O profissional de publicidade e propaganda, ou comunicação, pode atender a um objetivo específico, mas, via de regra, 99, 9% das vezes seu trabalho envolve vender. Um produto, um serviço, uma idéia. Whatever. Ou seja: ainda que peças e trabalhos viajandões na maionese tragam prêmios e reconhecimento da categoria, não necessariamente (ou apenas eventualmente) significam resultados para os clientes. Que é o objetivo do nosso negócio.
Já trabalhei com diretores de arte e redatores que se consideravam verdadeiros gênios, ou sempre incompreendidos ou ainda não descobertos. Tudo o que faziam era, pelo menos, supremo. Não raro, a inserção maior da logomarca dos clientes, a inclusão do serviço ou do produto no anúncio/VT costumavam atrapalhar a genuína obra-prima de suas idéias.
Na história do grande pintor, o que me chamou atenção foi a alegoria. Ok: o gigantesco ego de Pablito ainda estava em desenvolvimento. Mas, se Picasso - que era Picasso - não se fez de rogado com sua própria arte para resolver uma necessidade básica - que é esquentar as frieiras dos pés numa noite fria -, pode neguinho confundir o leiaute que ele criou como obra de arte?
O pior é que pode. É comum acontecer com os novatos, com os que nunca vão tomar jeito e com os realmente talentosos que não deveriam estar trabalhando infelizes dentro de uma agência.
Enfim: editoras, museus, galerias e exposições são para os artistas.
E publicidade não é para frescos.
6 comentários:
Falou e disse!
A.None Moh
Não precisava de remendo, Rubão. Foi perfeito.
Uma profissão que se move a base de prêmios não pode ser levada muito (ou nada) a sério.
A nossa profissão (a verdadeira) deveria ser entendida como qualquer outra: um ganha pão. Há de chegar o dia que o publicitário vai sair de casa e voltar apenas pelo dever cumprido (atender ao cliente) e pelo soldo justo.
E já é muito mais que se espera em muitas outras, infelizmente.
Abs fortes
Eu e A None Moh, é issaí. Quase sempre, as coisas costumam ser simples e óbvias.
Medo e vaidade exacerbados é que complicam.
Pô, Rubão, foi mal.
Eu sou eu, o Perpetuo.
Abs
Cambada de "gênio" mal acabado e mal resolvido que eu gosto, essa raça de publicitário. Egos inflados à parte, é aí que estão as pessoas que mais me estimulam e que me são mais queridas. Saudades de você, querido.
Saudaducê tamém, Elena! Vê se aparece nos meus botecos!
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