terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um Marco

Parabéns, ruiva e Brunin.

Bem mal comparando, é como se os Friends tivessem agora o primeiro bebê da turma.

Deve ter chorado, por supuesto. Se na eleição do Lula em 2002 esse cagão ficou funga-não funga, que dirá agora que veio aquele que irá, daqui em diante, governar a sua vida e a de sua mulher.

Com chocalho de ferro, espero (hehehe).





Perdido no espaço

Minha mente é um globo por meio do qual gravitam umas dezenas de preocupações meteóricas e ansiedades satélites. Nenhuma de menor interesse público. Que me azucrinam como uma auréola de moscas. E me preenchem com tamanha densidade que transformam minha cabeça num permanente buraco negro. De onde nada escapa que sirva de crônica ou algo a se comentar que valha a pena.

Se, em condições normais, o resultado já não seria lá essas coisas (afinal, nada viria de onde menos se espera) - nenhuma discussão séria, inteligente ou importante -, imagine com uma chuva pleonástica de pendências cadentes.

PS. Na verdade, o que mais ralha o cosmonauta aqui é achar um espaço ali pra chamar de seu.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dude

Dude, is perfect. Fake or real, doesn´t matter. It´s fun.




sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Hora da cegonha

Bruno, mifi.
Marquim nasceu?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Efeméride de hoje

Ouvi dizer que hoje é o Dia Mundial Sem Carro.

Dispenso homenagens. Que o ladrão não leve isso ao pé da letra.

Atribulados

Mim trabalhar muito. Ler não muito.

Chamar mim Segunda-Feira.

Mim Tribo dos Atribulados.

Tribo valente. Mim guerreiro valente.

Hau.

Mim mora gruta pequena.

Mim procura gruta maior.

Pra caber Dominga - mulher de mim - e Sextinha e Sabadinha.

Mim quer tocar.

Mim gosta ganhar dinheiro.

Dinheiro bom.

Mim ganha pouco.

Mas mim diverte.

Hau.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Maus tratos

Tchurma do português - Meg, Helê, A. None Moh, Nanda, Bruno, Leo e a quem mais aprouver -, socorram-me.

Estranho toda vez que leio a frase que termina o post anterior: "Que cada um seja julgado pelo que é de direito".

Na hora de escrever foi a mesma sensação, porém mantive daquele jeito. Porque eu poderia dizer tranquilamente "...pelo que for de direito". Mas, por birra, não me apeteceu - eu queria escrever "...pelo que é de direito", ora. E pronto.

A dúvida: é errado de antemão ou é facultativo, dependendo do sentido que quem escreveu realmente queria transmitir? Talvez não passe de um erro banal de concordância verbal, mas tô com preguiça de pesquisar. No instante em que uso o subjuntivo ("Que cada um seja..."), obrigatoriamente eu teria que usar na outra oração o "for"?

For isso, tô com a auto(ainda tem hífen?)indulgência espertinha do Verissimo e não abro: essa nossa gramática tem que tomar umas todo dia pra saber qual é o lugar dela. Eu sei por que bato, ela certamente também sabe por que apanha.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Preconceito na pista

A alguns laps de ser disputa de minha predileção, acompanho, no entanto, assim de longe, a Formula 1. Ora, dizem os experts que o italiano Flávio Briatore, dono da equipe Renault, é um canalha legítimo, do puro, do escocês. Com uma longa ficha corrida ao longo dos anos.
Bem. Aí vem o chefão à boca de cena dizer que o Nelsinho é veado. Como débil tentativa de rebater a acusação de que, no ano passado, tenha ordenado o Piquet filho a abalroar um concorrente de propósito, a fim de favorecer o companheiro de escuderia Fernando Alonso.

Rumino: haverá ainda quem não faça distinção entre tonico e penico? Que ridículo.

* * *

A gente se acostuma, de menino, a brincar. A chamar uns aos outros de veado, de gay, de frutinha. Muito, muitas vezes, carinhosamente. No cumprimento de cabras que se gostam, "veado" guarda a equivalência do "filhadaputa". Audível no abraço dos reencontros, na mesa dos botecos, no alô dos telefones. "Fala, veado!", "Fulano, sua bicha! Beleza?" É uma espécie de concessão de afeto; outorga que se reserva a quem for de apreço ou intimidade.

Imagino que não deve adiantar muito, para um homossexual, alguém se escusar dizendo que esse tipo de expressão não necessariamente implica preconceito. Porque, sejamos francos, talvez implique.

* * *

Também não é preciso ser paladino da causa gay - ou de qualquer minoria ou grupo social discriminado - pra perceber que uma cultura que utiliza o tom de deboche como a forma mais branda - eu ia dizer inofensiva - de aversão já se configura numa forma de aviltamento. Temerário duvidar: quem é dono do sapato é que sabe o aperto do calo.

