William Blake (1757-1827)
Tiger, tiger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?
In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?
And what shoulder and what art
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand and what dread feet?
What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? What dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?
When the stars threw down their spears,
And water'd heaven with their tears,
Did He smile His work to see?
Did He who made the lamb make thee?
Tiger, tiger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?
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Tigre, tigre, chama pura
nas brenhas da noite escura,
que olho ou mão imortal cria
tua terrível simetria?
De que abismo ou céu distante
vem tal fogo coruscante?
Que asas ousa nesse jogo?
E que mão se atreve ao fogo?
Que ombro e arte te armarão
fibra a fibra o coração?
E ao bater ele no que és,
que mão terrível? Que pés?
E que martelo? Que torno?
E o teu cérebro em que forno?
Que bigorna? Que tenaz
pro terror mortal que traz?
Quando os astros lançam dardos
e seu choro os céus põem pardos,
vendo a obra ele sorri?
Fez o anho e fez-te a ti?
Tigre, tigre, chama pura
nas brenhas da noite escura,
que olho ou mão imortal cria
tua terrível simetria?
Uma tradução de Vasco Graça Moura
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