sexta-feira, 30 de maio de 2008

Gripe

- Alerta! Alerta! Estamos sendo atacados! Organizar as defesas do organismo! Preparar as barricadas!
- Chefe, a garganta e as fossas nasais foram tomadas. Estão todas cobertas pelo muco hediondo!
- Argh! Mas isso já era esperado. Rápido, reúna um grupo de busca para possíveis sobreviventes. Não podemos perder mais ninguém.
- Positivo, chefe!
- Ei, você! Contate as células nervosas e envie um comando para o cérebro.
- Senhor, qual a natureza da mensagem?
- Peça que enviem uma ordem para o estômago e para as células gustativas. Preciso de um trabalho em equipe aqui. Temos que aguçar o paladar para mel, chá quente, limão e gemada.
- Gemada, chefe?
- Soldado, tempos desesperados exigem medidas desesperadas. Depressa!
- Chefe! Chefe!
- Recupere o fôlego, batedor. Quantos são?
- Milhões, chefe! Milhões! Não sei ao certo. Um dos maiores exércitos que já vi!
- Qual a atual posição do inimigo?
- Marcham rumo aos pulmões, senhor. O próprio General Influenza à frente.
- Droga! Capitão Anticorpo!
- Sim, Chefe!
- Reúna todas as suas tropas! Convoque seus melhores homens! É hora de nossos rapazes mostrarem a esses FDP o que é ser anti!
- Sim, senhor!
- Chefe?
- Agora não, soldado! Estou muito ocupado!
- Más notícias.
- O quê?
- Recebemos uma mensagem do pessoal da inteligência.
- Então diga, homem! Diga!
- A máquina cerebral não está funcionando direito.
- Pois volte e diga àquela cambada de preguiçosos que se não cumprirem minhas ordens eu vou lá pessoalmente lhes chutar os traseiros!
- Não dá, chefe. Tá tudo parado! Não pensam, nem raciocinam. Sinusite!
- Raios! Eu sempre soube que o cérebro seria nosso calcanhar-de-Aquiles.
- Disseram que não conseguem emitir comandos de fome, sede, etc. E que já estão operando em sobrecarga por causa do trabalho de pós-graduação. Sobre Maquiavel!
- Por Hipócrates! Soldado, e o que faz você aí parado me olhando? Mova-se!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Pretensiosos

Cara, como tem neguinho que realmente se acha.

Putz!

Deus me livre.

Bicho até pode saber muito, ter erudição, tal e coisa. Mas aí a vaidade de pavão e a necessidade de pingar gênio em um simples bom-dia (como diria o Nelson) estragam tudo e boicotam qualquer tentativa de simpatia.

E o cara acha que ninguém percebe o quanto ele se esforça pela pose. Seja na forma de escrever, no conteúdo do que fala, na postura ou no jeito de andar. Aliás, o cara é isso: pose.

Como dizem as meninas, mó uó.

Pra mim, os intragáveis se dividem em grupos: os perigosos e os inofensivos. Cada qual aberto às suas subcategorias.

Sabedoria é diferente de cultura que é diferente de inteligência. Três coisas distintas. Quem tem todas é felizardo. Mas quem realmente tem a primeira jamais ficaria arrotando as outras duas.

Cara, humildade é bom, conserva os dentes e mantém a mente sã.

Ctrl c + Ctrl v

Copiei do blog da Tina Lopes (tá fácil, no google) que copiou de outro blog que teve a idéia em outro blog... é a blogosfera.



Fausto Silva apresenta Goethe
FS - E agora, exatamente às dezoito horas e trinta minutos, nós vamos trazer aquele que é um grande ícone da poesia mundial! Ééé, bicho, tá pensando o quê? Não é brincadeira o que esse cara faz, não. Ele é considerado por muitos o maior poeta da história da Alemanha! Diretamente da corte de Weimar para a sua telinha, vem aí o glorioso Johann Wolfgang von Goethe aqui no "Domingão"!


(Entra JWG, um pouco assustado com a gritaria do público.)


FS - Grande garoto! Essa ferinha aqui foi quem escreveu aquela história do cara que faz um pacto com o diabo -e o cara era meu xará, é brincadeira? O Brasil todo aplaude...


JWG, timidamente - O sprich mir nicht von jener bunten Menge/ Bei deren Anblick uns der Geist entflieht...


FS (interrompendo) - Esse é o super-Goethe! Monstro sagrado da teledramaturgia alemã! Grande figura humana, tanto no pessoal quanto no profissional!


