quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Lunático

Hoje falaram no estúdio: você vive no mundo da lua.

Pensei: deve ser verdade. No trabalho, raramente participo das conversas, dos bate-papos coletivos. Mergulho no computador e permaneço submerso naquele infomar de Gil.

A colega disse que ia embora mês que vem, que ia fazer viagem internacional, que isso-e-aquilo. E eu sabendo de nada.

Mãe concordaria. Nos assuntos de família, também me mantenho alheio.

Fui ao meu almoxarifado dedilhar o arquivo de lembranças de menino. Sempre fui assim? Distraído, absorto, desligado? Ou isso é variável de acordo com as circunstâncias e as fases da lua? Ou a manifestação de um tipo de preguiça gregária ou misantropia, o autismo como algum mecanismo de defesa involuntário e inconsciente?

Às vezes me preocupo com isso; outras, não. Não fazer "o social" vira e mexe me traz aborrecimentos e certamente já deve ter me feito perder oportunidades de novos trabalhos e experiências. As pessoas podem se ressentir. Podem me tomar como antipático. Mas não consigo dedicar ao assunto uma importância maior, que, talvez, ele mereça.

Porque posso não ser um cientista, nem meu papo, futurista. Lunático, certamente.

3 comentários:

K disse...

Jujuba é futurista e sonha ser cientista. Ele agora acredita seriamente que os profesores fazem parte de uma organização secreta do mal e que as letras e números escritos no quadro negro são, na verdade, para "embolar" a mente dos alunos. Mas com ele não funciona, garante. Lunático ?

Rubão disse...

Jujuba é dos meus, ele tem toda a razão. O que ele ainda ignora é que os professores estão mancomunados com a BHTrans.

Leo disse...

Pequeno Fox Mulder.