quinta-feira, 31 de julho de 2008
Campanha Meg and the City
Com a sagacidade e poder de observação que lhe são peculiares, eis o que disse a excelente Dra.:
Meio masoquista isso, não? Você tem horror ao cara mas está sempre de olho no que ele escreve. É tipo um "ódio de estimação"!bjs
Talvez. Ou talvez seja apenas corriqueiro que, aquele que escreve (independentemente do próprio quilate), tenha o hábito de cultivar - acho ódio muito forte - suas próprias implicâncias. Como o Nelson Rodrigues era com D. Helder, como Reinaldo Azevedo é com o Verissimo, como o Diogo Mainardi é com Lula.
A minha irritaçação com o cara é porque eu acho que aquele espaço talvez fosse melhor ocupado por alguém que tivesse cultura, que não fosse pedante, que fosse brilhante e que eu tivesse prazer em ler.
Destarte, aproveitando o ensejo, lanço desde já essa campanha na blogosfera:
Meg, do Mesa de Bar, para cronista diária do Caderno Gerais do Estado de Minas!
Vamo lá, moçada!!! Mandem seus e-mails, pintem seus cartazes e faixas, organizem seus piquetes! Vamos fazer da Doutora a nossa Carrie Bradshaw dos Belorizonte!
Implicância
Escrever é um exercício que envolve controle da vaidade, mas vaidade demais é chato.
Nas crônicas do EAR, invariavelmente o cara não resiste à autopromoção - explícita ou sutil. Pena. Quando não pinga no texto as gotas da sua erudição, mostrando aos leitores nossa ignorança por desconhecer o significado de palavras de pouco ou nenhum uso corrente, vira e mexe o bicho derrama uma amostrazinha de quão bonzão ele é.
É tiro e queda.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Presentes
- dois travesseiros
- jogo de taças de champanhe
- tábua para petiscos
- livro de receitas
- avental de cozinha
- pegador de panela (pra num queimar a mão, não sei como se chama isso)
- caçarola com garfo e colher
Das duas, uma: ou tem gente insinuando que meu lugar é no fogão...
...ou finalmente reconheceram minha vocação pra Come-e-Dorme.
Parabéns
Não chego à misantropia, não. Mas é que me embaraça receber carinhos, cumprimentos, agrados de todos os tipos. Me deixa sem-graça, sem fala, sem atitude. Ou melhor, eu é que sinto deixar sempre a impressão que não queria, a fala que eu não gostaria de dizer, a parvoíce na expressão do corpo e o jeito de jeca na cara.
Também não creio ser timidez, aquela a que o Verissimo aludiu uma vez, dizendo que os ultratímidos são, na verdade, os mais exibidos ou carentes de elogio. Nah. O que incomoda mesmo em todo aniversário é eu ter que ficar nu, ter que trazer à tona e revelar um sentimento que eu não sei lidar, o de não merecer o carinho, a dedicação, o sacrifício que as pessoas ao meu redor ora me concedem. A vergonha de todo ano ter que tirar lá das profundezas essa tristeza só minha, certa ou errada, feia, estranha e inata, como um balde que a gente puxa de dentro do poço e vê que a água que sobe é turva e barrenta e que, de uma forma ou de outra, você se trai e acaba por mostrar às pessoas por cada gesto de ternura que recebe. Então, desenterrar essa melancolia me constrange, me dá dor, me dá medo de decepcionar quem eu jamais deveria e, no entanto, por mais que eu não queira, é exatamente o que acontece.
Aniversário. Passa, mas deixa ele. Um dia eu não faço mais.
Pertinência
Chico Buarque
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
Por dentro
terça-feira, 29 de julho de 2008
Mamãe...
Por que não ficaram? E, hoje, quem se dá ao trabalho de fazer essas coisas?
Só você. Vocês.
Boêmios nas Olimpíadas
A foto é de lá. Um piscinão de Ramos chinês. Encara?
segunda-feira, 28 de julho de 2008
caleidoscópio
Valeu demais o carinho de todos.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Os benéficos efeitos da Lei Seca
- Fazer o quê hoje à noite?
- Por enquanto, nada.
- Tomar umas? Lá em casa?
- Que tal na minha casa?
- Nah, vamos pra minha. A mulher chega logo depois, prepara uns belisquetes.
- Não quero dar trabalho à sua esposa.
- Que trabalho? É um prazer.
- Por favor, minha casa. Faço questão.
