quarta-feira, 29 de junho de 2011

Em grande estilo

Nelsinho em 2010: recém-chegado.

O Relações-públicas lá de casa fez um ano de vida esta semana. Comemorou comendo bosta de gato. Eita.

terça-feira, 28 de junho de 2011

TED

Já havia topado com o TED nestas esquinas virtuais, nos últimos anos. Por acaso, ontem, encontrei-o novamente. E vi dois vídeos muito, muito interessantes.

Claro, não se trata do Terror das Empregadas Domésticas (hoje, o bicho vive no sul de Minas). O TED a que me refiro é outro. E embora ainda não tenha pesquisado o suficiente para saber quem o mantém, como opera, etc, etc, acho que pode ser uma boa compartilhar a idéia. (ideia, é a neoortografia).

Este é exatamente o mote, o lema e slogan do TED: Ideas worth spreading - Ideias que valem a pena espalhar. Até onde sei, consiste numa organização norte americana sem fins lucrativos, que convida gente do mundo inteiro para palestras de cerca de 18 minutos: pessoas que são destaque em seus nichos ou que têm algo interessante a dizer. Até onde vi, o TED parece ter evoluído da proposta inicial, restrita a temáticas ligadas exclusivamente a Tecnology, Entertainment and Design. Tem conferências, encontros, o escambau. Quando der tempo, vou lá fuçar.

Desde seu início, em 2005, creio, a organização acumula não sei quantas palestras gravadas, com legendas em português.

Bem, o convite tá feito. Se você já rodou por todos os seus sítios e portais prediletos; está cansado de ler bobagens do tipo "Mulher-fruta pedala na orla de Copacabana" ou "Celebridade global estréia new look"; se você perambula por aí em busca de algo, mas sem saber exatamente o quê, aqui tem conteúdo minimamente inteligente para passar o tempo. Entraí, vale a pena.

Uma palhinha:


segunda-feira, 27 de junho de 2011

sábado, 25 de junho de 2011

Coluna esportiva*

Acho ótimo que jogadores, torcedores e midiotas de todos os continentes endeusem Neymar e não Ganso. Ótimo, ótimo. Muito bom.

Porque, embora Neymar seja indiscutivelmente talentoso, debaixo daquele moicano não se percebem muitas idéias. Há ainda, é claro, o agravante da juventude e as tolices intrínsecas da idade. Mais: diria que o corpo de Neymar sabe jogar bola como poucos, mas o cérebro de Neymar é oco como o de muitos. Sei lá, deve ser a escola Ronaldinho Gaúcho de jogar futebol.

A verdadeira jóia da coroa ali - o amigo já sabe - é Ganso. Esse, sim. Tem a alma grande. E enxerga o jogo como se fosse o próprio Láion de espada justiceira, com visão além do alcance.

De forma que os holofotes em Neymar são salutares e bem-vindos. Primeiro, porque os marcadores irão atrás dele como a limalha de ferro persegue um ímã. Com a marcação cerrada, talvez Neymar não produza performances de alto nível - o que concorreria para formação de caráter dele, seria bom o bicho amargar uns insucessos.

Segundo, a marcação sobre Neymar abriria espaços para os outros companheiros de seleção. E, finalmente, a persistir a admiração abjeta e massacrante a Neymar, Ganso ficaria livre dos perigos da vaidade, de estancar prematuramente sua progressão, se achar melhor do que realmente é.

Que falem, que entronizem, que escrevam páginas e páginas sobre Neymar, ao fim do quê, um jogador utilíssimo, porque, assim, tiram o foco sobre quem é realmente essencial.

* * *

Nem vou perder o seu tempo falando do fenômeno Lucas Leiva, que deve ser o volante com o melhor empresário lobista do mundo, para estar ali ocupando no meio-campo do Brasil o lugar de Arouca.

Seria uma maravilha divagar apenas sobre o que se passa dentro das quatro linhas. Mas enquanto Ricardo Teixeira e essa curriolada toda estiverem por aí - em boa parte culpados pela cultura "guerreira" e imbecilizante que conspurca os times, a imprensa e os torcedores brasileiros -, já não dá gosto ver futebol. Só o Barça.

Quer um exemplo da idiotia generalizada?

Dá uma vergonha danada toda vez que eu passo em frente às lojas especializadas e megastores que vendem a estátua do Galo, mascote do clube. O Galo troglodita.

