terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um triz

Hoje, quase atropelei um menino.

Foi de manhãzinha. Num cruzamento.

Ele veio da esquerda, em velocidade. Aproveitava o embalo da ladeira para atravessar a avenida onde eu dirigia.

Freei no último, no último momento. Na brecada, meu coração entalou no gogó. Zuuuum,  lá foi ele com sua bicicleta. E, se não havia olhado para os lados antes de empreender sua louca travessia, menos ainda se dignou a olhar para trás. Se o fizesse, veria, num choque entre o alívio e a fúria, o atônito motorista do automóvel que por um triz não o transformara em paçoquinha.

Foi aquela coisa de cinema, de carrinho de bebê atravessar o sinal fechado com veículos de ambas as direções tirando lasca.

Se nada aconteceu, não se deve o crédito à minha diligência; naquele momento, o que poderia me deter, a não ser esses imponderáveis encadeamentos de eventos e coerografias onde bailam as horas do menino e as horas do meu dia?

Não atropelei o menino, mas deu vontade de atropelar a mão na orelha dele.

Ah, danado. Se te pego.

Um comentário:

MegMarques disse...

Ainda bem que o pior não aconteceu, que perigo!