Os dados que foram divulgados agora de manhã pelo IBGE só confirmam o que a gente disse mais cedo aqui. A internet está acabando com o monopólio da informação, não apenas entre a classe média, mas em relação a uma parcela muito mais ampla da população.
É só olhar o gráfico aí do lado, que fizemos sobre a publicação oficial e notar que o acesso à internet é o bem/serviço que apresenta maior crescimento entre todos os considerados para estabelecer uma avaliação de indicadores sociais.
Comparo, no gráfico, o crescimento da posse de computador e de acesso à internet com o de máquinas de lavar roupa que é, entre os eletrodomésticos, o maior ícone de elevação dos padrões de consumo popular. Não apenas a existência de acesso à web saltou de 12,2% para 27,4%, um crescimento de mais de 128% de 2004 a 2009, como este crescimento se deu no caminho de uma equalização de oportunidades.
A região Sudeste continua com a maior proporção de usuários na população total (48,1%, em 2009, contra 26,2% em 2005), seguida pela Centro-Oeste (47,2%, em 2009, e 23,4% em 2005). As regiões Norte (34,3%, em 2009, e 12,0% em 2005) e Nordeste (30,2%, em 2009, e 11,9% em 2005) apesar de ainda terem percentuais pequenos de acesso sobre o total da população são as que apresentaram maior aumento proporcional no contingente de usuários (respectivamente, 213,9% e 171,2%).
Se mantida a média anual de expansão do acesso à rede, nos últimos seis anos, que foi de 14,8% ao ano (a média, porque este índice vem crescendo de ano a ano), já se pode afirmar que quase um terço dos lares brasileiros (31,5%) já possui acesso à rede. Considerando o preço e a dificuldade de acesso nas áreas mais pobres, estamos diante de um fenômeno que vai, simplesmente, explodir com a chegada da banda larga pública.
Isso não é uma discussão diletante, um capricho de blogueiro que, por dever de ofício, apregoa o peso da internet na vida social contemporânea. É, ao contrário, a chave da compreensão dos caminhos da democratização da informação, da participação e do controle popular sobre as políticas públicas. E é, também, a chance de terminarem os oligopólios da comunicação de que se serve a elite brasileira para manter o povo na condição de dominado, não na que lhe é de direito, de força dominante de uma Nação.
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