Pra quem não conhece, explico. Falo de um ídolo decorativo, que é na verdade um pesadelo centáurico, um minotauro de penas. Trata-se de um corpo ultrahipermegamarombado, vestido com o uniforme do time; e sobre esta aberração de músculos, resta a cabeça de um galo furioso, com cara de gladiador romano prestes a entrar na arena, rilhando os dentes. Dentes. E só falta uma maça na mão.

Meu Deus! Até parece que o futebol não é o esporte mais democrático do mundo! O único em que podem jogar, desde que tenham talento - ou vá lá, desde que nem o tenham - quaisquer uns. Os fortes e os brucutus podem, mas também, e sobretudo, os mais fracos, os mais gordos, os mais baixinhos! Aliás, registra a história: Pelé, Garrincha, Maradona, Di Stefano, Romário, Cruyff, Zico, Ronaldo, Zidane, Messi... olhe aí a lista e você não encontra um lutador de Octagon, um Dolph Lundgren, um Mike Tyson.

Aliás, o comum é os gênios nem ultrapassarem 1, 70m de altura. De cabeça, me lembro que Zico - Messi também - teve que fazer tratamento especial para crescer e adquirir massa muscular. E ficaram daquele tamanhinho. Imagina se não o fizessem, o Galinho de Quintino e La Pulga.

O caso do futebol é igual a muita coisa na vida: o negócio não é força, amigo. É jeito. Está claro para qualquer sujeito mediano, menos para os imbecis de todas as torcidas.

O que importa, sempre, ad eternum, é saber jogar futebol. A menos que a bola seja de chumbo, lugar de troglô é no lançamento de peso, no halterofilismo ou nesses torneios sangrentos, Ultimate Fighting. Ou nas academias, fazendo pose diante do espelho.

Então, me contem, por que cargas d´água aquele mascote está lá - representando meu time de coração, meus sonhos de garoto e minhas esperanças de um bom futebol - como se fosse um Xuazenéguer de chuteiras? Ora, por que não a estátua de um franguinho franzino, mirrado mesmo, com coxas e canelas tão finas, que alma alguma jamais pensaria em levá-lo às panelas, mas com um olhar altivo, cínico e traiçoeiro, numa disposição que revela toda a sua habilidade, fazendo embaixadinhas e malabarismos com a bola ou enfiando-a entre as pernas de uma perplexa raposa?

Agora, vá explicar isso ao maçaranduba das arquibancadas.







*Andei relendo Nelson Rodrigues. É uma influência exasperante.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Desilusão

Acabei de ler Chatô, o Rei do Brasil.

É de um didatismo exemplar. Mais instrutivo que cinco semestres de curso na Fafich, pelo menos na minha época.

Via de regra, à exceção de uns poucos abnegados, éticos e quixotescos, que sempre os há por aí, confirmou-se definitivamente uma velha suspeita: o jornalismo é uma ilusão. O ideal jornalístico é uma ilusão.

Talvez seja melhor mesmo trabalhar com publicidade. É mais explícito.

De qualquer maneira, o livro é imprescindível para entender o que é e como funciona a imprensa hoje - no Brasil e, quiçá, em qualquer país.

[Atualização] A quem acha que exagero, as práticas no tempo de Chatô continuam atualíssimas: veja aqui.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Álbum III - Florença

O Duomo de Florença, visto de nosso hotel, o Machiavelli.

Obras de arte contemporâneas, em exposição no Palazzo Pitti

Florença. Bela cidade.
Não parece, mas a catedral aí é grande pacas.

No Palazzo Vechio, onde também funciona a prefeitura da cidade

Com vinho e copos de plástico, perambulando e tomando umas.

Às margens do Arno.
Da Piazzale Michelangelo. A madona à frente, o Duomo ao fundo.

A foto não faz jus. É enorme e espetacular.

Golpe baixo


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Rastilho

Espanha, Portugal, França, Grécia, Islândia, Irlanda, países árabes...

Vocês tão acompanhando no que deram anos de governo Serra-FHC em todos estes países? Do arrocho que a classe média e baixa de várias nações estão sofrendo? Da crise socioeconômica gerada pelos dirigentes locais, fruto da sistemática submissão aos interesses doFMI e da elite do grande capital financeiro transnacional?

Na verdade, desconfio que ninguém está acompanhando nada disso, se estivermos vendo a Globo, lendo a Veja, a Folha, o Estadão, etc, etc, etc.

Aqui, enquanto não houver democracia na comunicação, estaremos sempre à beira de um golpe contra governos trabalhistas ou de um retrocesso em direitos sociais.

Por enquanto, ainda temos a internet para ter acesso à pluraridade de idéias, versões factuais e informação em geral.