E, digo por mim. Como é difícil mudar uma cultura apreendida, um hábito assimilado. Uma vez, quando tinha doze, catorze anos, recebi a ligação de um amigo. Ia absortamente eu com "E aí, seu veado" pra lá, "E aí seu gay" pra cá. Só que mãe, ali, ouvindo. Quando desliguei, ela me censurou. Mas o que é isso. Que coisa feia. Que falta de respeito. É assim que você trata seus amigos?

- Chamar um ao outro de bicha é normal. Pô, você queria que eu chamasse meus amigos de quê?

Ela deitou a cabeça perto do ombro e me fitou, com a voz naquele tom de lição materna, aquele olhar hierático de quem ensina:

- De coleguinha.

- Mãe! Quem chama os outros de coleguinha é veado!

* * *

Insisto: a tentativa de desqualificação pessoal pela preferência sexual é lamentável, condenável, execrável. E é pena que ainda exista. Mesmo que houvesse veracidade ou o mínimo de importância na questão se o piloto Nelsinho gosta ou não de dar ré (tão vendo? desculpem!, desculpem!), isso não quer dizer absolutamente nada. Que o caráter de cada um seja julgado pelo que é de direito.

Cordis+burgo

Chamou-me a atenção o nome do pai do genial e inventivo Guimarães Rosa: Florduardo.

Provado, por A+ B, que a capacidade criativa de misturar vocábulos é hereditária.

Se fosse possível inverter a ordem dos fatores, diria até que este é o primeiro registro conhecido em que o filho batiza o pai.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vô ali

Na terra do Rosa e já volto.

Beatles

Ninguém perguntou. Mas, como hoje - 9/9/9 - foi o dia escolhido pelo pessoal do márquetim para lançar o game Beatles Rockstar Band, e como vi algum furdunço na imprensa, gostaria de deixar manifesto meu apreço pelos fab four.

Quem são os Stones. Ou essas bandinhazinhas de Seatle que ignorei na adolescência - pra chegar perto. No fim, tenho medo são dos Jonas Brothers dos meus hipotéticos netos. Ou qualidade musical é uma ilusão coletiva, que o tempo se encarrega de confirmar ou desmistificar?

Bem, preferência é como aquela linda e deliciosa palavra da nossa anatomia: todo mundo tem a sua. E apesar de não me considerar xiita, imagino que ser um beatl-olado é a coisa mais próxima que posso sentir de acreditar e participar de algum tipo religião.

Ser flamenguista ou corinthiano deve ser mais ou menos assim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Bate bola sem bate boca

No táxi argentino.

Papo rola sobre futebol.

Pergunto ao taxista de que time é hincha. Boca.

Ele repassa a questão.

Digo sem esperança dele conhecer: "Atlético Mineiro".

Ele sorri e diz: "Ah, Mineiro!"

"El equipo que vive tomando sacuedes de el Cruzeiro."

O Galo é foda. Mais vergonzoso que meu portunhol.

Irmandade

Argentinos e brasileiros têm muitas diferenças, mas guardam, em muitos aspectos, semelhanças incríveis. Como esta pérola, de um taxista portenho, sobre a crise:
- A Argentina é um país especial. Não perde a oportunidade de perder oportunidades.

Buenos Aires

Hotel Faena

A Dra. já disse praticamente tudo o que eu gostaria. O resto são episódios aqui e acolá. Alias, tirante aquelas em que o modelo aqui aparece, as fotos estão lindas. Meg está que clica cada vez melhor. A gataça tem zóio de lince.

Tanto que, passeando pelas galerias de arte na Calle Arroyo, a mulher só deteve o olhar em pinturas que eram artisticamente distintas, especiais, e, por conseguinte, figurando entre as mais caras dos acervos.

Tivéssemos pelo menos uns cinco mil pilas sobrando, teríamos hoje um Phillipe Starck na parede. O cultuado designer francês está envolvido num projeto chamado Art District, em Puerto Madero. Todo um bairro imaginado pelo bicho. Lá já existe o luxuoso Hotel Faena, com decór que leva a assinatura Starck.

Como disse, zóio de lince e faro fino.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Gaúchos

Tiro pra mim que o gaúcho é cortês ali, ó. Na medida.

Parece que o senso comum guarda a idéia de que, no sul, "o povo é mais educado", etc, etc. Sim, pode ser, por que não. Mas como me conduzo na corda bamba das generalizações, aqui é menos uma reflexão séria do que o registro de uma impressão muito particular. Até porque minha amostra se restringiu aos cidadãos de Gramado e arredores, e mesmo nessa pequena interseção há casos e casos, pessoas e pessoas; tudo é meio relativo, enfim.

