quarta-feira, 30 de abril de 2008

O eterno trapézio

De que maneira chegaremos
às brancas portas da Via-láctea?
Será com asas ou com remos?
Será com os músculos com que saltas?
Trapezista, Cecília Meireles


Quantas vezes você já estragou seus relacionamentos por não dizer o que realmente sentia?

E quantas vezes você já estragou seus relacionamentos por dizer o que realmente sentia?

Quantas vezes você já se sentiu machucado e arrependido porque foi sincero e o outro não entendeu, não compartilhou nem se enterneceu; fez da sua sinceridade uma arma apontada para você, fez das suas confissões um instrumento egoísta de controle e poder?

No meu caso: inúmeras vezes. Doeu pra burro, mas não aprendi. Talvez jamais venha a aprender. Se a lição é ficar na moita, nunca fui bom de camuflagem; se é aquele jogo de cartas marcadas, nunca esses foram meus ases; se é pra dançar conforme a música, nunca, como no filme, toque I Will Survive à minha presença e me peça para virar estátua.

Porque pensei nisso quando li o que a Cristiana escreveu no blog Para Francisco:

“Como é difícil encontrar o amor, filho. É que amor de verdade não é feito só de pele. O que o torna amor é ser feito de alma. Sua matéria-prima é cumplicidade. Você pode se relacionar há anos, ser casado com uma pessoa e não ser dela um cúmplice. Se ela não disser sim, não há o que eu chamo de amor. Cumplicidade, filho, é alguma coisa que você pode conquistar com alguém que parece estar longe. Uma pessoa com quem você se corresponde, por exemplo, pode chegar tão perto do seu coração, mesmo que você não a conheça fisicamente. Isso é amor. Amor de alma. Era o que eu tinha com seu pai. E tinha todo o resto também. Mas parece que as melhores coisas da vida são mesmo as mais difíceis de se encontrar.”

E lembrei do Poetinha, que disse: O amor só se dá para quem se deu.

Às vezes, recebo conselhos de cautela, olhares de reprovação. Me pedem para ser contido, me pedem para ser discreto.

Caramba! Deixa eu fazer o que o coração mandar! Porque pouco mais importa.

Permitam que eu expresse minhas cores, deixem que eu seja tolo, deixem que eu sofra, deixem que eu me afogue em dores por ser insensato!

Se eu tiver que gritar, eu grito.
Se eu tiver que chorar, eu choro.
Se eu tiver que viver, eu vivo.
Se eu tiver que morrer, eu morro.
Se tiver que me contradizer, eu me contradigo.
Se eu tiver que voltar atrás, eu volto.
Se eu tiver que seguir em frente, eu sigo.

Pois amar, amar de verdade, é um eterno salto sobre o abismo.

Espero ser muito feliz. Espero que você esteja do outro lado, Meg.

5 comentários:

Anônimo disse...

:o, vixe!
;)

MegMarques disse...

Do outro lado?

Não, não, amore, estou ao seu lado, pulando junto sobre o abismo, se for preciso.

Anônimo disse...

E eu me lembrei do Padre João:
— Quem inventou o amor, não fui eu, não fui eu...

Anônimo disse...

Oi! num pude deixar de passar aqui e escrever uma coisa que ouvi por ai achei ótimo, 'se eu quiser beber, eu bebo/ se eu quiser fumar eu fumo...' Toca pro pau! E aí isso aí!
Massa vcs dois! :)
Erika.

Rubão disse...

Valeu, Erikinha! Vamo nessa! Bj,
r