- Pago a cerveja!
- Olha. Deixa eu te falar uma coisa: eu bebo, minha namorada bebe. Sua mulher bebe?
- Er... não.
- Touché. Minha casa.
- Droga.
São uns gentis-homens.
Redator carente
quinta-feira, 24 de julho de 2008
A manchete 2
Adivinha qual?
Às vezes, a vida não sabe quando parar com a ironia.
Fast drops
Se nem entre nós há consenso sobre o humor, imagine no resto dos universos.
* * *
Alguém aí já foi ver o Batmom? Presta?
* * *
Mudanças na ortografia: você é jovem demais para aprender as novas regras e jovem de menos desaprender as antigas?
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Hai-ruins numa hora dessas?
Ele, a lutar pelas massas
Contra o establishment dos dietéticos.
E as formigas operárias vão a protesto
"Nessa despensa, tá bravo!
Não entra nem o mascavo!"
Ela o contra-ataca com a razão:
"Você quer mesmo
A sua barriga quicando no chão?"
Isto dito, nada acontece
Os insetos se calam
A contenda permanece
Dolce far niente, como antes
Mais fel? Por favor,
Com duas gotas de adoçante.
Rio, parte 2
- “Serviço de quarto! Foi daqui que pediram uma boca gostosa, carnuda e suculenta de Belo Horizonte?”
Um sorriso abriu a porta. E me apresentou o double de luxo a custo de standard.
Da nossa janela vinham os burburinhos urbanos. Ecos da via onde, pouco à frente, ficavam os fundos do Palácio do Catete. Era sexta-feira à noite, hora de luzes velozes e vozes que andam.
Lembrei-me de Nelson: “sexta-feira é o dia em que a virtude prevarica”.
No entanto, preciso dizer. No quarto, tudo era a cama. A maior que já pude me derramar.
Sem sombra de dúvida. A cama era exageradamente grande, o suficiente para caber várias camadas de nós. Com o característico espírito de pobre, calculei que seria preciso ser dono de tecelaria para dar conta de cobrir aquele latifúndio de lençóis.
Ancorei o corpo fatigado de viagem por alguns momentos no colchão hipermacio. Mas não procedia: o tempo era um fator. Fomos para a Lapa.
Deixamos o carro no estacionamento e pegamos um táxi para que eu pudesse beber. Era pertinho, chegamos logo. Ainda assim, o motorista do táxi arredondou o custo da corrida e me levou o troco.
A Lapa é uma fauna. Um zôo de gentes de classes sociais, estilos pessoais, opções sexuais, idades, profissões e países diferentes. E, agora, com um estrangeiro a mais. A linda já havia conhecido o bairro em um samba de véspera.
Pessoas nas ruas, pessoas nas calçadas, pessoas nos bares lotados. Gente dependurada até no lustre (Nelson não me saía da cabeça). Conversas diversas, buzinas de carros e ritmos se aglutinavam numa estranha harmonia musical. Havia uma calma palpável nas ruas confusas e barulhentas. Na balbúrdia da Lapa, as pessoas se mostravam seguras.
No segundo bar da noite, sentamos em uma cantina que tinha uma roda de samba e pagode. Tomamos nossos chopes, trocamos nossos afagos. A noite foi boa, embora não tanto como deveria. Cansaço me ocupava.
De volta ao hotel, me senti tungado outra vez no táxi. Decidi, de mim pra mim, que, da próxima vez, exigiria troco.
A porta do 537 se abriu, e lá estava a cama. Um desmesurado e convidativo banquete de colchas, mantas e travesseiros.
Minha primeira noite no Rio. Cumprimos nossas obrigações boêmias e civis para com a Lapa em clima de boa vontade e denodo. O relógio nos dizia: já passa das três. O Palácio do Catete estava mudo.
Depois de alguns minutos, conseguimos nos encontrar naquele colchão gigante, King Momo-size. Abraçado à linda, deitei em berço esplêndido. Poderia ter sido eternamente.
A manchete
Hoje a redação do popular SuperNotícias deu a manchete do mais tradicional clichê das escolas de jornalismo.
terça-feira, 22 de julho de 2008
De novo, não
Coriza triste
Das cavernas e seios nasais
Ardilosa infecção
Que obnubila a respiração
Com meus sibilos, arquejos e ais.
Triste gripe,
Infecção, gripe
Que obnubila a respiração
Cavernas da nasal escuridão
Ai, coriza! Ai, ardil!:
Sibila o febril.
