quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Recém-nascido

Há um ano, aproximadamente, sem o saber, fecundei uma alma com palavras. Fecundei e por ela fui fecundado. Naquele instante, éramos ignorantes; mas foi assim, em meio ao desconhecimento, que o sentimento tinha sido concebido.

E, lentamente, começou a se desenvolver. Lentamente, as palavras começaram a moldar-lhe a forma. E a expressar, em cada ponto final, as feições daquela relação íntima; os traços e contornos esculpidos em exclamações e reticências. Recebia, esse sentimento, por direito de herança e pelas leis da vida, as características de seus pais. Pequenino, crescia inexoravelmente, em silêncio, alimentado por respeito, sinceridade, compreensão, inteligência, humor, compaixão - nutrientes da melhor qualidade.

Crescendo, fez-se notar. Opa! Um chute aqui! Outro acolá. Agora, era praticamente impossível ignorar. Até que, de súbito, deu-se o trabalho de parto. Houve dores e contrações. Houve complicações e riscos, como em todas as histórias. Na verdade, houve momentos em que esse amor criança esteve de fato por um triz.

Então, em meio às tribulações do parto, como se cumprisse o tique-taque de um relógio superior, o sentimento irrompeu furiosamente de sua gestação em exatos nove meses: forte, saudável e sequioso de vida em aprendizagem e plenitude. Faminto.

A coisinha mais linda desse mundo!

7 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!

Anônimo disse...

Aliás, lindo e nem um pouco tosco!

Paulo Barbosa disse...
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Paulo Barbosa disse...
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Anônimo disse...

Palhares!!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Que romântico!