sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Clooney´s home

Mora maaaallll...

por André Kfouri às 18:32h

Bem-vindos à casa da família Beckham na Itália.

Chama-se Villa Oleandra, e fica às margens do lago de Como.

Uma mansão do século 18, com 25 quartos. Preço estimado: US$ 10 milhões.

DB e família estão morando lá, enquanto dura a fase italiana da carreira dele, por uma gentileza do dono - o ator George Clooney.

Clooney faz o sacrifício de viver em Como três meses por ano. Quando não está lá, empresta a casinha a quem precisa.

Quem viu “Doze Homens e Outro Segredo” deve lembrar da cena em que Clooney e Julia Roberts, num fim de tarde espetacular, contam a Vincent Cassel que ele roubou o ovo falso.

Pois ela foi rodada na varandinha que aparece na foto.


Do blog do André Kfouri: http://blogs.lancenet.com.br/andrekfouri/

Fide et labore

Audatia parvuli vincunt.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Gol!

Foi gol! Gol aoooonde??? Em Niterói! 

Os tricolores Bruno Perpétuo e Cláudia Ruiva, numa trama estonteante,  abrem o marcador entre os boêmios! Ovacionados, deixam a equipe boêmia  para serem titulares no time dos jovens pais!

A torcida comemora! A arquibancada mineira aplaude de pé!

As novas pílulas do Dr. Miguez

Jobs no oficial e no paralelo aparecendo em catadupas. Bão tamém.

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Aiai - minha monografia (que já té citei algo a respeito aqui) está atrasada e pode sofrer uma guinada. Nosso orientador tá puto com os dois enrolados que pegou, eu e Vermelho.

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Falar no bicho, aí vai uma bomba - pelo menos pra quem conhece o sujeito. Ele, que é designer e trabalha comigo em várias empreitadas, me disse que vai se casar em dezembro agora ou fevereiro/2010! E com uma de nossas professoras da pós-graduação! Pelo menos, pra alguma coisa o curso tá servindo (hehehe).

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Quando expliquei do que se tratava, Meg logo cantou a bola. A propósito do título deste post, e da revelação de pai que seu avô, Nenem Miguez, produzia um preparado indígena que era tiro e queda na cura da asma - Oh Meu Zeus - era exatamente de uma idéia assim que precisamos para sair dessa pindaíba!!! 

Por Tupã, pai! Qual é a fórmula das pílulas do Dr. Miguez?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Festival da Carne

Sim, é o que se pode dizer do meu carnaval na casa da sogrinha e do sogrão. Mas nada do que a sua mente maldosa poderia talvez maquinar. 

Aconteceu que churrasqueamos por três dias consecutivos, períodos apenas interrompidos por desjejuns, almoços e as consequentes sessões de siestas - eis que somos de carne, não de ferro - não custa recordar. 

Mas, dizia, tratou-se de fato de um Festival da Carne, tendo por comandante de churrasqueira este humilde servo. Imprescindível dizer que para o êxito do empreendimento pude contar com o providencial auxílio de Chico Cunhado, da doce e expedita sogrinha e, claro, da excelente Doutora. 

Nem tudo foram flores. Houve momentos de tensão e gotas de suor frio - como no primeiro dia. A despeito do arsenal de técnicas passadas pelo pai, levei uns bons 50 minutos para acender a churrasqueira virgem; e, nesses instantes de mudo desespero que pareciam eternos, meu nervosismo aumentava ainda mais sob o olhar e o silêncio vigilantes do querido sogrinho, que, a dado momento, cansado de esperar que minhas tentativas de fazer fogo obtivessem sucesso, deixou o recinto, provavelmente decidindo se seria melhor esquentar a janta no microondas ou tirar um cochilo.