Rio, parte 1
Saí daqui às três. À altura de Juiz de Fora, o sol se pôs. E cedeu seu lugar no céu a uma lua flamejante.
Realmente gosto de viajar, é pena que não o faça com freqüência. Essa viagem brotou de um impulso, saiu de rompante, e é curioso perceber que, às vezes, quando a gente racionaliza demais, pensa demais, planeja demais - faz nada; não sai do lugar. Nunca é a melhor hora, não há dinheiro suficiente, o ânimo e a ocasião são inapropriados ou incompatíveis.
Cruzei os três pedágios sem surpresa. Antes de partir, em rápida pesquisa prévia na internet, soube que eram três os maleditos, todos próximos. Entre um e outro, parei para um café e um pão-de-queijo; mais à frente, reabasteci. Já era noite formada.
O relógio marcava 8h30 quando peguei engarrafamento na Linha vermelha. Um pouco apreensivo, temia perder alguma placa que me conduzisse ao Flamengo. Troquei a ansiedade de chegar pela atenção redobrada à sinalização e aos motoqueiros mal-humorados.
Mas eu estava próximo, naquele instante, de chegar. E finalmente reecontrar quem me fizera estar ali, naquela cidade, para mim, desconhecida. O Rio de Janeiro se mostraria inóspito ou amigo?
Não importa. Seria pouco dizer que viajei atendendo a pedidos.
Muito, que havia uma mulher.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Boêmios in Rio
Abraço na ruiva e fiquem com Deus,
Amém.
Leis
Leis de Newton
Lei de Gérson
Lei da gravidade
Leis da relatividade
Leis da termodinâmica
Lei de Talião
Lei de Salomão
Lei do Islão
Lei do Fisco
Leis do Trabalho
Leis de Trânsito
Lei de imprensa
Lei do ventre livre
Lei Áurea
Lei de Ohm
Lei de Faraday
Lei de Lavoisier
Leis de Mendel
Lei da oferta e da procura
Lei do mais forte
Lei Magna
Lei Marcial
Lei Seca
Pelas barbas endemoninhadas de Hamurabi! Daria um tigre e dois eufrates pra ficar à margem de duas ou três!
Murphy
Deus ajuda a quem cedo madruga. E quem as chaves esquece?
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Peregrinação
Ok, vocês venceram. Estou disposto a começar uma peregrinação pelos fotogramas que os especialistas, os alternativos, os cabeças-feitas, os mais articulados e bem-pensantes de todas as nações consideram o que há de mais fino na história do cinema. O crème de la crème da sétima arte.
Sou publicitário. Por obrigação, talvez, já deveria ter visto todos os Fellini, Bergman, Truffaut, Eisenstein, Antonioni, Buñuel, etc, etc. Pra mó de refência. Conhecimento não ocupa espaço e é sempre bem-vindo à casa, seja ele filho de quem.
Mas, que diabo! Sou formado na Escola Filosófica-psicanalítica de Bagé. Pra toda frescura, há joelhaço que cura; cavalo brabo se doma no braço. Tosco pra mim é elogio: nunca fui de agüentar empolação e veadagem demasiadas.
Mas ando agüentando menos ainda não poder opinar com propriedade. Não posso criticar o que não vi.
Todas as provisões estão no lugar?
Pipoca? Confere. Refrigerante? Confere. Sanduichinhos, salgadinhos diversos? Conferem. Decalitros de café? Conferem.
Namorada culta do lado? A postos.
Jornada como essa requer preparo. Será uma loooonga, longa metragem.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Wilburys
Os Traveling Wilburys de novo na área
Bob Dylan, Jeff Lynne, Tom Petty, George Harrison e Roy Orbison
O maior supergrupo da história do rock está de volta às lojas. De existência efêmera, de 1988 a 1990, Os Traveling Wilburys eram George Harrison, Bob Dylan, Roy Orbison, Jeff Lynne (da Electric Light Orchestra) e Tom Petty (líder dos Heartbreakers), cinco amigos reunidos ao acaso por Harrison no que ele chamou de “encontro mágico”. “Se a gente tivesse tentado planejar, jamais reuniria um grupo desses,” diz Harrison no DVD que acompanha a caixa “The true history of the Traveling Wilburys”, com os dois discos gravados em 1988 e 1990, lançada no Brasil pela Warner Music.
