quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Brincadeira!

Perplexo, vejo que a apelação do PIG é total. Conseguiram destitutir a Erenice. Tô pra apostar que a próxima jogada será encontrarem um homem morto ou uma mulher viva na cama da Dilma. Até lá, a próxima capa de Veja deve ter um polvo com grana num tentáculo, metralhadora na outra, etc.

Ao mesmo tempo, a Folha reedita até um comercial de 1987, se não me engano da lavra do Olivetto (muito bom texto por sinal, da época em que não era o jornal que é hoje), como propaganda subliminar contra Lula e Dilma.

Seria exagero dizer abre o olho, democracia?

Hitler, Mussolini e a campanha eleitoral

Oposição muda estratégias e compara Lula a ditadores. Por Cynara Menezes. Foto: Agência BrasilOposição muda estratégias e compara Lula a ditadores

Com o candidato José Serra estacionado nas pesquisas mesmo após três semanas de fabricação ininterrupta de factóides pela imprensa, a oposição começou nos últimos dias a desenhar uma nova e desesperada estratégia: comparar o presidente Lula, eleito, reeleito e prestes a fazer sua sucessora democraticamente, a ditadores nazistas.

Primeiro foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que retornou do ostracismo em que foi jogado pelos próprios correligionários para comparar Lula a Benito Mussolini. “Outro dia eu vi um filme sobre o Mussolini, ‘Vincere’. Fiquei horrorizado porque o Mussolini tinha quase unanimidade. Todo mundo estava do lado dele”, contou FHC. “Faltou quem freasse o Mussolini. Claro que Lula não tem nada a ver com ele no sentido específico, mas o estilo, dizer ‘eu sou tudo, quero o poder total’, não pode. Alguém tem que parar”, conclamou o tucano mor, para quem Lula é o “chefe de uma facção” por fazer campanha para sua candidata, Dilma Rousseff.

Fernando Henrique repercutia uma frase do presidente Lula do dia anterior, segunda-feira 13, em comício em Santa Catarina. Lula disse aos eleitores ali presentes que era preciso “extirpar o DEM da política brasileira”. Como já virou prática, a fala do presidente em relação ao ex-PFL e ex-Arena se transformou, sob a ótica dos colunistas da grande imprensa, em uma tentativa de “extirpar” a oposição no país como um todo.

O presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, aquele que um dia exortou os brasileiros a “acabar com a raça” do PT, colocou o filho Paulinho para repetir a cantilena ensaiada do “nazifascismo” de Lula. “O presidente tem de estar são e lavar a boca para falar dos Bornhausen em Santa Catarina”, declarou Paulinho bem no estilo familiar, acusando Lula de “mostrar a verdadeira face de protótipo de ditador”. Na quarta-feira 15, foi a vez de outro príncipe herdeiro do DEM, Rodrigo Maia, filho de César, fazer coro, dizendo que o desejo de Lula de extirpar seu partido da política “lembra a perseguição dos nazistas aos judeus”. No mesmo dia, em Juazeiro do Norte, no Ceará, o tucano Tasso Jereissati comparou Lula a Hitler, Mussolini e ao ditador paraguaio Alfredo Stroessner.

Não deixa de causar espanto, neste momento, a iniciativa da Folha de S.Paulo de ressuscitar um velho anúncio de televisão, de 1987, em que cantava loas a si própria como o “jornal que mais se compra e nunca se vende”. Com sua credibilidade abalada por sucessivas reportagens contra Dilma sem similares contra o candidato tucano, a Folha fez reportagem anunciando a ressurreição do comercial “premiado”, que voltou ao ar justamente nos intervalos do último debate entre os presidenciáveis, na rede TV!, no domingo. O texto da peça: “Este homem pegou uma nação destruída, recuperou a economia e devolveu o orgulho a seu povo. O número de desempregados caiu, o produto interno cresceu, a renda per capita dobrou, o lucro das empresas aumentou…” No final, “este homem” aparece: é Hitler.

Alusão a Lula? Coincidência? Haverá quem fale em teoria de conspiração. E haverá quem fale também em orquestração. No ponto a que chegou a campanha eleitoral, não seria forçado dizer que infelizmente nada mais é fortuito.


Cynara Menezes

Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista "VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.

5 comentários:

Bruno Perpetuo disse...

Agora que você tá on line o tempo todo, já deve ter visto isso, né?

http://www.cartacapital.com.br/politica/claudio-lembo-a-midia-se-engajou-por-serra

Abs

Rubão disse...

Já, já. Nóis aqui anda ligado nos movimento, mano.

MegMarques disse...

Nojo da direita brasileira...

Bruno Perpetuo disse...

Hehe.. nojo antigo Meg. Nojo antigo.

Rubão, tô gostando de ver mesmo... Virou Guevarista depois de velho, rs?

"Indignar-se contra qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo. É a qualidade mais bela do militante".

Rubão disse...

Che, acho que sou "indignarista" desde criancinha.

Injustiça pode ser de qualquer lado, não tem cara, cor, credo, partido.

Sempre me solidarizo com os injustiçados, os frascos e os comprimidos.

Torço pro Galo*, lembra?

Abraço,

r


* No entanto, sem compromisso com a idiotia.