No entanto, as dificuldades iniciais foram superadas e acho que melhorei um pouco ao longo dos dias (como sabemos, em assuntos que envolvem carne, a prática leva à perfeição). Fiquei mais ágil na esgrima dos espetos, no tempero das peças, no tempo certo da carne sobre a brasa. E, se não houve tanta variedade e nobreza de cortes que caracterizam um churrasco suntuoso, não faltaram animação e bom humor neste que foi um ambiente de agradável convívio, no qual todos - sogro, sogrinha, cunhado e namorada, Doc and the little angels - assim espero, tenham saboreado.

E agora? Agora, a conclusão razoável a que chego após cuidadosa análise dos fatos, a essa altura acredito já ter sido nomeado (ainda que extra-oficialmente) Churrasqueiro-Em-Chefe da Família Marques! - Pronto para a ação em festas, aniversários, batizados e eventos em geral que porventura requeiram os escassos - porém denodados - préstimos de um homem de faca, carne e carvão.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Bom carnaval

Moçada. Abram alas para os Acadêmicos da Boemia. Vô ali sambá e vorto já.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Correspondência extraviada

Meus e-mails (4 mil e cacetada) de trabalho sumiram.  Xô ver... a quem pode interessar o sumiço dos meus e-mails?

Não sou homem de não ter inimigos. Entre estes, alguns são de especial predileção. Aos quais aprecio atribuir a causa de diversos males -  da TV fora do ar à queda da Bolsa de Tóquio.

Quem é amigo de todo mundo dificilmente pode ser meu amigo. Acho.

Oooolé!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dele

A má notícia

LFVerissimo

Em termos de sobrevivência e proliferação, a espécie humana é um sucesso sem precedentes. Nenhuma outra espécie com a mesma proporção de peso e volume se iguala à nossa. Beiramos os oito bilhões (só no tempo gasto para escrever isto nasceram mais alguns milhares) e o nosso habitat natural é a Terra toda, seja qual for o clima ou a vegetação. Como conseguimos controlar a produção do nosso próprio alimento, somos a primeira espécie na história do planeta a poder viver fora do seu ecossistema de nascença. Isso nos permite multiplicar-nos como nenhum outro bicho de tamanho equivalente, e nos deu a mobilidade e a consequente sociabilidade – em nenhuma outra espécie as diferentes categorias se intercasalam como na nossa – que nos salvou do processo de seleção que limitou as outras, dependentes de ecossistemas restritos. Por isso não evoluímos muito, mas também não nos extinguimos.

A técnica também nos salvou das regras implacáveis da seleção natural. Mutações que decretariam o fim de outra espécie em poucas gerações na espécie humana são corrigidas, ou compensadas, pela técnica. Exemplo: a visão. O homem urbano tem visão inferior à dos seus ancestrais caçadores e catadores. Como só precisamos de visão suficiente para distinguir as embalagens no supermercado, enxergamos menos do que quem precisava descobrir comida no mato. A oftalmologia se encarregou de corrigir nossa degeneração visual. Graças à técnica, nossa espécie hoje enxerga até no escuro.

Esta é a boa notícia. A má notícia é que chegamos onde estamos consumindo tudo à nossa volta e hoje somos tantos que também nos transformamos em recurso consumível. Estamos, mesmo, a caminho de estabelecer uma monocultura de carne humana que superará em valor calórico todas as outras fontes de alimento disponíveis sobre a Terra. Em 10 mil anos de ingestão de comida cultivada, mesmo descontando o fato que a maioria só comia para subexistir, fomos ficando cada vez mais nutritivos e apetitosos. Hoje, gente é o principal exemplo de recurso subexplorado do planeta. Seguindo as leis impiedosas da evolução, as comunidades virais e bactereológicas fatalmente se transformarão para nos incluir, cada vez mais, na sua dieta. Já que estamos aí, aos bilhões, literalmente dando sopa.

Era a minha contribuição para estragar o seu dia, hoje. Obrigado.

Um triz

Hoje, quase atropelei um menino.

Foi de manhãzinha. Num cruzamento.

Ele veio da esquerda, em velocidade. Aproveitava o embalo da ladeira para atravessar a avenida onde eu dirigia.