Os dois discos têm um rock sessentista misturado com folk e country, no geral boas canções apesar do pouco trabalho dedicado a elas. O primeiro disco foi completado em seis semanas, com a maior parte das composições feita em conjunto: todos reunidos numa sala, violões em punho, jogando versos no ar. Algumas composições eram mais de um ou de outro. Dylan estava às vésperas de uma turnê, daí não acompanhou tudo do começo ao fim.
A história começou quando Harrison tinha que gravar uma canção inédita para o single “This is love”, de seu álbum “Cloud nine”. Ele pediu ajuda a Jeff Lynne, que estava produzindo Roy Orbison e o trouxe junto com ele. Harrison ligou para Bob Dylan para saber se podia trabalhar no estúdio que ficava na casa dele: “Às vezes você liga para Bob e leva anos para falar com ele, mas desta vez ele respondeu de primeira e falou que estava tudo bem,” conta George no documentário. O violão de Harrison estava na casa de Tom Petty, ele passou lá com Lynne e chamou Petty para ir junto.
A música que fizeram foi batizada por Harrison de “Handle with care” porque nada lhe ocorreu e ele viu num caixote esta inscrição, que significa manipule com cuidado. Quando levou na gravadora, Mo Ostin, o chefão da Warner, achou a música boa demais para ir no lado B de um single e perguntou se não dava para transformar aquilo num álbum. Como todos tinham tempo e Dylan ainda podia dispor de algumas semanas, eles toparam e nasceu “Traveling Wilbury’s Vol. 1”.
O nome nasceu de uma brincadeira de Harrison (foto), que chamava de Wilburys os erros de gravação deixados para correção posterior. Daí decidiram ser os Wilburys, filhos de Charles Truscott Wilbury, Senior, com uma genealogia que levava a uma dinastia de serralheiros muito hábeis em instalar e abrir cintos de castidade na Idade Média. E adotaram os nomes de Nelson Wilbury (George Harrison), Otis Wilbury (Jeff Lynne), Lefty Wilbury (Roy Orbison), Charlie T. Wilbury Jr. (Tom Petty) e Lucky Wilbury (Bob Dylan).
O disco, lançado em outubro de 1988, emplacou os sucessos “Handle with care” e “End of the line”, duas canções em midtempo com levada folk rock. Orbison morreu do coração em dezembro de 88 e quando gravaram o clipe de end of the line, botaram um retrato dele sobre uma cômoda e uma cadeira de balanço vazio com um violão em cima para simbolizar sua presença.
Como o disco vendeu 5 milhões de cópias, decidiram fazer um segundo disco em 1990, batizado de “Volume 3” (Harrison inventou que as canções de um volume 2 tinham sido roubadas e pularam o número pra o caso de a banda original voltar a se reunir, o que seria impossível sem Orbison). O sucesso foi menos, mas há canções muito boas, como as animadas “She’s my baby” e “Wilbury twist”, além de “The devil’s been busy” e “7 deadly sins”. No DVD, batizado de Volume 2, há um documentário de 24 minutos sobre a banda, além de cinco clipes. Indispensável para os fãs do rock clássico.
"Por que sexo é tão divertido"
A encrenca é que a maioria dos nossos publicitários, autores de telenovela, artistas, cineastas, a turma do "trair é normal" e do "tudo é permitido", usa e abusa desse nosso instinto supercaprichado para os próprios interesses. Um jovem hoje em dia terá sido exposto a 12.000 apelos sexuais antes de completar 14 anos, uma aberração cultural sem precedentes na história da humanidade. Hoje não precisamos ter doze filhos baseados na chance de que dois chegarão até a vida adulta. Estão deliberadamente abusando desse nosso gene de preservação para ganhar dinheiro para suas empresas e para si.
Se você acha divertido assistir a novelas que só tratam "daquilo", se você vive na internet procurando "aquilo", se você acha o máximo os livros que só tratam "daquilo", saiba que você está sendo usado e correndo risco de extinção. Estão afastando-o de sua verdadeira tarefa de procurar alguém ideal para fazer "aquilo" com amor e diversão. Estão usando o instinto mais caprichado que Deus nos deu para fazer justamente o contrário, deixar você isolado na frente do computador ou da televisão.
Nossos professores, artistas e cineastas, nossos líderes espirituais, nossa Igreja, nossos intelectuais estão se esquecendo de que sexo precisa ser de fato divertido, mas o segredo do divertimento são o comedimento, a surpresa e o mistério, e não essa massificação e banalização a que estão nos submetendo.