Vamos ver por quanto tempo nos permitirão essa indulgência.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

minimanifesto

Eu, que batalhei para a derrota de Serra, começo a ficar preocupado com alguns sinais do governo Dilma.

Mas não me arrependo.

Não tenho procuração para defender ninguém. Nenhum partido. Minha bandeira é a democracia. Utópica e prostituída que seja.

Aliás, se tenho que tomar partido, que seja o do cidadão comum.

O cara que acorda preocupado se o time dele vai ganhar no fim de semana. Se no fim do mês vai ter manteiga pra barrar por cima do pão.

Onde houver injustiça, Deus me ajude estar sempre do lado contrário.

Habemus catus

Tudo leva a crer que o danado do bichano - Justin Bieber! - vai mesmo ficar lá em casa.

Meg já até comprou um casulinho pra ele. Que, segundo minhas próprias investigações, é, na verdade, ela.

O mundo animal é um simulacro da vida real. Deve ser.

* * *

Sempre fui meio arredio a gatos. Mas não tem jeito. Adivinhem no colo de quem o bicho vai buscar abrigo?

Eita.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Álbum II

Pádua. Fim de tarde numa piazza. A impressão que deu é que a cidade respirava qualidade de vida. E, no café onde sentamos, a primeira vez que nos deparamos com um procedimento estranho, que se repetiria, fortuitamente, em um ou outro lugar: você faz o pedido - uma água, uma cerva, uma pizza, sei lá - e o garçom traz já com a conta. Ora. Mas nós não pedimos a conta. E se a gente quiser pedir outras coisas?

Fiquei meio ofendido. Será que não foram com minha cara ou tem lugar na Itália que tem detector de pobre?

Filmagem toda torta. E nem bêbado eu tava.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Álbum I

Veneza.


Típica paisagem veneziana, na qual constatei que a maioria dos varais não costuma ostentar roupas de baixo. Sei lá, achei que vocês precisavam saber disso.


Dotôra, na Via dei Mendicanti. Nossa rota diária em Veneza. Ao lado direito, um belo hospital, onde pude experimentar os serviços de saúde pública italiana. Um dia, eu conto.

Na saída do Palácio dos Doges. O lugar é imperdível e impressionante. Mesmo.


No único dia de friaca de toda a viagem, Meg se fantasiou de tripulante de baleeiro, com direito a garrafa de rum e tudo. Ao fundo, a Ponte dos Suspiros em obras, tapadas por placas publicitárias. A Piazza San Marco, à noite, é uma visão pra se guardar.


Nesta obra-prima do Renascimento, percebe-se que o artista retrata uma nobre aristocrata portuguesa do séc. XX com pinceladas cálidas e precisas, em evidente contraste com os tons esmaecidos que configuram a perspectiva crepuscular da Ponte Rialto, em Veneza.

Felis catus, dominus apreensivus

Veio um gato ontem aqui pra casa. Por obra de Laurinha, Bibi e Meg.

É um filhotinho miúdo. Segundo disseram, de sexo indeterminado.

Deve ser por isso, pensei, que as meninas o batizaram de Justin Bieber. Mas fico calado e não digo nada.

O bicho está sob observação. Só permanecerá aqui se todos apresentarem bom comportamento: o gato e as gatas. E também se não atrapalhar o cotidiano de Rei Nelson, o bom.

E lá vou eu ontem, depois do trabalho, conhecer o gato.

Já havia leite, comidinha, jornal e casinha de papelão. Tudo pronto. Ótimo, não quero ter trabalho com o bichano. Já falei que não cato uma caca.

Lá estávamos. Nelson preso, eu observando Meg e as meninas tentando sem sucesso chamar o pequenino que, arisco, escondia-se entre os vasos:

- Vem, Justin! Justin!

- Justin Biiiieber! Justin Biiieber!

- Pspspspsps! Aqui na mamãe!

Foi então que soltei, falando grosso:

- Ó BIBA! BIBA! Vem cá, Biba!

E o bicho veio.

Eita.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Prêmio Taí

E o Prêmio Taí da semana - dedicado em especial a todos os equivocados que vivem me rotulando de petista ou sei lá mais o quê - vai para a singela frase do Eduardo Galeano:

"Somos todos iguais na luta por uma vida diferente".

Taí, simplinho, gostei.



Uma foto pra história ou a história de uma foto


Leio hoje que a garotinha que se recusou a cumprimentar o Figueiredo, numa fotografia que se transformou em símbolo contra a ditadura, após anos de procura real e virtual, foi finalmente encontrada.