Freei no último, no último momento. Na brecada, meu coração entalou no gogó. Zuuuum,  lá foi ele com sua bicicleta. E, se não havia olhado para os lados antes de empreender sua louca travessia, menos ainda se dignou a olhar para trás. Se o fizesse, veria, num choque entre o alívio e a fúria, o atônito motorista do automóvel que por um triz não o transformara em paçoquinha.

Foi aquela coisa de cinema, de carrinho de bebê atravessar o sinal fechado com veículos de ambas as direções tirando lasca.

Se nada aconteceu, não se deve o crédito à minha diligência; naquele momento, o que poderia me deter, a não ser esses imponderáveis encadeamentos de eventos e coerografias onde bailam as horas do menino e as horas do meu dia?

Não atropelei o menino, mas deu vontade de atropelar a mão na orelha dele.

Ah, danado. Se te pego.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Crônica véia

Como se fora uma rede secreta de coincidências orquestradas:

Primeiro: ontem, à mesa do jantar, Laurinha e Bibi (a.k.a. The little angels) ficaram incessantemente pedindo que Doc e eu contássemos casos de nossa infância, molequices, traquinagens. Mal acabava o relato de um, exigiam outro - de preferência engraçado, expectativa à qual meu repertório nem sempre pôde cumprir.

Segundo: hoje, chega à caixa um e-mail, de senhora de 58 anos, que encontrou uma crônica antiga sobre infância vagando por aí pelo ciberespaço há... há quanto tempo, mesmo? Nem sei. Mas dizia a gentil senhora que gostou, que gostaria de escrever suas memórias, e que seus filhos e netos vivem solicitando que ela um dia tome tenência e as publique. Meio encabulado, agradeci.

Dor no peito e sorriso nos lábios
Me lembro do tempo em que era menino, jogador de bola, lá nos cafundós do Serro, essa cidadezinha aprazível, pequenina e boa, porque se crescer mais estraga.

Terrazinha generosa, de a gente visitar roça e comer queijo.

A coisa mais gostosa que tinha, exceto a filha do prefeito, era a gente sentar lá no alto da Santa Rita, uma igreja em cima dum morro, e se espreguiçar naquele gramado verdejante, que se me esforçar um pouco mais, inda sinto o cheiro.

E se ficava ali, tomando sol como lagarto, com os amigos, no exercício do à toa, sentindo vento e espalhando mentiras. De tardinha que a coisa se  embunitava mais. O sol ia pedindo arrego devagar. Lá, no passado, ao contrário de agora, se percebia o tempo passando. E quando a gente dava por conta, pintava no alaranjado-vermelho-azul-roxo a primeira estrelinha, a de fazer três pedidos.

Com alguma consciência, fazia um pedido pra mim, um pra humanidade e o terceiro variava, dependia muito da inflação e da conjuntura política.

Primeiro pedia pra Deus uma namorada. Segundo, pedia pra acabar com a fome e a guerra, tentando negociar com Ele esses desejos num só, pois aí eu ainda ficava com um desejo de reserva, que não sou bobo.

As luzinhas da cidade iam se acendendo uma a uma, com má vontade. Ali, naquele horário, do alto da Santa Rita, a gente pensava em tudo, falava mal de tudo, duvidava de tudo, agradecia por tudo, e tudo isso era bom.

Refletores alumiavam a igreja às badaladas das 6 horas. Vinha chegando hora de ir embora, com roupa suja de marrom e joelho ralado, meia escorrendo pra dentro do tênis. Hora de pegar carona com meu pai, que saía do serviço ali pertinho.
De dentro do carro, indo pra casa, olhava uma última vez pra trás, praquele lugar, e não sabia porquê. É que a gente não tem muita dimensão do quê que vai virar saudade anos depois.

Pílulas do Dr. Miguez

Mas que bela porcaria é a refilmagem de "O dia em que a Terra parou", não? 

