quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A elite cheirosa sua

Miro: barrar o golpismo
de Serra e da mídia

    Publicado em 02/09/2010
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Miro: o PiG é e sempre será golpista


Extraído do Blog do Miro, presidente do Instituto Barão de Itararé:

Nesta quarta-feira, dia 1º, a coligação de José Serra (PSDB, DEM, PPS) ingressou com pedido de cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O motivo alegado é o da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao grão- tucano. Desesperado com a queda vertiginosa nas pesquisas, a direita quer implodir a eleição presidencial. Rechaçado pela sociedade, Serra tenta evitar sua derrota no tapetão, envolvendo o TSE numa trama golpista.


Nesta tramóia antidemocrática, o comando serrista conta com o respaldo da mídia tradicional. A ação encaminhada à Justiça está baseada nos factóides difundidos pela revista Veja e pelo jornal Folha de S.P. Ela acusa a candidata pela “prática ilegal de quebra de sigilo fiscal” e “abuso de poder”, mas não apresenta qualquer prova concreta para sua acusação leviana. Mesmo assim, colunistas da mídia, como Merval Pereira, Carlos Nascimento e outros, amplificam as calúnias.


A quem interessa a quebra de sigilos?


A ação golpista já foi rechaçada, como veemência, por Dilma Rousseff. Ela garantiu que nem ela nem seu comando de campanha estão metidos na quebra de sigilos. Também solicitou apuração rigorosa do nebuloso episódio, com a punição dos culpados. Incisiva, Dilma condenou a postura irresponsável do comando serrista. Conforme argumentou, quem tem interesse em tumultuar a eleição, com quebra de sigilos e dossiês, é a oposição demotucana, que definha nas pesquisas.


Inúmeros fatos confirmam esta leitura. O sigilo da filha de José Serra, por exemplo, foi quebrado em setembro de 2009. A própria Receita Federal apurou o crime num inquérito administrativo, numa prova de total transparência. Os factóides da mídia agora têm, portanto, evidente interesse eleitoreiro. O deputado Brizola Neto chega a levantar a suspeita que essa operação criminosa é “armação” dos tucanos. “Sabemos que eles são capazes disso e, depois do que já vimos na campanha de Serra, não se pode ter dúvidas de que possam apelar para este tipo de ação”.


Os objetivos da nova conspiração


O golpismo da aliança Serra/Mídia tem, basicamente, dois objetivos. O primeiro é aterrorizar os eleitores, principalmente da classe média, empurrando a eleição para o segundo turno. Até agora, porém, a manobra não surtiu efeito. O tracking da IG-Band-Vox, que acompanha diariamente a reação dos eleitores aos chamados “fatos novos”, mostrou ontem que Dilma ampliou a vantagem (51% a 25%), sinalizando que o estardalhaço da mídia demotucana sobre a quebra do sigilo não pegou.


O segundo objetivo, tramado pelos setores mais fascistóides da coligação de Serra, é implodir a eleição. Já que não dá para ganhar nas urnas, tentam envolver o STF na trama golpista, cassando a candidatura de Dilma Rousseff. É improvável que o tribunal cometa esta loucura, que colocaria o país em polvorosa. Mesmo assim, é bom ficar em estado de alerta. Nada como uma intensa mobilização, nas ruas e na luta de idéias, para barrar qualquer maluquice golpista.


Ensinamentos do nefasto episódio


Para finalizar, vale refletir sobre os ensinamentos deste episódio. Em primeiro lugar, fica patente que a direita não suporta a democracia. Ela só serve quando é funcional para seus interesses – foi assim no golpe de 1964, é assim hoje. Nesse sentido, a tentativa de cassar a candidatura de Dilma Rousseff desmascara os tucanos, que ainda enganam muita gente com a sua falsa retórica sobre a democracia. Os tucanos representam a nova direita brasileira; são os neo-udenistas.


Além disso, o caso escancara o verdadeiro papel da mídia hegemônica. Ela sempre foi golpista e sempre será. No caso das emissoras de TV e rádio, elas usam um bem público, uma concessão, para atentar abertamente contra a democracia. Seus colunistas abusam da propriedade cruzada, destilando veneno em programas de rádio, televisão, em jornais, revistas e internet. Seria muito útil que a eleição de 2010 servisse para mostrar a urgência do novo marco regulatório no setor, que enfrente a concentração e estimule a diversidade e a pluralidade informativas.

2 comentários:

Bruno, o pai do Marco disse...

Olá Rubão, posso dar meu pitaco?

Por ironia do destino, por causa de meu trabalho, indiretamente agora rodo o mundo político. Não voto em Dilma, nem em Serra por não considerá-los representantes da minha linha ideológica que, como sabes, está bem à esquerda de ambos. Independente disso, pelas datas das aberturas de processo, nem Serra, nem Dilma estão por trás disso (e ambos, claro, estão se aproveitando como lhes convêm).

Alguns borburinhos me levam a crer que isso foi um tiro na pata tucana, pois quem abriu o sigilo foi a turma ligada ao outro então pré-candidato do PSDB (setembro de 2009) tentando achar algo que forçaria a mudança de candidato (inclusive, devo ser justo, à revelia do alto-clero tucano).
Quanto à mídia dominante, ela se aproveita mesmo. Para ela é ótimo o segundo turno: um candidato muito forte sempre pode ser uma ameaça e, além disso, por alguns motivos elogiáveis (e outros que não têm nada para se orgulhar), a ligação da mídia com o atual PT sempre será complicada (quem conheceu a Articulação por dentro - ala majoritária hoje do partido - sabe do que estou falando).

Enfim, nem tão ao céu, nem tanto à terra, mas que o PSDB tem facilitado muito essa eleição, isso nem se fala.
O que me leva a outra questão: estão facilitando tanto que dá até para desconfiar. Para mim há algo por trás da falta de profissionalismo dessa campanha - eles nunca foram tão bobos assim. Algo não me cheira bem. Quem viver, sentirá!

Abs e desculpe o testamento.

Rubão disse...

Não se reprima, menudo.

De fato, tá com mó pinta de ser coisa daqui da Praça da Liberdade.

De resto, concordo com tudo, salvo que decidi migrar da Marina para a Dilma - apesar de tudo.

Entendendo que todo voto público de confiança é também um voto de vigilância a que você se compromete.

Abraço,

r