quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Falsete*

* corrigido: deu algum ruído na hora de postar

Do Juca, no cravo; do Helena, na ferradura. Precisar, não precisava; mas acrescentaria uma coisinha.

Sempre me inquietam, nestes casos, uma preocupação e uma precaução, ambas metonímicas: a de não tomar o todo pela parte, como as generalizações perigosas que deturpam a imagem de todo um país, uma população, uma comunidade. Lógico perguntar: atos e opiniões individuais representam às da coletividade? Sim ou não e em que medida? Pois não é difícil imaginar nego incauto em armadilhas do tipo: " é tudo ladrão", ou " é tudo FDP". Mas quero desconfiar que essa incúria e obtusidade do responsável pela sinodublagem olímpica não necessariamente se estendam à maioria dos seus compatriotas. Ou, pelo menos, à considerável parcela. Seja onde for.

Porém, no caso específico da China e, por consequença, das Olimpíadas, essa prosa renderia bem mais de dois dedos. Mas eu já tô meio envergonhado de cantar o óbvio. Que se dê voz a quem a mereça.


HORRENDO BUROCRATA
Alberto Helena Júnior

Feia, disforme, repulsiva, safada, vil é a alma desse horrendo burocrata chinês que nos impingiu a farsa da menina bonita que cantou com a voz da outra na abertura das Olimíadas de Pequim, em nome de estúpida noção de estética humana.

Mesmo porque a preterida é uma bonequinha de cristal, guardada numa caixa de charão, como na delicada marchinha de carnaval soprada com graça por Mário Reis, de olhar luzidio e o sorriso claro da inocência que jamais habituou o íntimo desse pascácio.

Mas, ainda que fosse deformada, desgraciosa ou seja lá que traços separam a feiúra da beleza, jamais seria tão feia quanto a trágica marca que esse imbecil imprimiu no espírito de suas duas pequenas vítimas.

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