Quem parou de assistir foi Doc, que dormiu e fez melhor negócio. Mas, há algo a ressaltar: preciso reconhecer o mérito do Keanu Reeves. Não há ninguém em Hollywood, talvez em todo o globo, capaz de desempenhar um papel com cara de nada. O bicho se superou, é sério, e isso requer gênio. Não deve ser fácil subtrair, de forma crível e genuína, todo e qualquer vestígio emocional da face e dos gestos. Ninguém, além de Keanu, é tão inexpressivo de forma tão natural. Palavra, quem mais conseguiria interpretar um alien sem emoções como ele, uma vez que Ricardo Machi - o inesquecível Cigano Ígor - parece ter abandonado de vez os holofotes da ribalta? 

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A falta de dinheiro é o terreno dos sonhos.

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Sexta-feira, eu e um cumpadre numa mesa de sinuca. O jogo seguia o seu curso normal; em outras palavras, eu perdia fácil,bovinamente. De repente, em nossa última ficha, fomos desafiados por dois forasteiros, um deles, em especial, um tanto quanto pegajoso, falastrão e desagradavelmente competitivo. 

Ah, a felicidade que as pequenas vilezas nos dão! Pois os sujeitos já tavam por uma bola pra chegar à bola 1, e eu sentia sobre mim seu olhar dissimulado de triunfo apenas um pouco menor do que o de desprezo, na certeza de que era eu o peso morto da parceria (como, de fato, o era); quando, de repente, não mais que de repente, matei três bolas em seqüencia, viramos o jogo, e encaçapei a amarelinha bola 1 numa daquelas matadas providenciais, opostas, intrépidas e choradas. 

Na outra, fomos bem novamente e vencemos. O cara se contorceu, reclamou com o parceiro, conteve a espuma da boca; mas continuou. Perdemos a seguinte e então demos a chance de uma nova partida, mas os bichos declinaram.

No fim, fiquei sorrindo por dentro. Não sei jogar sinuca, mas não importa. Podia ser jogo da velha, cuspe à distância ou até amarelinha. Bom mesmo é a sensação de ganhar de um babaca.

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Ainda bem que passei longe do Atlético x Cruzeiro.

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Próximo fim de semana, carnaval. Yes, weekend!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Preciso de uma boa idéia

Para garantir o meu mingau de cevada e o leitinho das crianças, preciso de uma boa idéia - e que não baste ser das boas. Tem que ser financeiramente rentável. 

Pois que não são poucos, ó senhor, em meu derredor, a lastimar o passado entre suspiros e a perscrutar o futuro com olhos estáticos e sombrios. A estes que vagam sem rumo me incluo, senhor. Mas reconheço o estreito de minhas capacidades, senhor.

O que não me impede de pedir por uma luz, uma chama, uma centelha divina - nem que seja uma flaminha de isqueiro Bic.

Sei das minhas limitações, ó senhor. Não oro por nada parecido como inventar a roda, a pólvora, a lâmpada, o circuito integrado. Tampouco elucidar o mistério dos buracos negros e o traçado dos wormholes astrofísicos. 

Só quero uma idéia. Uma ideiazinha.

Sim, sim, uma eureka pra chamar de minha. 

5 segredos

Vi lá na Cynthia o meme de 5 segredos, a partir de agora, confessáveis. Vamo lá:


 - Levitei uma vez quando tinha 6 anos de idade.

- Depois de minha passagem, todas as escolas onde estudei fecharam ou entraram em dificuldades financeiras.

- Gosto de tomar banho sentado, às vezes.

- Sei quem matou John Fitzgerald Kennedy.

- Vim do futuro. Sou um chronodigger do séc. XXXVII, especialista em mitos arcaicos e sociedades pré-hecatombianas. 


Doc, espero os seus.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

relacionamentos

Você tem o mesmo computador durante anos. O conhece melhor que ninguém. Sabe as manias, os pequenos hábitos. A preguiça na hora de acordar. Os barulhinhos estranhos na hora de dormir. As manhas, as birras, os defeitinhos. Ninguém é perfeito, mas você gosta dele mesmo assim. E sejamos honestos: você também não é o melhor dos usuários.