Soube-se agora que em seu gesto não havia, como até então se supusera, nenhum desagravo de cunho político, nenhuma censura de uma pequena mas consciente cidadã, nenhuma crítica de uma criaturinha precoce.

Era birra. Só birra.

A dona, incrusive, até me parece meio boba.

Pensei: quantas imagens e fatos históricos que povoam nosso imaginário coletivo e habitam a posteridade não são, ou não foram, somente versões, acasos, mal-entendidos? Ou, como na foto do presidente brasileiro, um episódio corriqueiro de manha infantil, com um sentido simbólico e político atribuído e construído externamente?

Às vezes, penso que tudo me lembra uma grande teoria da conspiração. Outras, apenas um mundo Gump. Forrest Gump.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Conta-gotas

- Já vivi 36 anos. Modéstia à parte ser oriundo de Teófilo Otoni, capital solar do Brasil, jamais experimentei qualquer coisa parecida com os gelatos - os sorvetes italianos. Tomava uns 3 por dia. Mais gostoso que chup-chup, mate-cola e picolé mini-saia juntos.

- Era pra ser um FIAT Panda, primo do Uno. Mas pude dirigir um Cinquecento bianco pelas estradas toscanas, upgrade cortesia da locadora. Mó bacana - tem horas que "bacana" é de uma pobreza vocabular, não? Esses carrinhos não deveriam ser tão caros por aqui.

- Uma das coisas mais legais de comer massa ao nero de sepia é cagar verde. Por três dias. Já tinha experimentado aqui no Brasil e na Itália também funciona. Recomendo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Impressões P&B (Práticas & Breves) da Itália

- Pensar na malha ferroviária do país (onde parece existir uma estação em cada povoado) e no metrô de Roma (que só tem duas linhas) deprime. Especialmente para quem é de Belo Horizonte.

- Comprovado: Pisa é administrada pela BHTrans.

- Após estes dias de retorno ao Brasil, vem depurando em mim a convicção de que, fosse preciso apontar apenas uma cidade italiana para revisitar, não hesitaria em cravar Veneza como a escolhida.

- O Trastevere, bairro boêmio de Roma, me induz a uma cilada, a querer ser peremptório: é o bairro mais descontraído, cativante e charmoso do mundo. Superando até o Buritis e qualquer um de Nova Iorque, Londres ou Paris.

- Não gostei de Siena tanto assim. Entre as cidades medievais, me parecem muito mais atraentes as menores, como San Gimignano e Monteriggione. Duas pequenas jóias.

- Cinque Terre (aliás, Cinque Terre só não, toda a Itália): não há fotografias que lhe fazem justiça. Vindo do trem de La Spezia, sair do túnel escuro e dar de cara com aquele marzão da Ligúria pela primeira vez é um acontecimento.

- Pádua é muito bacaninha e não há lá aquela balbúrdia de turistas. O que permite ao estrangeiro apreciar, com maior nitidez, o tranquilo fim de tarde de uma típica cidade do interior da Itália.

- Roma é Roma, e vice et versa. Fim de papo. Caput mundi.

- De certa forma, Buenos Aires no ano passado foi uma avant premiere da Itália; penso nisso sobretudo à mesa, no coberto, na ortodoxia do primeiro prato (majoritariamente carboidrático) e segundo prato (predominantemente proteína).

- A grandiosidade e o nível de preciosismo nos detalhes dos monumentos, palácios, praças, museus, obras destes museus, igrejas... é estupendo. Dá pra dedicar uma vida inteira estudando apenas a capela de uma basílica ou um salão de um museu. Itália, península de superlativos.

- Premeditei o roteiro da viagem; Meg está descrevendo a viagem como ocorreu. Quem quiser, vá lá conferir no namesadeumbar.

PS: melhor frase da viagem. Entro na loja da Ferrari e digo todo animado pro vendedor "Buonasera, Io sono brasiliano", ao que ele responde "Va bene, não é culpa sua".

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ciao, Italia

Cheguemo! Bão dimais.

O voo de volta - conexão Lisboa - foi dureza. Turbulência, coro de quinze meninos chorando, nego passando mal - adivinha onde? - bem do nosso lado, tivemos que trocar de lugar, a incompreensível paixão do Brasil por filas, no Aeroporto de Confins (leva-se uma hora e meia para passar pela PF e pegar as malas, quero ver na Copa), mas, no fim, va bene.

É bom estar de volta, bater os pés em casa. Mas parte da gente ficou lá naquela bota.