JWG - Kennst du das Land wo die Zitronen blühn?


FS - Orra, se conheço, meu. Morei cinco anos em Bebedouro...
(O poeta faz "nein-nein" com o indicador, vira-se e aponta para Caçulinha, que começa a tocar o
lied de Schubert. JWG, na sua melhor voz de Dietrich Fischer-Dieskau, manda ver:)


JWG - "Kennst du das Land, wo die Zitronen blühn/Im dunkeln Laub die Gold-Orangen glühn..."


FS - Ô loco! Concertos pra juventude, galera! Quem sabe faz ao vivo!

Gerenciando o dia-a-dia

Dez situações que requerem minha atenção imediata
1.Curar a gripe
2.Cortar cabelo
3.Limpar a cozinha
4.Arrumar o quarto
5.Organizar documentos espalhados pela casa
6.Pagar o condomínio
7.Coletar informações para o IRPF 2009
8.Fazer trabalho final de uma disciplina da pós-graduação
9.Limpar o carro
10.Juntar e guardar as roupas limpas; lavar as sujas

Dez maneiras de postergar situações que requerem minha atenção imediata
1.Continuar bebendo como um gambá
2.Virar EMO e não importar mais com a aparência
3.Almoçar na casa da mãe e lanchar na da namorada o máximo possível
4.Chegar em casa só para dormir (e não acender as luzes)
5.Continuar imaginando que um dia vai ter secretária
6.Fingir de égua até ser cobrado pelo síndico
7.Há pelo menos 11 meses pra fazer isso
8.Deixar tudo na cacunda do colega do grupo
9.Esperar o fim de semana, quando aí vai “ter tempo”
10.Comprar roupas novas e impedir que qualquer pessoa me visite

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Decálogo

João Ubaldo não vai ficar bravo se reproduzir o finalzinho do seu livro "Política" aqui neste espaço. Gosto muito desse decálogo; gostaria é de segui-lo com maior dedicação e freqüência. Vale para tudo quanto há.

Dez bons conselhos de meu pai a cidadãos honestos e prestantes
"Meu pai nunca me deu estes conselhos da forma sistematizada que está aí. Mas deu todos, inclusive mostrando como era que se fazia. Acho que ele não se incomoda que eu os passe adiante, pois ele também tem muita consciência política.

I - Não seja tutelado
Não permita que as pessoas resolvam as coisas por você, por mais que o problema seja chato de enfrentar.Não finja que acredita em nada do que não acredita, não deixe que lhe imponham uma opinião que você está vendo que não pode ser sua.

II - Não seja colonizado
Tenha orgulho de sua herança, não seja subserviente com o estrangeiro, não se ache inferior. Coma o que gostar, fale como gostar, vista-se como gostar - seja como seu povo, não seja macaco.

III - Não seja calado
Seja calado só por educação, até o ponto que isto não o prejudicar. Se prejudicar, só cale a boca quando deixar de prejudicar. Não seja insolente e não tolere a insolência.

IV - Não seja ignorante
Não ser ignorante é um dos mais sagrados direitos que você tem e, se você não usa voluntariamente esse direito, merece tudo o que de adverso lhe acontece. Se você sabe fazer bem o seu trabalho e conduzir corretamente sua vida, você não é ignorante. Mas, se recusar todas as oportunidades possíveis para aprender, você é. Se lhe negam o direito a não ser ignorante, você tem o direito de se rebelar contra qualquer autoridade.

V - Não seja submisso
Reconheça suas faltas, mas não se humilhe. Não existe razão na natureza que diga que você tem de ser submisso a qualquer pessoa. Toda tentativa de submete-lo é muitíssimo grave.

VI - Não seja indiferente
Ser indiferente em relação ao semelhante ou ao que nos rodeia, quer você seja religioso ou não, é um dos maiores pecados que existem, porque é um pecado contra nós mesmos, um suicídio.

VII - Não seja amargo
As coisas acontecem, aconteceram, ficam acontecidas. Se você for amargo, essas coisas continuam acontecendo. Construa sempre.

VIII - Não seja intolerante
Alegre-se com a diversidade humana. Procure honestamente entender os outros. Só não seja tolerante com os inimigos conscientes e comprometidos com o seu fim.

IX - Não seja medroso
Todo mundo tem medo, mas a pessoa não pode ser medrosa. Para viver e fazer, é necessário manter uma coragem constante e acesa. Isto consiste em vencer a própria pequenez e é um dever e uma obrigação para com nós mesmos.

