço.