terça-feira, 14 de setembro de 2010

Que dias

Às vezes fico besta, perplexo, com a campanha sistemática do PIG - Partido da Imprensa Golpista, a alcunha zombeteira criada para (des)qualificar a, digamos, grande mídia do país: Folha, Veja, O Globo, a Globo, a Abril, Estadão, Época, etc. Uma orquestra afinada para levar o Serra à vitória na disputa presidencial.

Independentemente da denúncia do dia ou do "escândalo" da semana, que devem ser apurados, esclarecidos e punidos, se for o caso, o estupor moralista que exala das indignações dos colunistas e dos editoriais que ora ando colhendo é muito curioso. Porque é bissexto: só se verifica quando governos e políticos trabalhistas estão por cima.

Só para citar um exemplo: gostaria muito de ter visto esta mesma ira santa quando da compra de votos para a reeleição de FH.

Outro dia mesmo, o casal JN anunciou que Dilma interrompeu a campanha para conhecer o neto recém-nascido. Já que exibiriam imagens da vovó com o bebê nos braços, seria uma nota até alegre, trivial, que merecia ao menos um sorrisinho de esquina de boca antes de chamar o VT. Mas, se alguém chegasse na sala naquele instante e visse o semblante dos apresentadores, me perguntaria de imediato: - Morreu quem? Quem?

Volto a repisar: nada de mais o PIG tomar partido. É uma prerrogativa dos estados democráticos. Problema é brandirem a bandeira da imparcialidade. O leitor, o espectador, tem o direito de saber a posição política e as preferências eleitorais da editoria (se formos entrar nos interesses financeiros e comerciais, a conversa fica mais complexa) , do grupo que manda em determinada revista e jornal.

Assim, o leitor, o espectador teria a chance de exercitar e amadurecer seu juízo crítico.

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