Você decerto já ouviu dizer "Que ideia contagiante". E ideias contagiosas?
Influenciado pelo inglês Alan Moore, faz tempo que adoro, adoraria explorar com profundidade esta excitante perspectiva: as ideias como forças transformadoras da realidade.
Afinal, tudo o que existe ao seu redor, suas crenças, seus conceitos, seus sistemas de valores, sua ética, sua moral, sua fé na existência de vida após a morte, a cadeira que você está sentado e o ecrã pelo qual agora me lê - tudo - absolutamente tudo existiu, em primeiro lugar, no mundo das idéias. Só mais tarde entrou com um pé no plano físico. Só depois virou matéria. E só depois entrou na sua mente.
Há anos li uma obra de um espanhol, se não me engano Felipe Arnesto, que catalogava, quase como num almanaque, as grandes ideias que modificaram a humanidade ao longo da história. Interessante e instigante.
Essas digressões chegam expressamente da minha memória sem pedir nenhuma licença, intercalando-se ao verdadeiro objeto do post: apresentar um artigo que li esta manhã, sobre um tal de Edward Bernays.
Eu, que insisto na importância estratégica da comunicação - meu metier, meu arroz-cum-feijão - nos tempos atuais, e suas implicações em nosso cotidiano de ideias, achei muito pertinente ler uma palhinha sobre o que fez e o que pensava este vienense, sobrinho do Freud.
“ A consciente e inteligente manipulação dos hábitos e das opiniões das massas é um importante elemento na sociedade democrática. Os que manipulam esse mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisível, o verdadeiro poder dirigente de nosso país. Nós somos governados, nossas mentes são moldadas, nossos gostos formados, nossas idéias sugeridas amplamente por homens dos quais nunca ouvimos falar. Este é o resultado lógico de como a nossa “sociedade democrática” é organizada."
(...)
É preciso envenenar a mente dos homens, como envenenada foi a inteligência do assassino de Oslo – e desmoralizar, tanto quanto possível, as instituições do Estado Democrático – sempre a serviço dos donos do dinheiro. Quem conhece os jornais e as emissoras de televisão de Murdoch sabem que não há melhor exemplo de prática das idéias de Bernays e Goebbels do que a sua imensa empresa.
Pra quem quiser, o artigo completo está aqui. E, se ideias envenenam, é inteligente deixar o antídoto sempre à mão. Na estante ou na cabeceira.
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