X - Não seja burro
Sim, não seja burro. Normalmente, quando você está infeliz, você está sendo burro. Quando você está sendo explorado, você é sempre infeliz.

Poetadas

M. levantou a bola no Mesa de Bar. Corto pra cravar bem minha posição: Nunca - nunca - me achei poeta. Nem ruim, nem bom: não sou do time. E quando entro nessas quadras, arre: é como você combinar um bloqueio na saída de rede com o Nelson Ned.

Falta-me estatura para fazer poesia.

Mas, ó sina! Ó musas! Cubram-me com a carapuça: não é de ontem que me dá na veneta fazer riminhas e juntar versinhos - os mais infames possíveis!!! Dessas falíveis mãos não saem uma jornada nas estrelas, uma viagem ao fundo do mar. Só bola fora.

Pra fazer poesia, precisa ter talento. Isso todo mundo saca.

Mas, pra ser cara-de-pau, basta não ter vergonha. Sacou?

terça-feira, 27 de maio de 2008

Cartão de visitas

Chamai-de de Rubens ou Rubão
Dissílabos talhados com o cinzel
Compartilhando mente e coração
O epíteto, intrépido como corcel
O nome, legítimo desd’a certidão
Chamai-me, pois, não de Ismael
Nem Moby, nem Dick, ó capitão.

Figurinhas - Extended Pack Deluxe


Bruno Perpétuo


Meg Marques


Douglinha




Amilton


Leozinho





Rodrigão

Vitória-régia

Em meio ao rio de lama dos políticos e das megacorporações, do aviltamento dos valores, das empresas degradando o meio e o homem, eis uma iniciativa interessante entre iniciativa privada e poder público.


Todos os descontos dados ("faz pra aparecer", "é só por obrigação","ninguém faz nada de graça" e outros saudáveis ceticismos), me parece, pelo menos à luz da superfície, uma pequenina vitória.


segunda-feira, 26 de maio de 2008

O pior dos quatro

Indiana Jones decepcionou. Puxa, dava pra fazer tanta coisa legal, e aí fizeram um roteiro fraquinho. li nalgum lugar que George Lucas queria porque queria botar aliens no filme e aí criaram esse enredo meio bobo (toda vez que esse jacu sai da produção do filme para dar pitaco em outras áreas dá m*). Claro que você sempre dá desconto pra fantasia e inverossimilhança nos filmes do Indiana Jones, mas, ainda assim, algumas cenas e reações dos personagens foram tão... ah, sei lá. O filme é fraquinho porque envelhecemos?
Suspiro.

/ / /

Depois do cinema, barzinho. A amiga C., que não vira o filme: "O que mais gostei foi o do Templo da Aliança". Emendamos sem deixar cair: "Mais do que a Arca da Perdição?"

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida

Amilton Miguez

Idade: pré-sessenta
Altura: liliputiana
Peso: acima do
Categoria: pai da criatura
Posição Política: Gente que faz gente
Ama: Cruzeiro
Odeia: mastigar cebola
Slogan: Jandaia mata passarinho, passarinho mata jandaia, bicho que mata o homem mora debaixo da saia

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida

Titio (Daniel Caram)


Idade: 1001 noites
Altura: 1,88m
Peso: 150 esfihas
Categoria: CEO da Silverbox
Posição Política: xiita moderado
Ama: shortinho canalonga
Odeia: animais que maltratam animais
Slogan: Você está brilhando, Pepinha

Dê um título a essa foto


Concurso cultural, moçada. Pensei em batizar a fotografia de "Santíssima Trindade" - em nome do pai, do filho e do espírito santo - mas não gostei. Tenho certeza de que vocês conseguem bolar algo melhor pra essa foto tirada durante carnaval no Serro. A quem desconhece: o sujeito com cara de sátiro é meu progenitor; a com cara de constrangida é dona Margarida e o beijoqueiro, o criado que vos fala.

O vencedor leva duas mariolas e um cigarro Iolanda.

Brunão, esse post é verde, branco e grená

Fiquei ausente de tv quarta e quinta. Só hoje vi na web o que rolou na Libertadores. Que beleza o Fluzão, hein?

E, cara, a imagem do Washington depois do terceiro gol foi de emocionar. Imagino comé que cê e a Ruiva não tão aí no Rio.

Pô, gol da classificação aos quarenta e tantos do segundo tempo?

Como dizem vocês, caraca.

Sexta

Isso é lá dia de se trabalhar? De que adianta o Todo-poderoso colocar os feriados na quinta se esse povo gentio não os emenda?