É um relacionamento de confiança, construído há anos. Você talvez seja mais íntimo do seu computador do que de sua mulher. Mas, o tempo passa. As divergências aumentam. A paciência de um com o outro diminui a cada dia. A situação se torna cada vez mais insustentável. Aí, um dia, não dá mais. A relação acaba.

Você então começa tudo de novo com um outro computador. Novos hábitos, novas manias. 
- Que linguagem é essa, sem acentos, pontuação toda fora de lugar - isso é jeito de falar comigo?

- Onde foi parar meu navegador? Você sabe que sem meu navegador e links favoritos, eu não 
vou a lugar algum. 

- Ei! cadê aquele atalho que eu tinha deixado aqui?

- Sinto muito: ou eu ou as teclas de filtragem. Gosto de deixar o dedo pressionado no shift enquanto penso no que dizer e como irei começar a frase seguinte. E as teclas de filtragem bagunçam tudo. Ou você desativa as teclas ou está tudo acabado entre nós.

Conviver é complicado.

Nada funciona

Hoje, o mundo conspira. Trocaram meu computador no trabalho mas nenhum dos dois teclados funciona direito quando o assunto 'e acento, shift, pontua'cao. Press;ao de prazos, jobs, argh!!!! Mau-humor do c'ao.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Mira!

O cavalheiro com a mão no peito, El Greco

A quem entreter possa: desde dezembro, em mais uma do Google, estão disponíveis para apreciação 15 obras-primas do acervo do Museu do Prado. 

Segundo dizem, o que distingue este de um passeio virtual comum é a qualidade da imagem, em resolução máxima, oferecendo ao internauta o regalo da intimidade - detalhes, por exemplo, que a distância à qual o quadro é exposto ao visitante não permitiria detectar.  Ou em bom tecnicismo: uma definição 1,4 mil vezes superior ao de uma câmera de 10 megapixels. 

A seleção se pretende didática, um tour pelas diferentes escolas de pintura e seus expoentes. A entrada é aqui e hoje é de grátis. 



Atualização: é preciso ser usuário do Google Earth pra ver na tal resolução. Mas a visitinha ao Museu no link no link ali continua valendo.
  


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Carnaval 2009

Normalmente, naquele negócio de ter quer arrumar alguma coisa pra torcer ou tomar partido - o mundo parece se incomodar com os indiferentes - sou Mangueira, Portela, Mocidade. À toa, sem acompanhar na TV ou me importar.  Mas sempre gostei de um bom samba-enredo, contagiante, formigante, braseiro.

Pois esse ano, minhas escolas que me desculpem, não tem pra ninguém no quesito. A Império Serrano regravou o irresistível Lenda das Sereias, puxado na Avenida em 1976, e popularizado na interpretação da Marisa Monte.


Lenda das sereias e mistérios do mar
Dinoel – Vicente Matos – Veloso

O mar, misterioso mar
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante

Olha o canto da sereia
Ialaô, okê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar

Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas 
A paz ela semeia

Toda a corte engalanada
Transformando o mar em flor
Vê o Império enamorado
Chegar à morada do amor

Oguntê, Marabô
Caiala e Sobá
Oloxum, Inaê
Janaína e Iemanjá
São rainhas do mar

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Show do Alceu

Nunca fui. Sempre tive curiosidade, gosto do bicho. Tomara que seja o oposto do show do Zé Ramalho -  aquele trapaceiro. Em três shows do cara, a mesma marra, a mesma má-vontade. E outra: a apresentação durava uma meia-hora, uns quarenta minutos. Pelo menos nos que fui, o cara jamais cumpriu a programação. É um sirigaito.

Pois então vamo lá conferir o que o Alceu arretado vai aprontar. 

O dia passou rápido. E a noite vai ser frevo nas canelas. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Declaração

Cara, tem algo melhor do que acordar com um carinho, um bom-humor, uma massagem? Tem, talvez: não acordar. 