Cinema Superficialis
Manderlay
Numa fazenda de algodão no sul dos EUA, filha de gângster americano se mete a querer ser libertária com os negros escravizados do lugar e vê a situação pro seu lado ficar cada vez mais preta. A continuação de Dogville é inteligente, mordaz, crítica em múltiplos níveis; um pouco arrastada, porém.
Não estou lá (I'm Not There)
Deu vontade de ter lido uma mini-biografia antes e ficar mais esperto pras referências e liberdades poéticas no filme. Ou qualquer um tem a obrigação de saber de todos os casos famosos de Bob Dylan nos anos 60? Enfim, não pesquisei pra saber o porquê do título - Não estou lá, mas é o cara que passa a maior parte da vida mostrando que não está nem aí pra quase tudo. Ou pra quase nada.
Antes de partir (The bucket list)
Estrelando Jack Nicholson - no papel de Jack Nicholson - e Morgan Freeman - no papel de Morgan Freeman. Poderia ser interessante, mas não foi o suficiente: roteiro fraco, filme bobo.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Fio Maravilha
Desde quando está ali? A julgar pelo local onde apareceu, presumo que veio atenuar a solidão de um companheiro que mora ali pertinho faz tempo. É bonita, essa camaragem, embora sinta um tiquinho de melancolia nesse espraiar de velhice que se insinua.
Seria incapaz de arrancá-los. Mesmo que os extirpasse, numa tentação de vaidade, de que adiantaria? Em breve, voltariam, renitentes, alvos e fortes.
E, ainda que precisasse, pintura não é algo que passe pela minha cabeça.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Cozido
Não sei se dá pra confiar na veracidade das informações. Mas será que meus dotes gastro-improvisionômicos já alcançaram fama interestadual?
Pelo menos, alguém está querendo meu cozido e não o meu... deixa pra lá.
Andanças
* * *
Meio de saco cheio de muitas coisas. Às vezes, a gente se pergunta por que, por que carregar tanto peso?
A vida devia ser mais simples. Isso é isso. Aquilo é aquilo. Ultimamente, ando odiando cinza.
* * *
E ando seriamente desconfiado de que um talentoso, culto e premiadíssimo artista tenha dedicado um texto a mim. Texto, não - alegoria, digamos.
Do tipo: “Se a carapuça servir...”. Uai, serviu!
É uma honra, não carecia.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Frase de hoje
Do momento em que o peguei, até a hora em que o larguei, seu livro me fez rolar de rir. Um dia pretendo lê-lo.
Groucho Marx
Surpresa doméstica
Isso mesmo. Exatamente o que fiz.
terça-feira, 8 de julho de 2008
Animais
"Uma mulher só precisa de quatro animais na vida: uma raposa no armário, um tigre na cama, um jaguar na garagem e um burro para pagar por tudo isso."
Mae West
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Frase de sábado
Quando crescer, quero ser anônimo.
/ / /
Fim de semana bacana, em Itaúna, com pai, irmãs, Doc e menininhas. Pena que foi rapidinho.
/ / /
Filmes do domingo: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain e Onde os fracos não tem vez. Javier Bardem é de fato um ator e tanto. E Amelie é que era mulher de verdade.
/ / /
Ontem, fiquei desejoso de ir pra cozinha mexer com as panelas. Mas a gataça estava ronronenta e preguiçosa. Comemos uma bandejinha de japonesa, mas consegui depois fazer uma omelete com o que tinha disponível no armário e na geladeira pra me sossegar.
Bem, o que eu queria mesmo inventar - essa mistureba já deve existir por aí, ainda não pesquisei - era macarrão com molho de camarão e shitake, feito na manteiga, cebola, alho, molho de tomate mais folhinhas de manjericão. Como nunca lidei com shitake, alguém aí tem dicas ou cuidados de como se prepara o cogumelo? Cozido, frito, assado?
Gracias. E, linda: o Macaroni avec la sauce de crevettes et shitake fica pra próxima.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
É de lá, ó pá
Nesta atual quadra da vida, tendo o interesse - digamos assim, aflorado - por Portugal e pelas demais belezas oriundas da terrinha, segue a dica do blog Sob o Céu de Lisboa:
Estreou na última quinta-feira no Brasil um dos melhores filmes portugueses desde que vivo por cá. A comédia Dot.com mostra o Portugal profundo com muita irreverência e bom humor, ao contar a história de uma aldeia cujo site – mantido por um engenheiro vindo da cidade grande mas ignorado por toda a comunidade – leva o nome de uma marca de água espanhola que ameaça um processo caso não seja retirado da net. É o suficiente para aflorar o nacionalismo de toda a população (ou seja, os cerca de 30 habitantes, entre os quais um “presidente da câmara” brasileiro), e transformar-se numa guerra diplomática contra a “Vizinha Espanha”.
