quinta-feira, 17 de abril de 2008

Tornozeleiras

Iniciam-se em BH os testes das tornozeleiras eletrônicas para presidiários. O sistema consiste no monitoramento, por GPS ou radiofreqüência, das andanças do detento em regime aberto e semi-aberto. Se o cara desrespeita o perímetro geográfico permitido, descumpre os horários de chegada e saída de casa ou tenta retirar ou inutilizar o dispositivo, um alarme imediatamente dispara, indicando a posição do sujeito para os homi. Emergência! Chamando todos os carros!

Mas, por que parar por aqui? Não precisamos restringir a tornozeleira ao sistema carcerário. Há outros segmentos de mercado, gente que certamente tem potencial para se tornar usuária do produto. Maridos, por exemplo. Tenho convicção de que existem por aí senhoras que gostariam de poder exercer um controle maior sobre essa classe de penitentes. Como horário de chegar em casa. Trajetória cotidiana estabelecida (casa-trabalho-casa). O real paradeiro quando ele disse que ia ver futebol com os amigos. A coisa vale também para esposos ciumentos - obviamente outro público-alvo -, tranqüilizados com suas morenas de angola circulando de chocalho amarrado na canela. E, olhaí, mães zelozas e preocupadas com filhos adolescentes são outro bom mercado para a nova tecnologia.

No fundo, tudo é piada, claro. Já a impulsão por controle sobre a vida alheia e os sentimentos por trás dessa questão, não sei. Uma improvável abertura da tornozeleira eletrônica ao varejo significaria menos um símbolo de detenção pública do que de insegurança privada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Podia ter uma coleira, ou capacate, que explodisse toda vez que um político fizesse uma negociata.

Aleta disse...

Concordo Léo, ou então quando algum idiota fizesse uma idiotice!