terça-feira, 15 de abril de 2008

Rumos

Tiro um minutinho para ir lá fora. Venta bom, venta fresco. Quase faz frio aqui, em cima da Raja. À minha direita, o poente tece suas cores. À minha esquerda, uma tempestade se aproxima. Encosto no poste para olhar para nada. Me passa o pensamento: se alguém me vir agora, vai imaginar que estou fazendo pose. Dou de ombros sem dar, continuo pensando no custo das coisas, nessa gratuidade da vida. Que fazemos aqui? Pra quê essa correria? Qual o meu lugar?

Um motoqueiro diminui a velocidade e me tira da filosofia barata. Onde fica a Mário Werneck?

Por dentro, sorrio. Digo sempre aos amigos: não há vez que ande pelas ruas sem que alguém me peça indicação de um destino, e faço troça, falando que o meu destino não é outro senão o balcão de informações.

Digo ao motoqueiro onde é, o que fazer, os atalhos a seguir e os caminhos a evitar. O cara agradece e vai. No enxame disforme de veículos, ele se torna mais um e desaparece. E porque na vida há casos e acaso, eu volto ao trabalho e também me torno mais um.

À procura de sentido e direção.

(Hmm, aposto que o lanchinho no guichê de Confins deve ser mais arrumado).

2 comentários:

MegMarques disse...

Ficou melancólico no fim da tarde?
É nisso que dá ouvir Abba o dia inteiro, hahaha.

Beijos

PS:
Seu lugar é ao meu lado, viu?

Rubão disse...

Abba: você tem razão.
PS: você tem razão.
Bj,
r