Mas, ao contrário do adágio dos grãos que enchem o papo, a cada momento de entrega, de bem-querer e de despreendimento da Dra., eu jamais me canso ou empanturro. Não deixo de me surpreender, não me canso de admirá-la. O que cresce é a vontade de retribuir, o desejo de ternura e carnura, a intuição se transformando em certezas.

Sei que soa piegas, mas corro o risco. Talvez só seja possível amar sem medo do ridículo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Também quero um closet só pra mim

Valeu a dica, Doutora.

habitat

O condomínio onde moro vive agora seu primeiro desentendimento. Pena. E o motivo de tudo é, sim, ele mesmo, como quase sempre em quase tudo: o vil metal.

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Construção/reforma para melhoria do prédio deve ser dividida pela fração ideal? Mails para boemiosnodivaapartamentotipo.

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Vizinhos. Tê-los ou não tê-los? Vez ou outra, nino um dos meus inúmeros e inconstantes projetos. Comprar um terreninho pra construir uma casinha é um deles; compreensivelmente, o sonho se torna mais assíduo quando os lhasas e terries dos vizinhos ladram como crianças birrentas e alguns débeis usam os estridentes decibéis de alguma dupla sertaneja para tentar estilhaçar as vidraças do edifício.


Não é política da boa vizinhança; não é política da má vizinhança. É política nenhuma, e todo mundo sabe o que normalmente rola quando a diplomacia falha e a política claudica. 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pecados

Bah, bastante tenho obrado com os pecados capitais, entre os quais a preguiça se faz imperatriz, e os demais, serviçais. Culpa não há nem haveria, visto que nestas veias vãs corre sangue da Bahia - corre, não; vaga, eu diria; correr, ora essa, mui trabalho daria! Na luxúria, ergue-se meu obelisco; na gula, enquanto devoro nem pisco; e no mármore dos arabescos que ornam este castelo da soberba, observa: mil espelhos refletem o palácio vizinho ainda mais belo, soprando aqui também a ira pelo mal de Otelo.

Basta, pois, dos capitais! Proponho novos pecados, tão dantescos quanto de apreço nos círculos infernais; a saber, lá ululam criaturas sequiosas de nossas almas imortais; os pecados podem ser outros (intolerância, covardia, indiferença, negligência), podem até ser triviais (burrice, mau-humor e impaciência), mas, sem exceção, todos hão de nos atirar às sulfurosas profundezas abissais!

 Ai, meus sais! 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fertilidade

Não bastassem a crise econômica mundial, as demissões em catadupa pelo mundo e as relações estremecidas entre Brasil e Itália, estamos à volta com o boom de natalidade dos humsters da casa da Meg. E com um caso, aparentemente, sui generis na história natural do dentucinho. 

Foi o que me comunicou Bibi - não exatamente com estas palavras - ao me ligar no trabalho, com a alarmante notícia de que os humsters fizeram das suas de novo - a terceira ninhada em pouco além de dois meses - e mais: é possível que quem pariu tenha sido o macho. 

Nada que é humano me surpreende, pensei com meus botões, como já bem disse sabiamente algum sabido. E, daqui em diante, nada que é roedor também não.

Ora, se outro dia um rapazola conseguiu engravidar, sei lá por que artifício da medicina moderna, por que não outros mamíferos machos? Aí está, a mãe natureza mostrando mais uma vez que a gente não sabe de tudo, que o buraco é sempre mais embaixo e que a vida - metafisicamente falando, talvez - é danada. Ou que, com esses ratos, é pimba: não dá nem pra piscar. 

Uma explicação científica possível agora me ocorre. Preciso averigüar (trema, comigo jamais estará sozinho) se a Dra. anda pingando água nas criaturinhas ou as alimentando depois da meia-noite. Como qualquer um com mais de trinta anos sabe, isso pode provocar reações imprevisíveis no metabolismo de animaizinhos peludinhos e fofinhos.

No mais, tranqüilizo-me. Que procriem, os humsters. Nao precisaremos nos preocupar com o que presentear os amigos e familiares até o próximo natal. 