Pela temática e pelo descontrolo da situação, Dot.com lembra um pouco Saneamento Básico: O Filme, que vi quando estive de férias no Brasil. Sem deixar de ser leve e delicioso, reflete alguns dos maiores problemas portugueses, como o envelhecimento da população e a desertificação do interior. Mostra também a disputa eterna com Espanha. A rivalidade entre os dois países lembra a existente entre o Brasil e a Argentina, com Portugal a preocupar-se muito mais em “discutir a relação” do que o seu único vizinho. A contenda por Olivença – uma cidade historicamente portuguesa que desde o século XIX está sob o domínio espanhol – é apenas o ponto mais evidente do conflito, que pode ser aflorado por algo tão banal como um site ignorado.
The tiger
Tiger, tiger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?
In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?
And what shoulder and what art
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand and what dread feet?
What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? What dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?
When the stars threw down their spears,
And water'd heaven with their tears,
Did He smile His work to see?
Did He who made the lamb make thee?
Tiger, tiger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?
/ / /
Tigre, tigre, chama pura
nas brenhas da noite escura,
que olho ou mão imortal cria
tua terrível simetria?
De que abismo ou céu distante
vem tal fogo coruscante?
Que asas ousa nesse jogo?
E que mão se atreve ao fogo?
Que ombro e arte te armarão
fibra a fibra o coração?
E ao bater ele no que és,
que mão terrível? Que pés?
E que martelo? Que torno?
E o teu cérebro em que forno?
Que bigorna? Que tenaz
pro terror mortal que traz?
Quando os astros lançam dardos
e seu choro os céus põem pardos,
vendo a obra ele sorri?
Fez o anho e fez-te a ti?
Tigre, tigre, chama pura
nas brenhas da noite escura,
que olho ou mão imortal cria
tua terrível simetria?
Uma tradução de Vasco Graça Moura
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Esta mensagem irá se auto-destruir em 15 s
- Ler livro para a pós
- Escrever uma análise crítica
- Montar um vídeo a respeito
- Montar uma apresentação com "sensibilização"
- Fazer o trabalho final de outra disciplina
- Escrever outra resenha
- Desenvolver o roteiro para vt institucional de um cliente
- Fazer entrevistas para escrever o portfolio de outro
- Criar e planejar o lançamento de uma marca (freela)
Tururú, tururú...
quarta-feira, 2 de julho de 2008
A quem ao craque fustiga
Ou Renato tá abusando da própria estrela ou os céus perigam pespegar uma lição a quem um dia declarou que chamar Telê Santana de burro era algo altamente ofensivo - para os burros.
Põe o Dodô pra sair jogando, meu filho.
Com que roupa
Com tanta erotização precoce por aí, tomara que nenhuma de natureza maligrina.
Tão caracterizando a turminha como mangá. A justificativa é o sucesso do estilo aqui no Brasil. Ma vem cá, custava ter experimentado um jeans-camiseta-tênis genuinamente nacional, sei lá, um guarda-roupa típico do nosso ambiente, clima e cotidiano, roupas próprias da classe média que a galerinha do Maurício de Sousa sempre pareceu pertencer?
Mania de macaquice deles ou turrice minha, tomara que o caráter da Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali não se transforme - no máximo evolua, dentro de seus arquétipos conhecidos e já consolidados. Seja qual for o figurino, é a personalidade de cada um que nunca fez a turma sair de moda. Até hoje.
Adolescentes
Hmm, será que a Tina entraria nesta série? Estaria casada, desquitada, sexy in the city? Ou apenas de Rolo*?
terça-feira, 1 de julho de 2008
Fim da linha
Como assim, “humana”? Tem certeza? Não uma equipe canina, felina, asinina? Humana, mesmo?
Será que já é de domínio público que os atendimentos desses bancos e empresas de telefonia são terceirizados?
Bem, o que todos sabem é que você liga pra qualquer um deles e só consegue falar com alguém depois de selecionar umas quatro ou cinco opções.
Ser humano é mesmo o fim da linha.