quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ciências contábeis

Ser credor é osso. Quem lida com publicidade, sabe. Seja por vias oficiais ou no paralelo, receber o quinhão que lhe compete às veiz dá mais trabalho que o próprio job. Se bem que isso deve ser comum noutras áreas, como comércio, etc. Ao fim, uma dúvida me colhe: é melhor ser credor ou devedor?

No aspecto monetário, sei não. Depende das possibilidades. Se houver a esperança implícita de indulto ao inadimplente, ou de existirem grandes chances de receber o que lhe é devido, mesmo que leve um tempinho.

E no campo amoroso? Sei não. Acho que aqui é ruim de qualquer jeito, todos parecem sair perdendo. Dever me parece tão lamentável quanto cobrar. Se amar implicasse anotar débitos numa caderneta, que fossem registrados a lápis, com data de vencimento na margem e uma borracha sempre à mão.

Amar deve ser perdoar dívidas - se você for cobrador. Se, por outro lado, seu saldo viver no vermelho, deve-se trabalhar com o máximo esforço para retribuir o crédito dia a dia concedido. É difícil, mas imagino que deve ser assim: quem dá calote sentimental acaba pagando de qualquer jeito, com juros e correção.

Desconfio que, numa relação, o amor pode até funcionar um tempo fiado. Mas, seja a oferta à vista ou a prazo, amor, amor mesmo, nunca, nunca se vende.

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