Como qualquer cultura regional, acho a do gaúcho fascinante. O sotaque, os trejeitos, o vestir, os costumes. Por exemplo: pela manhã, perambulei pelas calçadas e pude presenciar os lojistas de cuia e bomba na mão e garrafa térmica na outra - a verdadeira liturgia do gauchismo. Recordando no paladar o amargor do mate, pensei que este certamente era um hábito que se adquire de piá. Como a gente mesma, que estranhou no início o sabor da cerveja, mas começa a idolatrar depois da segunda latinha. Por devaneio, imaginei a cena de um pai gaúcho doutrinando o próprio filho:
- Bebe.
- É ruim, pai.
- É ruim mas é bom, tchê. Te faz macho.

* * *

Faço a óbvia ressalva: Gramado é cidade turística. Pois, frequentando chocolaterias, butiques e restaurantes, fui sempre bem tratado. No entanto, tive a nítida sensação de que a maioria dos atendentes, balconistas e garçons, em muitas ocasiões, estavam no limiar da paciência (Será que estariam saturados de turistas, apesar destes serem sua principal fonte de renda? Devem fazer isso todos os dias, o ano inteiro). Foram polidos, foram educados. Mas de uma certa gentileza calculada, pouco genuína ou espontânea. Com uma simpatia ou sorriso (quando houve) que parecia mais uma fabricação do que uma artesania.

Nada para ferir ânimos ou suscetibilidades, só uma constatação. Será que esse distanciamento, essa falta de calor ou de maior interesse, é fruto talvez da descendência germânica ou da influência da temperatura das altas latitudes? Impossível precisar.

Se por um lado, o taxista que tomamos (estamos quase certos de que foi o mesmo no dia de chegada e também de partida) e o irmão do Herson Capri (assim chamamos o dono do restaurante perto da rodovária, cuja minuta oferecida para almoço servia a dois apetites moderados por R$9,00 - verdadeira pechincha numa cidade como Gramado) terem sido um tanto quanto frios e reservados, por outro o rapaz que tomava conta do Museu do Gaúcho foi de uma simpatia de tirar o chapéu.

Bueno. Mesmo dentro de uma generalização, no fim cada caso é um caso. E é só com os fundilhos na sela que se conhece o trote do pingo, tchê.

* * *

Acredito que parte da impressão de "educação" dos sulistas que temos se deve ao comportamento no trânsito - pelo menos, em Gramado. É de estranhar. O turista - o belorizontino, no mínimo - se surpreende positivamente, posto que não há semáforos. No momento em que põe os pés na faixa, qualquer motorista pára para (odeio a reforma ortográfica) você atravessar. Ou melhor, nem isso: basta que se coloque na calçada, frente à faixa de pedestres, e que percebam sua intenção. Um acordo tácito. Lindo assim.

É uma cidade do interior, dirão. Nem tanto, nem tanto. Na próxima Canela, um pouco menor que Gramado, há sinais de trânsito. Em Nova Petrópolis também. Ou seja, trata-se de uma questão de cultura, imagino, implantada (ou conservada) ao longo do tempo. Portanto, é possível a existência de um município, de tamanho considerável, sem semáforos. Para os exércitos maléficos e hediondos da BHTrans, um paraíso destes na Terra seria o próprio Juízo Final.

Claro que, para dar certo, cada um tem que fazer a sua parte: isso inclui cidadãos pedestres, cidadãos motoristas e a administração pública. Porque se percebe o toque da Poder Municipal em detalhes que incentivam o cumprimento dos deveres de cada um para preservar o direito de todos, colaborando para evitar uma eventual burla dos atores.

As principais avenidas da área central, por exemplo. Em cada uma das quatro esquinas abauladas de um cruzamento existem canteiros com bromélias, flores e pequenos arbustos, o que desestimula o pedestre a atravessar ali, fazendo-o procurar a faixa, distante a um ou dois metros.

Pode ser nada, pode ser pouco. Mas garanto - pra mim, que sou propenso à insubordinação, funcionou.

Jamais funcionaria em uma capital, infelizmente.

* * *

Pelas poucas experiências que tive e viagens que realizei, e até onde conheço, continuo achando que, no geral, o nordestino é o povo mais simpático, amistoso e sorridente do país. Isso não quer dizer que não tenha adorado, mesmo que brevemente, a experiência de conviver com a gauchada.

E também não tive nenhuma experiência racista, como já me acautelaram alguns. No entanto, um grupo de biólogos do Congresso da Meguinha foi certa noite a uma boate, e justamente os dois negros da turma - um homem e uma mulher - foram atacados por jovens locais com sprays de pimenta. Vai saber.

Enfim. Gaúchos ou não. Mineiros, nordestinos ou não. Pretos, brancos ou não. É a nossa velha civilização.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Volver

Voltamos.

E o trabalho acumulou. Portanto, rapidinho:

Gramado é ótima. Buenos Aires é linda.

E enorme, e múltipla.

Absoluta certeza de não ter sorvido um décimo do que ela oferece.

E nenhuma dúvida de que Buenos Aires merece - merece, não; pede - a nosotros, quem sabe um dia, volver.