/ / /

Dia ótimo ontem. Me senti bem ensaiando no conjunto M and The Little Girls.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Assombrações

Existem blogs mal-assombrados. Por outro lado, existe alguma coisa que seja bem-assombrada?

“Assombração sabe para quem aparece”. Que verdade há no adágio? Nenhuma? Ou um possível significado seria que a responsabilidade pelas aparições é nossa, nós é que não nos livramos ou não conseguimos nos livrar de nossos próprios fantasmas?

De vez em quando, neste blog, escuto barulhos estranhos e arrastar de correntes. E vejo vultos. Nunca contei isso a ninguém.

E de quando em vez, as pessoas que gosto são visitadas por certos entes também. E como tem assombração que custa partir, afe-maria. Em vez de assustar, chateia até a morte! Onde foi que deixei meu feixe de prótons e o receptáculo ectoplásmico?

Mas nem todos os fantasmas são iguais. Uns trazem dor. Outros, melancolia. Enfim. Seja o que for, lugar deles não é aqui. Nem ao lado de quem me importo.

Almas penadas, penem alhures.

* * *

Piada velha:

Casal que acaba de se conhecer está sentado em frente àquela igreja no interior. Alta madrugada. Faz muito frio, ruas desertas. Estão abraçados quando ele rompe o silêncio:

- Você acredita em fantasmas?

- Hmm...Não. E você?

- Quando era vivo, eu também não acreditava.


(Atualização: falando em assombrações, olha a CPMF de 0,1% aí!)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Current job

Estou correndo pra tentar entregar uma estorinha infantil sobre a história de São João da Barra, RJ. Cartilha a ser distribuída nas escolas pela LLX, do Eike Batista, que vai instalar um porto lá.

Tive que pesquisar um pouco. Mas conhecer o lugar - a cidade, suas praias, Grussaí, Atafona, seus serviços, suas ruas - torna tudo mais fácil.

A emoção do findi

Não foi a queda do Rodrigão.
Foi Maria na cacunda do Rubão

Saindo do bar, na madrugada
Ela, cos pé e as perna fatigada

Ele, solícito como um jegue
Disse: deixe que te carregue

Andou treze passos
Com ela nos braços

Aí, a mula arriou
Parô, pediu, ordenou:

- Mulher, suba no lombo!
(Era o prenúncio do tombo!)

M. recuou, tomou coragem e tomou distância
Lembrou de quando pulava carniça, na infância

Mas que casalzinho mais sem-noção!
Quão facilmente essa dupla se perde!

Não foi a queda do Rodrigão
Deste findi a grande emoção:

Foi M. lindamente indo ao chão.
Juntamente com esse tal de R.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Diário do findi

Fim de semana: de sexta a sábado, pós-graduação, festinha, samba de madrugada.
Domingo: ressaca destruidora, modorra.

* * *

Filmes: dois, europeus. Um, um périplo pela China. Outro, um drama à época da construção do Muro de Berlim. M. gostou de ambos. Foi a primeira vez que colocamos à prova o armistício criado pelo tratado Alugue Filmes Namorando e Seja Feliz - guia prático com regras básicas para a boa conduta e convivência na relação.

1) cada um é inalienavelmente livre para alugar 1 (um) filme; qualquer um à sua escolha.
2) é proibido palpitar, influir, reclamar ou tecer qualquer tipo de comentário sobre a escolha alheia.
3) você só tem o direito de conhecer a escolha do outro na boca do caixa, nunca antes.
4) é obrigatório estarem juntos durante a exibição do filme que o outro escolheu.
5) é facultado a cada um o direito de dormir durante a projeção do filme que o outro escolheu.
6) é permitido dormir durante o filme que você próprio escolheu.
7) é permitido - desde não infrinja as regras do bom senso - emitir juízos de valor e opiniões durante a exibição de quaisquer filmes.
8) você também tem o direito de ficar calado, levantar a sobrancelha e sorrir sardonicamente quando perceber que o outro sentiu que alugou uma porcaria, embora jamais vá admitir.
9) ainda não há legislação, jurisprudência ou previsão, neste código, de penalidades que deverão ser impostas a flatulentos e praticantes de ventosidades de qualquer natureza.
10) é dever exclusivo de todos os signatários deste tratado do sexo masculino pegar copos d’água, refrigerante, salgados, pipoca ou qualquer coisa que o outro pedir, mesmo que isto implique em uso da força física ou coações sentimentais, como “você não me ama mais” e “hoje à noite, pode esquecer”.

