sábado, 29 de dezembro de 2007

2008 feliz

A todos, minha estima de um ano novo saudável;

Aos pais, isso mais a admiração e o agradecimento por tudo que jamais conseguirei retribuir;

Às irmãs, o carinho e o amor fraterno que enchem meus óio de água boa;

Aos parentes, a prosperidade e o bem-estar de corpo e de alma;

Aos amigos, o obrigado pela tolerância, franqueza e infinita paciência;

Aos inimigos, minha paz;

Aos amores presentes, passados e futuros, um beijo na bunda e até segunda.

Feliz 2008.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Blackjack

Viver sem planos é curioso. Todo dia é uma aposta no escuro, uma carta pra virar. Cê nunca sabe qual é o limite. E tá sempre jogando pra não estourar.

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Reveillon Roleta Russa - em BH, em sítio, em clube, em festa com um chapa, em festa com uma chapa?

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Bateu saudade do Serro. Embora a cidade, que um dia aos sete anos me acolheu, que um dia à minha infância pertenceu , que um dia de lar eu chamei, agora olha dentro dos meus olhos e não me reconhece.

Somos, como amantes que se reencontram, estranhos novamente. Sou, de novo, forasteiro.

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De repente me dei conta: que cidade na vida a gente pode chamar de casa? Se sentir em casa? Nenhuma mais, talvez.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Apelo

Que música pungente essa, do Vinicius. Deus, como passei a vida até agora sem essas canções para espremer gotinhas de beleza nessa existência seca e ordinária? Sem me interessar pela MPB "de raiz", sem dar valor ao que sempre cresceu ao lado meu? Mas tudo tem sua hora; devo prometer a mim mesmo essa prontidão, essa busca pelo conhecimento que, espero, marcará o ano vindouro. É excitante saber que há todo um universo a explorar.
E para pôr um ponto naquele assunto, naquele pranto, um recadinho final para você, sim você mesma, ainda que você jamais venha a ler : eu te peço, não te ausentes, pois a dor que agora sentes, só se esquece no perdão. Ah, minha amada, me perdoa, pois embora ainda te doa a tristeza que causei, eu te suplico - não destruas tantas coisas que são tuas por um mal que eu já paguei.
Pois agora tudo o que precisamos é de nos libertar.

Pra fazer justiça

O Globo Repórter de hoje é só de exemplos de solidariedade dos/entre brasileiros. Belê.

Natal feliz

Pô, tava vendo o Evaristo do Jornal Hoje ontem e a pauta dos caras me pareceu meio equivocada. É claro que a pauta parte do ponto-de-vista do cidadão médio, de classe média, razoavelmente informado e, afinal, o mundo tá lascado de qualquer jeito. Mas eles vinham com aquela premissa, tipo, "Natal: época de compras e guloseimas" para delinear a maioria das reportagens.

Isso me dá um pequeno incômodo. Nada muito, assim, digno de registro. Mas chateia, se pensar na molecada que vê, cresce e absorve essa cultura deste significado do Natal. Até quem nem é católico/cristão, ou bem racional, sei lá, deve embarcar nessa, desconfio.

Provavelmente não estou sendo muito claro. No fim, como sabem, tudo se resume à reunião com as pessoas que importam. Em natal, prefiro sempre o equilíbrio: não gosto de rezaiada nem da exarcebação que o materialismo provoca. Embora nessas coisas nem sempre a gente tenha escolha.

Enfim, tanta enrolação pra desejar a todos (sim, todos os quatro ou cinco que me lêem e àqueles que não) um feliz natal. Que a gente possa fazer uma reflexão para fazer do nosso mundinho particular um lugar com mais compreensão, tolerância e humor com a vida.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O cromo das saladas

Falando em alimentação, segue aí quitute muito de meu apreço, "Não Comerei da Alface a Verde Pétala". De Vinicius de Moraes para todos aqueles que acreditam no cromo das saladas, um poeminha fast-food da mais alta catiguria (a receita da "Feijoada À Minha Moda" do poetinha é ainda mais saborosa). Bon appétit, mes ami!

