terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Arre

Cacete, só chuva e temporais na previsão para nossa estada em São Paulo.

Raios.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sampa

Eu, que sempre fui lá de passagem, agora vou pra curtir um final de semana esticado.

Já até cruzei Ipiranga com São João uma vez. Foi rápido; meu coração passou batido.

A idéia é peregrinar com a Dra. por museus: Masp, da Língua Portuguesa, Pinacoteca, os do Ibirapuera. À noite, Imax, pizza, Vila Madalena, Liberdade, Praça Benedito Calixto. Mas, na hora, tudo pode mudar. O improviso é a viagem.

E, na bagagem, guarda-chuva e um par de galochas.



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Segredo contagiante

Bonzinho esse sambinha da Tijuca, não?

É segredo, não conto a ninguém
Sou Tijuca, vou além
O seu olhar, vou iludir
A tentação é descobrir


Desvendar esse mistério
É caso sério,
Quem se arrisca a procurar
O desconhecido no tempo perdido
Aquele pergaminho milenar
São cinzas
Na poeira da memória
E brincam com a imaginação
Unidos da Tijuca, não é segredo eu amar você
Decifrar, isso eu não sei dizer
São coisas do meu coração

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

No carnaval, tudo pode


Inclusive ganhar um dinheirim.



/ / /

Pouso Alegre foi ótimo. Senti falta de sair um pouco mais da hospitaleira casa do primo doutor e conhecer melhor a cidade, mas ali realmente precisavam de um parceiro vencedor no buraco, um acendedor de churrasqueira experiente e um namorado caliente 24h.

Fica pra próxima.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ainda carnaval I

Lembro que, da última feita em que fui pra farra, presenciei meninas de 13, 14 anos de shorts minúsculos rebolando até o chão e repetindo refrões como "Lick my pussy and my back", e fiquei em dúvida se elas realmente compreendiam o que estavam cantando.


Ainda carnaval II:

Ontem, no serviço, um gaiato propôs:

- Amanhã, todo mundo trabalha de fantasia!

A outra, com mais gaiatice:

- A minha será a de Mulher Invisível!

Touché.

Carnavalesco

Hoje em dia, antigamente é ontem.

Nesse mundo veloz, prisca era foi quando tínhamos dezessete anos - lembra? foi outro dia - com todos os hormônios aflitos para viajar na quinta e ainda garantir a folia da sexta.

Como diria o samba, uma doce ilusão.

Em contraponto aos anos de juventude, meus carnavais mais recentes foram de uma pacatez... Nenhuma reclamação - pelo contrário. A última vez que fui farrear, solteiro, foi uma porcaria.

Havia um contraste dinossáurico, ao menos pra mim, entre minha geração e a turminha xóvem em múltiplos níveis. Música, comportamento, noção de diversão, pique, etc. Se os mais novos que eu - e os mais velhos também - já estavam noutra, eu, errando naquela balbúrdia, me senti meio como o elo perdido. Não assimilava as atitudes dos homo sapiens nem compreendia o que balbuciavam os neandertais.

Prefiro hoje como está. Sou animado, gosto de pular o carnaval ("pular carnaval", que expressão de antanho, meu Deus!; "Antanho"? oh não, fiz de novo), mas sítios, retiros e recolhimentos similares me agradam tanto quanto, sobretudo ao lado de quem se gosta.

Tá bom. Antes que alguém do passado olhe hoje pra mim e diga "Quem te viu, hein?", até minha sogrinha, que me conhece relativamente há pouco, questionou outro dia meu título de "boêmio".

Enquanto este blog não muda para Camisolões no divã, vou ter que aguentar.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Móveis de Alice


Moçada, dê uma sacada. É duca, hipercool.

Para mamãe, para papai

Que, se tudo der certo, debutarão na avolescência quando meu sobrinho JP chegar. Copiei do blog do Juca que, por sua vez, copiou da Folha de S. Paulo.


DRAUZIO VARELLA

Bem-vinda

MINHA NETA acabou de nascer.

Não é a primeira, tive outra há cinco anos; uma menina de bons modos e olhar atento que encanta a família inteira.

Curiosa a experiência de ser avô, perceber que a espiral da vida dá uma volta completa; a primeira que independe de nossa participação.

Sim, porque até o nascimento de um neto os acontecimentos biológicos de alguma forma dependeram de ações praticadas por nós: nossos filhos só existem porque os concebemos, os fatos que constituíram a história de nossas vidas apenas ocorreram porque estávamos por perto; mesmo nossos pais só se transformaram em figuras carregadas de significado porque nos deram à luz.