* * *

A única ligação dos amigos - por acaso, a maior e mais palpitante emoção do fim de semana - ocorreu já no domingo à noite.

Eis que o primo Rodrigão - 120 kg de pura beleza - se meteu a aventurar fazer rapel em alguma serra por aí. Disse que, durante a escalada, caiu - oh, céus - e que, para meu alívio e perplexidade, as cordas agüentaram o tranco.

Pouco mais falou do que isso: que estava arrebentado, cansadíssimo e que não vai mais nesses programas de índio que a mulher inventa.

O suspense se mantém. Detalhes: mal posso esperar por vós.

* * *

Puppy, RIP.

(Atualização)
ô diacho, não falei do delicioso penne com espinafre, frango, presunto, queijo e otras cositas más, que Madame me preparou; nem do saboroso franguim com legumes que achei pronto lá em casa (Terezinha e Mãe). Comé que fui me esquecer desses regalos?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Alvíssaras

Em meio à confusão geral, pelo menos uma boa nova aqui no trabalho. Vencemos uma concorrência: a agência trouxe a conta de um grande grupo empresarial. Foi bom poder ter participado e contribuído pra essa conquista.

Dívidas e débitos

Quem não teme, não deve. Ou não deve dever.

Tenho que ir menos ao banco. Tenho saído meio deprimido e filosófico. Começo a pensar na grandeza das galáxias, na gratuidade do acaso, na brevidade da vida. Diante do universo e das agências bancárias, sinto como somos minúsculos, como tudo é tão menor, como tudo é pequenino. E nessa viagem através do tudo - e do nada - e pelas coisas ínfimas da existência, a jornada termina por acabar no saldo do meu extrato.

Ultimamente tenho olhado as folhinhas arrancadas do calendário como se fossem um gerador de notas promissórias.

Enfim. Choro é livre. Lenço é pago.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

putz... que dia.

E ainda não terminou.

Triste Galo

Sobre Botafogo x Atlético, comentário de um cruzeirense aqui na agência:

"Acho que hoje pode dar Galo, hein. Ouvi falar que o Botafogo vai jogar sem Garrincha e Didi".

Suspiro.

O caldão de frango

Ontem aconteceu uma coisa bem legal no bar/restaurante Piu, que a gente vai há um tempão, praticamente toda terça.

O bar já tava fechando as portas. Éramos os últimos. A saideira já estava na mesa. Aí o Moisés, gerente, nos surpreendeu.

Os garçons chegaram à mesa e nos serviram um tigelão de caldo de frango, delicioso. Cortesia da casa. Cara, o que tinha de farto, tinha de gostoso. E perguntaram até se a gente queria pão, no que recusamos.

Como todos ali já nos conhecem e o clima sempre foi de gozação e camaradagem, perguntei de quantos meses era o caldo, etc. O gerente riu; disse que a gente era de casa, que estava frio e que a gente precisava esquentar o peito.

Fiquei meio com vergonha, fiz troça, mas agradeci bastante. Pensei: é exatamente aí, com a boa surpresa que jamais se espera, que se conquista definitivamente a clientela. E me recuso chamar de "marketing" gentileza assim. Pode até virar publicidade positiva nos seus efeitos - como agora - mas não o foi em sua origem. Foi espontâneo.

Valeu pelo caldão, Moisés, garçons. De fato, deu um calorzinho bão no peito.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida


Veinho



Idade: Antiga
Altura: 1,87m (jovem), 1,75 (hoje)
Peso: 3 decalitros
Categoria: Come e Não Engorda
Posição Política: cansado
Ama: cervejinha
Odeia: vento encanado
Slogan: Ô muié: Veim vai querê

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida

Érico g.alves


Idade: 34
Altura: volume máximo
Peso: 600 ml
Categoria: compositor
Posição Política: centro (do sofá)
Ama: cerveja, cigarros e controle remoto
Odeia: Axé music
Slogan: Não volto nesse lugar mais nunca

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida

Bruno Perpétuo



Idade: inestimável
Altura: > do que você pensa
Peso: 720 newtons
Categoria: Überego
Posição Política: Qualquer uma, desde que dê prazer
Ama: Ruiva
Odeia: Estimar animais
Slogan: Se o mar tá pra peixe, hoje como carne

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida

Meg Marques


Idade: desconhecida
Altura: <1,70
Peso: sílfide
Categoria: bailarina
Posição Política: coalinha escalador
Ama: livros, ecologia e Dança dos Famosos
Odeia: galinhas e empresas poluidoras
Slogan: Gato, eu sempre tenho razão