"Não comerei da alface a verde pétala

Nem da cenoura as hóstias desbotadas

Deixarei as pastagens às manadas

E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas

Talvez pouco elegantes para um poeta

Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta

Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois

Nem como os coelhos, roedor; nasci

Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati

E eu morrerei feliz, do coração

De ter vivido sem comer em vão."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Comidinha caseira

Limpar pia: nah; fazer comida: yeah. Prato do dia: cenourinha cozida, quiabo refogado, arroz, feijão com tempero de bacon e bife de boi. Falta um verdinho, mas... Ô trabalho que dá secar alface. Por isso quero plantar um pé num vasinho e depois colher o suficiente para a refeição da hora. Lembro que falei isso e riram. Será ingenuidade minha essa idéia ou se eu colher folha por folha a alface morre? Bom, como qualquer sujeito dotado de espírito científico, já estou realizando testes com um pezinho de manjericão que achei no hipermercado. E ele parece estar suportando muito bem a bateria de testes, como eu desconfiava.

Lama

Sinto que a qualquer momento alguém vai ligar e me dizer: Ê, Rubens. Você aí nessa lama.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Wall-e

Sei não, mas a próxima história da Pixar Studios e da Disney tem potencial para ser a melhor já animada por eles. Claro, é só um chute, mas alguma coisa me diz que esse robôzinho tem cacife para virar um fenômeno como foi o ET do Spielberg, na época. Já imagino a febre (ninguém diz mais “coqueluche”, hoje em dia) de produtos, merchandising, brinquedos e até mesmo algo como um aspirador de pó automático igualzinho ao Wall-e. Alguém aí se lembra do Arthur, um robô de plástico marrom com controle remoto que marcou o natal das crianças de 1982? (Cópia descarada do Arr Tchu Vi Tchu - o R2V2 de Star Wars).

Espero que o filme, que tem no trailer uma introdução da Aquarela do Brasil, seja tão promissor como parece. Se a hitória for mesmo porreta, estou curioso para saber se ano que vem teremos muito marmanjão no cinema engolindo o choro; ou se, por outra via, uma platéia de autômatos.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ah, se eu pudesse...

Ah, se eu pudesse...
Espargiria flores para marcar seu despertar em minha alcova...
E que esse perfume traduzisse tudo o que eu não sei dizer em palavras...
que eu deveria ser ainda mais dedicado, e amoroso
Porque aos amigos posso contar
Como sou feliz por você me amar
Mas, não. Nada disso é realidade.
Ah, se eu pudesse, te puxava pra dançar com as luzes apagadas, e botava um Frank Sinatra, e a gente pelo menos fingiria que éramos algo. Nada extraordinário, pelo contrário, mas que importa? Bastaríamos a nós dois, e a vida seria... seria o quê? Seria algo mais simples, algo em que duas pessoas tomaram uma decisão simples, porém não menos sábia e extraordinária: escolheram alguém para envelhecer junto.

Domingo, p.m.

É a primeira noite que durmo sozinho.

Mentira. Já dormi muitas noites sozinhos desde então. É a primeira noite em que realmente ESTOU sozinho. Com tudo de bom e ruim que isso significa.

Ah, Lu. Cê não sabe, né? Realmente não faz a menor idéia do que aconteceu.

Você me olhou com raiva e ressentimento. Puxa, e eu que só quero seu bem.

Mas no fundo são escolhas que a gente faz - é a isso que se resume tudo. Em vez de passar a vida pisando em ovos, prefiro estalar folhas secas de caídas uma mangueira.

Meg. Talvez você não precise perder peso. Eu preciso. Bom fim de ano.

Caraca. E no fundo todo mundo só busca a mesma coisa.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Tim-Tim

Ontem fui ao Studio Bar. Dizem que estava fechado há 8 anos. Parece que reabriu. Lugar interessante, conta com ambientes diferentes além do salão de dança/show, como mesinhas tipo bar, área ao ar livre, coisa e tal. Seria perfeito se não servissem apenas long neck (juízo de valor de butequeiro).

Era show do Falcatrua, que agora tem um integrante amigo meu - Marcelo Bontempo, talentoso instrumentista. Cantavam Tim Maia, em noite de repertório atípico da banda, devido à presença de Nelson Motta e ao lançamento da biografia do Síndico. Irreverência aparenta ser a proposta do conjunto e o vocalista - que não era preto nem gordo mas tinha um quê de cafajeste - deixou o bigode crescer. O “tributo” saiu mais à Freddy Mercury (ou Burt Reynolds) do que ao próprio Tim. Meus apelos para “I want to break free” foram em vão.