Os netos, em oposição, vêm ao mundo como consequência de decisões alheias, nasceriam igualmente se já nos tivéssemos ido.

A ideia de nos tornarmos seres biologicamente descartáveis é incômoda, porque nos confronta com a transitoriedade da existência humana: viemos do nada e ao pó retornaremos, como rezam os ensinamentos antigos.

Por outro lado, liberta do compromisso de transmitirmos às gerações futuras os genes que herdamos das que nos precederam, força da natureza que reduz a essência da vida na Terra (e em qualquer planeta no qual ela porventura exista ou venha a existir) ao eterno crescei, competi e multiplicai-vos, como ensinaram Alfred Wallace e Charles Darwin.

A sensação de que nos livramos dessa incumbência biológica, entretanto, não nos torna imunes ao ensejo de proteger os filhos de nossos filhos como se fossem extensões de nós mesmos.

Somos impelidos a fazê-lo não por senso de responsabilidade familiar ou por normas de procedimento ditadas por imposições sociais, mas por ímpetos instintivos irresistíveis.

Os biólogos evolucionistas afirmam que a seleção natural privilegiou nas crianças uma estratégia de sobrevivência imbatível: a beleza.

Fossem feias e repugnantes, não aguentaríamos o trabalho que nos dão, porque cavalos e bezerros ensaiam os primeiros passos ao ser expulsos do útero materno, enquanto filhotes de primatas como nós são dependentes de cuidados intensivos por anos a fio.

Dizem eles, também, que o amor dos avós conferiu maior chance de sobrevivência aos bebês que tiveram a sorte de contar com ele, razão pela qual esse sentimento teria persistido em nossa espécie. Pelo mesmo motivo, explicam as vantagens evolutivas conferidas pela menopausa, fase em que a mulher já infértil reúne experiência e disponibilidade para ajudar os filhos a cuidar da prole.

Sejam quais forem as raízes biológicas, o fato é que caímos de quatro diante dos netos.

Por mais voluntariosos, mal-educados, egoístas, temperamentais e pouco criativos que os outros os julguem, para nós serão lindos, espertos, de boa índole e, sobretudo, inteligentes como nenhuma outra criança.

Anos atrás, surpreendi um amigo ao telefone perguntando para o neto como fazia o boizinho do sítio em que o menino de dois anos se encontrava.

A cada "buuuu" que ouvia, meu amigo ria de perder o fôlego.

Diante do riso exagerado, perguntei como reagiria quando a criança relinchasse.

Você verá quando for avô, respondeu.

Tinha razão.

Os netos surgem em nossas vidas quando estamos mais maduros, menos preocupados em nos afirmar, mais seletivos afetivamente, desinteressados de pessoas que não demonstram interesse por nós, libertos da ditadura que o sexo nos impõe na adolescência e cientes de que não dispomos mais de uma vida inteira para corrigir erros cometidos, ilusão causadora de tantos desencontros no passado.

A aceitação de que não temos diante de nós todo o tempo do mundo cria o desejo de nos concentrarmos no essencial, em busca do máximo de felicidade que pudermos obter no futuro imediato. A inquietude da inexperiência e os desmandos causados por ela dão lugar à busca da serenidade.

Fase inigualável da vida, quando abandonamos compromissos sociais para brincar feito crianças com os netos, sem nos acharmos ridículos.

Ajoelhar para que montem em nossas costas, virar monstros, onças ou dinossauros em obediência ao que lhes dita a imaginação aventureira, preparar-lhes o jantar que não comerão, assistir aos desenhos animados da TV, ler histórias na cama quando estão entregues, beijar-lhes o rosto macio, sentir-lhes o cheiro do cabelo e a respiração profunda ao cair no sono.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Terçafeiramente

Anteontem teve uma marchinha de carnaval - "Bom-dia" - que ganhou o concurso do Fantástico. O refrão era assim:
"Se o Conde D´Eu
O rei de Bagdá
Os negros do Sudão
Por que não posso dar?"

Ontem tive um devaneio. Sonhei que casei e fui para a França, entre outros destinos europeus.

Hoje tive um desatino. Preparei um x-tudo e já saiu da chapa a primeira estrofe:

"O sol raiou
No Vale do Loire
Lua-de-mé na França
Beber até soir"

Menos, Rubens. Menos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tarde demais

Ao fim de cada torneio, prometo que vou deixar pra lá, reduzir o interesse, coisital.