Pé na tábua

Vou dizer o óbvio, mas hoje fiquei pensando que a gente tem que tocar a vida como se dirigisse numa auto-estrada: o que importa é daqui pra frente. O presente e o futuro do presente. O passado, não. Sua importância é relativa. Já experimentou dirigir só de olho no retrovisor? Todo mundo sabe o que acontece: sem olhar pra frente, você bate. Desvia do caminho. Sai da estrada. Também não é o caso de dirigir sem a referência do retrovisor, nunca. Você precisa dele às vezes pra dar uma olhadela por onde passou, pra não ser atropelado pelo que vem de lá de trás, pra muitas vezes ceder lugar e dar passagem a certos sentimentos. Pra deixar essas coisas irem.

Eu tenho muitos problemas nesse sentido. Sinto que alguns comportamentos se repetem. Como se eu buscasse inconscientemente no retrovisor alguma coisa a me perseguir ou estivesse sempre preocupado e receoso, a esperar algum enguiço na rebimboca. De um jeito ou de outro, você não curte a viagem.

Percebi, despertando de um sonho ruim às 4h30, que só vai dar pra ser feliz se a gente deixar medos e recalques no lugar onde eles devem ficar: ultrapassados e esquecidos. Lá atrás, a quilômetros de distância, muito depois daquela curva onde, agora, nada mais se vê.

Fé em Deus, pé na tábua. E veja que paisagem.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida


Douglinha



Idade: indeterminada
Peso: pena
Categoria: superego
Posição política: Ala esquerda, mas volta pra fechar o meio
Ama: Atlético Mineiro, psicologia, axé music
Odeia: Raposas
Slogan: Titio, tô cortando na alta

Bancos

Cara, o que aconteceu com os bancos hoje? Sei que dia 10 venceu, mas, caramba! Tudo lotado, filas centopéicas! Paguei boleto no BH xópein, duas contas no Unibanco (até nos eletrocaixas tinha fila), mas fui a dois Bradescos sem êxito. O horário de almoço estourou, o juro aumentou, o débito da conta vencida também.

I'l be back.

Figurinhas carimbadas do meu álbum de vida

Rodrigão


Idade: 30
Altura: > 1,80m
Categoria: peso pesado
Posição Política: sentado ou deitado
Ama: automóveis
Odeia: verduras e legumes
Slogan: Bão tamém, meu benzim

A hora do espanto

Cheguei à agência nesta segunda-feira às 7h29 am. Verdadeiro recorde pessoal. Alvoroço geral. Corre-corre. Me tomaram o pulso. Perguntaram se adoeci. Se estava passando mal. Se tinha ido doar sangue. Se alguma coisa havia acontecido. Acúmulo de trabalho? Acidente? Tudo bem com a família? Errou a hora do despertador? Se eu não queria voltar pra casa para descansar, pois decerto não estava nas minhas faculdades normais.

Não me inveje. Trabalhei duro para construir essa reputação.

domingo, 11 de maio de 2008

Mater day

Curioso, como passa o tempo e a pindaíba continua a mesma! Não estou disposto a entrar no papo mercadológico da data, no lado comercial da coisa toda, na absorção cultural meio oca à qual diariamente se vive e na possibilidade de eventualmente capitular nesta batalha entre sua razão e a consciência contra a coalizão comportamentos adquiridos e apelo sentimental.

Mas, enfim, mais um Dia das Mães e, digam o que quiserem - bobeira, alienação, complexo de culpa ou qualquer síndrome aí com nome de grego - todo ano fica a sensação de que ainda não foi possível dar tudo o que se poderia dar à mãe e às outras mães de nossas relações. Retribuição. Mais emocional do que economicamente falando, claro.

Ma vem cá, também não é muito bom fazer feliz alguém que você gosta com um presente bacana? Como se isto pudesse representar a materialização, ainda que parte ínfima, daquele sentimento especial que você nutre?

De qualquer maneira, já dizia o Maria, "cada um dá o que tem". Então foi assim:

À vovó e à tia: a saudação em um telefonema.
Mãe e Terezinha: o abraço e a alegria de compartilhar a mesma mesa e mais um momento juntos.
Às outras: um pensamento terno, um carinho que não se transformou em telefonema, carta, e-mail ou palavras.
À D. Zezinha: o recado de um beijinho.
À namorada: café-da-manhã de padaria e um vasinho de plantinha carnívora (descartei rosas, arranjos florais e ramalhetes que tais: depois que a gerente se queixou das homenagens pasteurizadas que rolam no Dia das Mães, resolvi radicalizar).