Na oportunidade, identifiquei a Fernandinha Takai em uma mesa (desconheço a cara dos outros bichos do Pato Fu) e o próprio Nelsinho, divertindo-se, assim pareceu. Demais celebridades escaparam ao meu escrutínio.

Não houve mais ocorrências dignas de registro. Do Leme ao Pontal, todos se comportaram bem. Inclusive eu, parapapará, que gostava tanto de você.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Som de folhas secas

Houve tempo em que não se trancavam portas

Se dele não provastes, que te importas?

Em tardes macilentas retidas na memória

Amareladas, páginas que teceram história

Em meio a traquinagens e artimanhas

Da mocidade levada entre montanhas

Escorregar morro quando o sol se levantava

E subir devagar quando a lua muito brilhava

Lembro então daquela mangueira de manga-rosa

Que não era grande, nem fértil nem tão frondosa

Porém firme, forte, honesta – uma verdadeira mangueira de bem!

Beleza oculta que residia em ser de todos – e não ser de ninguém.

Terapia etílica

Bebi segunda e terça. Quarta sem dormir. Quinta, mais cervejinha. Sexta, de duas da tarde às duas da matina. Sábado, não. Domingo, sim.

Como pai disse uma vez, eu realmente deveria deixar para elevar as ações da AMBEV nos finais de semana.

Édipo, Peter Pan, Cinderela... será que existe complexo de bêbado? Por favor, me lembrem de algum pau d'água nos contos infantis ou na cultura universal. Preciso defender uma tese.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

E no final a morte

Cabei de chegar a BH. Fui a Teófilo Otoni na quarta, virei noite, estou de volta nesta quinta. Exausto, mas nem se compara ao que minha família passou. Nem chega perto.

Na boa, não consigo entender. Não, não é verdade. Entender, eu entendo; a palavra certa é aceitar. Não consigo aceitar facilmente a existência do velório. A meu ver, nem muito sensato, nem racional. Mas aconteceram circunstâncias que me fizeram estar lá. E, olha, foi bom poder oferecer algum apoio aos primos, vovó, mãe. Que seja um abraço, um olhar, uma palavra - ou até uma piada! As pessoas contam com você. Nada do que rolou, no entanto, muda o fato de eu agir freqüentemente como uma besta egoísta. A gente, apesar de saber o que é certo, nem sempre age e decide pelo que é certo. Ainda bem que este não foi o caso. Se, por orgulho, entrei em contradição, não importa. Só um imbecil completo não se contradiz. E eu não sou completo.

Descanse em paz, tio, nesse destino que a gente comunga, que quase sempre nos oprime, embora também talvez nos redima.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Insônia

Quem tem
Sabe o que é
Chegar à seis
Morto em pé.

Escrever assim
É heresia
Texto ruim
E má poesia.

Isso não é o pior.
Mesmo descansado,
A literatura
Não fica mió.

Os QUESLAS

Vendo os personagens do Sacha Cohen, o comediante judeu inglês que faz Borat e outros, penso nessa figura universal presente em todas as culturas, tempos e países: o Quem Se Leva A Sério.

Você o conhece. É quem costuma fazer a festa dos gozadores e bem-humorados. Quem Se Leva A Sério acha que o ridículo é a humilhação suprema. Verissimo desconfiava de que só é livre, livre mesmo, é quem não tem medo do ridículo.

Eu não aprecio muito quem se leva a sério. Porém, não dá pra negar, eles nos divertem bastante. Rimos com as suas úlceras. Sem eles, o que seria dos comediantes? O problema dos QUESLAS é quando eles levam sua aversão do auto-humor e pânico do ridículo a níveis extremos ou as combinam com medo, ressentimento, ignorância. A mistura pode ser perigosa e explosiva.

Sou da turma “Faça humor, não faça a guerra”, mas não consigo deixar de pensar naquele cara de Beleza Americana que mata o Kevin Spacey; e em alguns profissionais de marketing que dia a dia a gente vê por aí coalhando as empresas. São assustadores, assim como sua superioridade numérica.

Cada vez mais, tenho o sentimento de que o humor está numa batalha de morte contra os QUESLAS. E vem perdendo.