Golpe baixo


Iiiiiiáááá!!! Karateca com cara de quem levou um teco no teco-teco! 

Afinal, pra que servem os amigos? 

Arigatô, Aletinha. 


Sobre a copa


Senti que deveria reproduzir isso aqui. Mais uma cousinha sobre a Copa no Brasil: ma que logomarca ruinzinha foram arrumar, hein? E esse vermelho?

A Copa da Leviandade

JANIO DE FREITAS 

Se o custo fosse R$ 35 bilhões, equivaleria a mais de duas vezes o Orçamento da Educação


PREFEITOS de capitais e respectivos governadores estão empenhados em uma competição nunca ocorrida por aqui.

Para todos os ouvidos públicos, dizem tratar-se da disputa pela inclusão de sua capital entre as 12 que sediarão jogos da Copa do Mundo no Brasil, em 2014.

A verdade é um pouco menos modesta do que os prefeitos e governadores.

A conquista que eles buscam é incluir-se entre os 12 prefeitos e outros tantos governadores que vão estourar os cofres e muito futuro de suas capitais, e se necessário os dos Estados também, em benefício de sua popularidade eleitoral.

A Copa do Mundo é precedida pela Copa da Leviandade, promovida pelo governo Lula.

A estimativa de custo da Copa entregue a Lula no meio da semana, por suas eminências Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, duas riquezas do peleguismo futebolístico que presidem a Fifa e a CBF, refere-se a R$ 35 bilhões calculados pela Fundação Getúlio Vargas.

Se o custo fosse aquele, equivaleria a duas vezes e mais 30% de todo o Orçamento para a Educação como será apresentado, amanhã, na reunião ministerial. Ou quase nove vezes o Orçamento para Ciência e Tecnologia.

Sabe-se, porém, que estimativas de custo de obras, no Brasil, são o que há de mais consagrado na ficção brasileira.

Bem, saber, não se sabe: vê-se.

Uma das batalhas de Juca Kfouri, a um só tempo inglórias e gloriosas, é a cobrança do relatório do Tribunal de Contas da União sobre o custo, e as mágicas que o fizeram, do Pan no Rio em 2006.

Dinheiro do Ministério do Esporte, da Prefeitura do Rio e do governo fluminense.

Pois nem o TCU cumpre o mínimo dever legal e público de divulgar suas constatações, quanto mais os que torraram, entre aplicações e divisões, o dinheiro público em que estimativas de R$ 50 milhões chegaram, na realidade, a dez vezes o estimado.

Sem explicação.

O que não se sabe, vê-se.

O Rio, há muito maltratado, foi abandonado de todo, para a prefeitura pagar o saldo de seus gastos e remendar as contas durante dois anos e meio, como prevenção parcial do risco de inquéritos e processos na sucessão.

Isso em uma capital com os recursos do Rio.

Uma cidade como Natal, cujo encanto não se traduz em dinheiro sequer em proporção aproximada, diz o noticiário que está gastando R$ 3,5 milhões só para engambelar a apresentação de sua candidatura.

Propõe-se a construir um estádio, com projeto encomendado na Inglaterra, de custo estimado em R$ 300 milhões.

Digamos, contra tudo, que a estimativa seja exata.

A cidade e a população de Natal não têm carências inatendidas até hoje por falta de R$ 300 milhões?

Na concepção eleitoreira e rentável, a continuidade, pelo tempo afora, das carências de Natal e das outras capitais de menor riqueza é compensada por três ou quatro jogos das oitavas da Copa.

O plano da cidade de São Paulo é exuberante.

São Paulo pode.

Mas seria interessante saber por que os bilhões paulistas, que entusiasmam o prefeito Gilberto Kassab ao se referir às obras para a Copa, não lhe dão o mesmo entusiasmo para usá-los, por exemplo, em obras corajosas que humanizem o neurotizante trânsito paulistano.

Das pequenas capitais à potência de São Paulo, só as quantias variam.

O desprezo pelas cidades e suas populações, presentes e futuras, é o mesmo.



Expresso na Copa das Leviandades.