quinta-feira, 25 de junho de 2009

Silêncio

É triste imaginar isso, de olhar para a pessoa traída.

É com pena que a gente olha.

Me sinto um pouco pior, como homem.

Ainda assim, rejeito o quanto posso a idéia de que deixei a condição de mera testemunha para compor uma velada - e, por que não, muitas vezes cínica e cruel - rede de cumplicidade.

Independentemente se inexiste amor no vértice do triângulo. Ou em que bases se assenta o adultério.

A tristeza do silêncio de quem sabe não se compara à triste dor de quem se descobre enganado.


4 comentários:

Tina Lopes disse...

Ui. A armadilha da cumplicidade: fujamos dela.

MegMarques disse...

Situação saia-justa. Mas não se sinta culpado, vc não está fazendo nada errado. Saber dos erros alheios não te torna cúmplice de ninguém. Aos de fora não cabe fazer nada.

Carla disse...

Infelizmente vemos muito esse tipo de comportamento e acabamos, às vezes, nos sentindo cúmplices, sim, mesmo não sendo bem essa a situação. Mas muita mulher traída da nossa geração (mothern) fica sabendo da traição e ainda aceita, feliz, o companheiro, como se nada tivesse acontecido, colocando a culpa na outra. São perdas e ganhos, perdas com ganhos, e a medida do que mais compensa para cada um é de caráter pessoal.

Rubão disse...

Doc e Tina: de acordo. Ma é chato pra burro.

Carla, como tu bem o disseste, a coisa vai do caráter pessoal. Cada um é cada um. Se a gente não tá envolvido, a princípio e em princípio, não é da nossa conta. Só não restringiria a situação em termos de gênero ou circunstâncias. Mulher ou homem, mothern ou fathern, é ruim do mesmo jeito pra todos.

Salvo - salvo, talvez - aqueles egos destemidos, que se dizem livres da prisão a que chamam a fidelidade e o respeito ao sentimento do outro.

Tendo a concordar com o Nelson, que escreveu que o Homem só é Homem contra os instintos e que, do contrário, estaríamos por aí, urrando nos bosques à lua cheia, fornicando nas calçadas como vira-latas e chupando carótidas alheias por aí quando nos melhor aprouvesse.