David Cameron falou que os saques eram coisas de ladrões, baderneiros e delinquentes. A seguir, outras visões.
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Seulmas Milne, do The Guardian:
O gatilho foi a morte de um jovem negro pela polícia em um país onde os negros tem 26 vezes mais chances de serem parados e revistados pela polícia que os brancos. Os distúrbios que explodiram em Tottenham no fim de semana seguinte aconteceram em um bairro que tem a maior taxa de desemprego de Londres, onde os clubes de jovens foram fechados para atender a um corte de 75% no orçamento dos serviços para a juventude.
Depois os distúrbios irromperam em várias partes do que é hoje a cidade mais desigual do mundo desenvolvido — onde a riqueza dos 10% mais ricos atingiu 273 vezes a dos mais pobres — atraindo jovens que tiveram sua ajuda de custo em educação cortada justamente no momento em que o desemprego de jovens bateu recorde e o acesso à universidade foi dificultado depois que as mensalidades foram triplicadas.
Artigo completo, aqui.
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Gianni Carta, na Carta Capital:
Foram raros os articulistas britânicos a questionar o discurso simplista do primeiro-ministro conservador. Para minha surpresa, até colunistas de diários de esquerda, como o The Independent, concordaram com Cameron. Esses escribas não levaram em conta como a maior recessão desde os anos 1930 e o programa de austeridade implementado pelo governo suscitaram a erosão da qualidade de vida das classes médias e pobres. Também ignoraram o fato de os integrantes de minorias serem os mais afetados pela crise e pelo programa de austeridade. Colunistas da imprensa brasileira adotaram, acríticos, a fórmula de Cameron: os rebeldes são ladrões.
Artigo completo, aqui.
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Folha de S. Paulo:
A polícia diz que muitos dos tumultos foram organizados por líderes de gangues juvenis, mas entre os presos estão pessoas de 11 a 46 anos e até uma universitária de 19 anos que estudou numa boa escola e pertence a uma família de classe alta.
Notícia completa, aqui.
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A visão de um lojista londrino:
“Esta geração que nasceu lá por 1995 é de jovens excluídos socialmente. Eles vivem uma subcultura. Eu tenho 41 anos, e quando eu era criança eu sabia que, se estudasse e trabalhasse, eu ganharia dinheiro e teria uma vida boa. Hoje eles acham que podem ter dinheiro sem fazer nada.”
Tem colunista de jornal até citando o filósofo Thomas Hobbes e seu estado de natureza para explicar o caos nas ruas inglesas, como se o problema residisse no excesso de liberdade e a solução estivesse em um governo forte, capaz de decidir por todos.
Artigo completo, aqui.
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A desculpa que faltava para um perigoso precedente:
O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou nesta quinta-feira (11/08) que estuda adotar uma polêmica medida com o objetivo de combater a onda de distúrbios violentos ocorridos nos últimos cinco dias em algumas das principais cidades do Reino Unido.O premiê pretende bloquear toda a comunicação de serviços de internet e telefonia móvel on line durante eventos que considere comprometedores à segurança.
Notícia completa, aqui.
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Site Carta Maior:
Domingo, 6 de agosto, Tel Aviv: 350 mil israelenses protestam nas ruas por melhores condições de vida. Segunda- feira, 7 de agosto, Londres: distúrbios sociais iniciados nos subúrbios pobres transformam-se em explosão viral que envolve milhares de jovens em diferentes pontos do país. Terça-feira, 8 de agosto, Santiago: 150 mil estudantes vão às ruas em defesa de uma reforma educacional que universalize o ensino público, gratuito, de qualidade. O que interliga esses levantes quase sincronizados em lugares tão díspares, antecedidos de rebeliões massivas que irromperam como que abruptamente das areias dos países árabes e da modorra social em outras partes do mundo?
Editorial completo, aqui.
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