terça-feira, 15 de abril de 2008

Nessum dorma

Do EM, hoje: cientistas americanos desenvolvem pílula contra o ronco. Está em fase de testes, mas, alvíssaras! Agora, sim; com a miraculosa pílula no mercado, posso enfim acreditar naquelas pessoas que volta e meia me dizem que estou pronto para casar.

* * *
Quantos tímpanos roucos
De tantos altos roncos
Quantos ouvidos moucos
Por tantos peitos broncos!

* * *

Não sei se consigo. Mas tenho consciência de que se quiser mudar algo nessa vidinha ordinária, tenho que começar na base: o sono.

Não será fácil. Minha relação com o sono sempre foi diplomaticamente beligerante. Jamais me rendi. Cada noite é uma batalha em que só me entrego se for vencido, se as cavalarias oníricas me depõem as armas em seu irresistível tropel. A cada adormecer, regresso ao reino de Morfeu como se fosse um prisioneiro político. A cada manhã, deixo aquele território em liberdade condicional, para retornar sob custódia uma vez mais nos prelúdios da madrugada. Luta sem glória.

Porque, nessa guerra, todos sabem quem vence no fim. Passageiro ou eterno, o sono chega para todos.

* * *

O mal do mundo é que boemia não é profissão nem atividade regulamentada e, pior, sequer remunerada. Fazemos nossa parte social, eu diria. Da poesia malsã - ainda que vã - aos 10% do garçom. Se bem não for, desserviço será?

Mas sei, eu sei, que, sem dormir direito, não dá. Mas que diabo, carpe noctem sempre foi meu negócio. Tinha que nascer morcego em vez de joão-de-barro?

3 comentários:

MegMarques disse...

Mas vc nem ronca...

Anônimo disse...

Genial, Rubão.
A cada dia (ou noite) você se supera.
Saudações noctívagas.
A. None Moh

Rubão disse...

Obrigado, A. None Moh. Mas não exagere.
Abraço,
Who Benz