quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Certas coisas não se privatizam*

Nessa matéria, muita gente boa discorda de mim - claramente um equívoco terrível, só existem dois tipos de opiniões nesse mundo: a minha e as erradas - mas eu realmente acredito que certas coisas não se privatizam*. Mesmo.

Estradas, por exemplo.

É bem público, deveria ser sempre. Quando você deixa as estradas sob o domínio de um grupo privado, você corre o risco de sofrer abusos. Não importa que privatizá-las melhore a qualidade das rodovias e evite acidentes. Isto é obrigação de quem gere o bem comum. A privatização das estradas é o Estado tirando o corpo fora de um bem público estratégico.

Praias. Absurdo total. Já vi barracas de praia em Porto Seguro que não permitiam que você seguisse em frente pela orla do mar. Dizem que há lugares na Europa que também se paga para entrar, sentar, tomar sol na areia.

Água. Imagina, os grandes grupos empresarias neocons e neolibs botarem as mãos no bem vital. O que você acha que ia acontecer? Por exemplo, na França teve, eles viram a bobagem que fizeram e recuaram. Imagina o desastre se o Estado deixa de gerir a água, entregando-a aos humores do mercado.

Genes. Pensa, essa moçada patenteando genes. Onde isso vai dar.

E, por que não, educação. Educação não deveria ser privatizada. Ah, você dirá, és um utópico. Educação pública de qualidade só nos antigos estados europeus de bem-estar social, só em países do primeiro mundo. É mesmo? Dá uma pesquisada e veja como são as coisas ali na Argentina.

Pode dizer, I´m a dreamer.



* Na pressa, cometi um assassinato gramatical, um caso de concordância, que já foi facilmente solucionado. Não se fazem mais crimes linguísticos como antigamente.




2 comentários:

MegMarques disse...

Concordo com alguns itens. Discordo de outros. Educação, por exemplo. Acho que estado devia mesmo oferecer educação de alta qualidade para todos os que a quisessem. Mas não pode ser monopólio do Estado. As pessoas tem que ter o direito de escolher por um tipo de educação específica se quiserem. Se alguém quiser ensino religioso para seus filhos, é bom que existam escolas católicas, judias, espíritas, etc. Se a pessoa quiser que seus filhos tenham um currículo semelhante ao de outro país. Se quiser atividades mais focadas na arte e na criatividade, ou no ensino cientificista. Enfim, acho que deve haver ensino privado sim, mas isso não deveria ser desculpa para o estado se descuidar da Educação Pública.

Rubão disse...

De acordo. Onde subscrevo?