Mas a Copa do Mundo se aproxima a cada 15 minutos e agora é tarde: já virei novamente um aficionado.

* * *

Navegando pelo perfil das seleções no portal da Globoesporte. No da anfitriã, berrava a seguinte manchete:

"Saiu Joel, entrou Parreira. Mas problema continua: falta de gol"

Ou seja: na falta de gols, os cartolas sul-africanos resolveram chamar um especialista.


"O gol é apenas um detalhe"


É, como diria o Ancelmo Gois. Faz sentido.

Rivais


Em uma cena de Caos Calmo, dois executivos - um italiano e um francês - almoçam em uma praça de Roma. O francês elogia a comida, mas o dono do restaurante - que estava mais para uma pequena lanchonete, no máximo uma cantina modesta - recebe do seu compatriota uma admoestação (naquele comedimento, aquela fleuma tão própria dos italianos): o brócolis não precisava de queijo. Havia ingredientes demais no prato.

O dono do restaurante nem parece lhe dar bola. Num rompante, dispara sobre o francês:
- Já experimentou algo tão saboroso assim em Paris? Anh? Anh?

Mais à noite, degustando o (bem-escrito) primeiro volume de História da Vida Privada - do Império Romano ao ano 1000 -, organizado por historiadores franceses, mais de um momento tive a impressão de identificar uma ou outra maldadezinha, como "...os romanos, povo versado em trapaças...", ainda que, no contexto em que aparecem, façam sentido e sigam em coerência com o ensaio.

Cinema, gastronomia, pintura, literatura, música, escultura, futebol... França e Itália têm uma riqueza cultural tão grande que acho impossível, até pela proximidade, que não haja uma rivalidade natural. O maior rival do irmão é o próprio irmão.

Aliás, pesquisando sobre a palavra rival, parece-me que vem do latim riva (riacho, rio, beira). E conta-se que o significado do termo se origina de duas vilas, nas cercanias de Roma, que comungavam o mesmo riacho, mas em margens opostas.

Pensa. Se hoje o vizinho do apê de cima já é o inferno, imagina o que deveria ter sido você lá, numa das vilas rivais daqueles tempos primevos.

Prefiro a Argentina.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Toca Jorge

"De fogo" caiu em desuso, mas costuma precisamente ser este o estado em que as pessoas se sentem mais à vontade para pedir uma música ao cantor de um bar à beira da praia.

Sempre intrépido nestes quesitos, tratei logo de fazer minha parte. Depois de ter tomado umas, tomei a dianteira e, para pentelhar a Meg, fui segredar ao ouvido do músico uma canção do Roberto Carlos.

Fui seguido de Meg, que pediu uma do Lulu Santos. E nisso foi a noite; nós cantamos selvagemente, levantamos da mesa para dançar - mais uma vez os únicos a fazerem isso. O mico de sempre.

Eu reparava que o Dani e a Bala - o casal que nos acompanhava-, por timidez ou alguma outra razão, nunca pedia uma música. Cantavam com a gente, numa boa, mas pedir música, nada.

E isso foi um dia, também outro, da tarde à noite, a coisa indo sempre nessa toada.

Um dia, fui embora mais cedo. Meg durou um tempinho a mais com as meninas, mas logo também deixou o boteco. Restaram à mesa Bala e Dani.

Não sei se foi pelo fato de estarem ali sozinhos ou se a cervejada já se fazia sentir efeito, mas parece então que o Dani, até então com o olhar parado de bêbado, de súbito se empertigou na cadeira. Havia tomado uma decisão. Levantou o braço e bradou para o cantor:

- Toca JORGE AMADO!

A Bala disse que Jorge Amado é escritor, mas o Dani não quis nem saber. Ficou ofendido porque o cara não quis tocar Jorge Amado, até porque as pessoas ouvem demais as músicas dele, é brega mas é bom, todo mundo conhece a música de Jorge Amado.

Foram divergindo até chegar em casa, quando ele pergunta para Meg quem é Jorge Amado e ela diz "escritor baiano" e Shazam!, toda a lucidez da memória retorna à mente em um segundo.

Desconfio que daqui pra frente ele vai continuar é apenas cantando na mesa com a gente, tamborilando os dedos e olhe lá.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Foi horrível

Sol, brisa e cerveja gelada o tempo todo.

Peroazinhos, douradinhos, churrasquinhos e um marzão.

A presença da muié amada, crianças e gente querida.

Isso eu não desejo para o pior inimigo. Nem!