Mamães: fica aí então minha admiração e ternura. Aquela semana inteira all inclusive no Resort 5 estrelas em Búzios, fica pro ano que vem. Dou palavra e hei de cumprir. Dêem tempo ao tempo, as coisas mudam.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Bobagem

- Olha, amor. Nem marca nada. Neste findi tem casamento.

- De fato?

- Hum-hum. Daquela vagabunda, lembra? A Fulana. Da minha sala de pós-graduação. Casando com o Sicrano.

- De feto?

- Nesses casos, nunca se sabe. Sabia que eles se conheceram numa apresentação de teatro?

- Do FIT?

- Foi. Vem cá: você conhece a Fulana?

- De foto.

- E o Sicrano? A turma não se reunia às segundas pra praticar esporte na quadra do bairro? Vocês eram parceiros...

- De fut.

Hai-kai besta (para biólogos)

Não transa porque não quer
Só pode ser um bdelóide
É ou num é?

Isso teria nexo?
É ser um debilóide
Poder ter e dispensar sexo?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Bienal do Livro

Mais um serviço sóciocultural Boêmios no Divã.

"Bienal do Livro de Minas - Onze dias de evento, mais de 80 autores presentes, 33 sessões literárias - divididas entre o Café Literário e a Arena Jovem -, 130 expositores, além de uma série de homenagens, lançamentos de livros, exposições e atrações infantis. Este é o universo que vai tomar conta de Belo Horizonte entre os dias 15 e 25 de maio, durante a Bienal do Livro de Minas, que acontece no Expominas.

Outro destaque é a mesa "Machado de Assis é o Brasil Urbano e Guimarães Rosa o Brasil Rural?". Donos de um estilo literário muito particular, os dois autores serão lembrados pela Bienal."

É isso. Para saber mais, compareça aqui. E para saber muito mais, vá ao evento.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Urgente: Holiday on Ice

Caríssimos cinco leitores do blog: acabei de ganhar numa promoção da Rádio Alterosa um par de ingressos para o Holiday on Ice no Mineirinho amanhã, quinta-feira. Só que preciso trocar os ingressos para a apresentação de domingo, pois é quando a patroa e as meninas pretendem ir.

Sei que é difícil, mas se souberem de gente interessada em ir amanhã, me avisem. Agradecido.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Velejo

Juju Motoca, a mais velha das minhas irmãs e seu noivo já acertaram a data: 10 de julho de 2009. É o que conta Mãe, ao telefone, entre outras providências e urgências que tais. Digo pouco, ou digo nada, concordo com tudo e a ligação se desfaz.

Paro um pouquinho e fico pensando no que é o casamento, no que significa. Outro dia li a jornalista Leila Ferreira contando que ela é melhor ex-esposa do que esposa, que continua vendo o ex, e a relação deles foge aos rótulos tradicionais (embora tenha sentido no texto uma insegurançazinha dela). A bem-sucedida publicitária Cristiana Guerra também havia optado por uma relação semelhante, casas separadas, agendas distintas, quando o companheiro ainda era vivo e o filho não tinha nascido. Leila, que eu saiba, não tem filhos.

Há mais exemplos por aí, certamente.

Será tendência ou modismo? O formato de casamento, em sua métrica tradicional, está sob risco de ruptura? São estes sinais de uma fórmula gasta, incapaz de solucionar a complexa equação que é viver a dois? E, indo além, será que o molde que conhecemos foi solução algum dia? Se cada caso é um caso, em que termos se pode classificar seu êxito: quantitativos - por tempo de duração - ou qualitativos - infinito enquanto duro?

Não conseguiria julgar um e outro modelo como melhor ou pior, por mais sinais de força, resistência, obsolescência ou contemporaneidade que manifestem.

Posso me equivocar, mas desconfio de que a existência de pequenos no relacionamento exerce um fator considerável na decisão do casal de viver embaixo do mesmo teto. A presença de um homem e uma mulher (ou quem quer que faça esse papel hoje em dia) me sugere, por mais utopia ou lugar-comum que pareça, que ajuda a criar um certo clima de equilíbrio dentro de casa. Claro que os perigos que rondam a convivência são enormes: desgaste, intolerância, rotina. Mas os ganhos também não são menores: os pequenos grandes momentos de vida que se compartilha, o um por todos e todos por um e, claro, segurança.

Por contingências que pouco me dizem respeito e às quais nem querendo teria controle, tive Pai deixando minha casa quando tinha dez anos de idade. Pô, fez uma falta que nem dá pra imaginar. Mas, Mãe sempre segurou a barra com uma valentia danada, e, ainda assim, a despeito de tudo que vivi, não é essa vicissitude que há de me resgatar definitivamente do mar de dúvidas sobre casamento, união, o fado de se ser sozinho junto ou separado e a felicidade de se ter alguém para esquentar os pés debaixo do cobertor ou passar a pasta na escova de dentes.

Velejemos, então, já que nesse ínterim não se avista terra firme. Vamos seguir a jornada sobrevoando as ondas porque falta de certeza também nunca foi motivo pra ninguém ficar parado. Mesmo que percorramos mares nunca dante navegados.

Vai, Ju, velejar com coragem, que meu amor fraterno seguirá você além da linha entre o céu e o mar.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Na pinda

A coisa tá periclitante. Colegas de trabalho trocam e-mails para fazer um rega-bofinho, um convescote de pastéis, sandubas e refris para o produtor aniversariante. Minha resposta:
- Acho que a gente pode fazer depois, durante a semana. Tá sobrando abril no meu maio.

Ninguém declarou mais nada. E não houve protestos.

Dúvidas

'Ronaldo desabafa: 'Sou totalmente heterossexual'.

Dúvida: é possível ser meio heterossexual, meio calabresa?

Sem dúvida: bola fora do Ronaldo. Ou bola dentro, não sei bem.

Mais filmes



Já está no ar o novo trailer do Indiana Jones. Estréia 22 deste mês. Embora o título - IJ e o Reino da Caveira de Cristal - lembre mais uma produção da Xuxa Filmes, tô de dedos cruzados para que seja uma história divertida e que corresponda à alta expectativa.

A propósito: quem é que não gosta do Dr. Jones?

Acesse o trailer 2 aqui.


Filmes do fim de semana

Morte no Funeral: imaginei que seria na linha de Quatro Casamentos. Mas o filme é pastelão ao extremo, piadas bobas e repetitivas, um saco. Aí, no auge da escatologia, quando um sujeito mostra os dedos lambrecados de merda, achei o momento sintético e parei de assistir - a semelhança entre a cena e minha opinião sobre tudo o que eu havia visto até então era grande demais para se ignorar. Devolvi o dvd com o pesar de ter sido enganado.

Um convidado bem trapalhão: recomendado pelos amigos, vi (ou revi?) este pastelão clássico com o Peter Sellers. Depois das cenas iniciais - o corneteiro do exército que se recusa a morrer durante as filmagens e a perda do sapato branco na entrada da festa - rir foi ficando cada vez mais difícil e, dormir, cada vez mais fácil. Parece que aquele humor envelheceu. Se a infância é uma festa, os filmes que pertencem a ela devem por lá permanecer sem serem incomodados. Melhor não dar uma de penetra.

Sonho de Cassandra: peraí, moçada, foi realmente o Woody Allen que dirigiu este filme? Tudo bem: qualquer cara, consagrado ou não, tem o direito de fazer o que lhe der na telha, mesmo abandonar o estilo de direção e roteiro que lhe distinguem a trajetória. O problema foi o resultado ruim. Seco, chato, arrastado, previsível - quase um pesadelo.

Little Miss Sunshine: vi-o novamente, sensacional. Sutil, inteligente, bem-humorado, sensível - um dos melhores filmes dos últimos 2 anos, em meio à modorra geral. E no fim tem uma moral pró-família bacana, sem no entanto cair na pieguice. Foi bom refazer aquela viagem, salvou a sessão do fim de semana.

Em tempo 1: não fui ao museu, o horário de funcionamento havia expirado. Fica pra próxima.

Em tempo 2: Carlos Bianchi pode ser pizza, mas não cantor de tangos.

(atualizado)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Superhero Movie e Tom Cruise

Parece que no tal filme "Super-herói", que satiriza o gênero (o herói do filme é o "Dragon Fly", paródia do Homem-Aranha), tem esse bicho aí tirando sarro das birutices do Tom Cruise. Hahaha!

Na cama

Trabalhar sexta entre um feriado e um sábado...

Não quero calma. Não quero carma. Não quero marca. Não quero maca. Só quero cama.

Cama. Eu deveria estar na cama.

Cama-cama-cama-cama-cama-cama-cama-cama.