quinta-feira, 12 de junho de 2008

Os Bragas

Fiquei na dúvida se deveria escrever. Acabei capitulando, porque, entre a turma me tachar de brega e a patroa ficar de zanga, preservo minha saúde e integridade. Sou mui temente a Deus, à lei e à D. Mega - não necessariamente nessa ordem de hierarquia.

Isso posto, a questão que sobra é: há como não ser brega no dia 12 de junho? É possível escrever alguma coisa que escape à sanha da crítica e do cinismo?

Há, certamente que há. Talvez um dia eu ainda consiga. E é aí que entra outra questão: eu gosto tanto, tanto dos Bragas de Cachoeiro do Itapemirim que vou pedir a benção para que eles falem por mim. Aliás, por toda a vida, tanto o cantor quanto o sabiá - que há tempos voa por outros céus - falaram, essencialmente, de amor.

Então, pensei. Melhor trazer o Rubem e o Roberto pra cá hoje. Cada qual com seu estilo. Ora picante e matreiro, ora lírico e pungente. Mas sempre intensos, sempre simples e sempre amorosos - porque amor tem que ser assim - simples. E intenso. E sempre.

"Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque

Vou me perder de madrugada
Pra te encontrar no meu abraço
Depois de toda a cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço

Sem me importar se neste instante
Sou dominado ou se domino
Vou me sentir como um gigante
Ou nada mais do que um menino"


Que as almas dos Bragas de Cachoeiro vistam as palavras que não tive e cubram de beleza os versos que não fiz, pois como disse aquele personagem de O carteiro e o poeta: Poesia não é de quem faz; poesia é de quem precisa.

"Bendita a chuva que tomou de súbito em teu caminho, e bendito o raio que fez saltar teu cavalo, e o mormaço que te fez inquieta e aborrecida, e a lua que te surpreendeu nos braços de um homem escuro entre as grandes árvores azuis. Bendito seja todo o teu passado, porque ele te fez como tu és e te trouxe até mim. Bendita sejas tu."

6 comentários:

Anônimo disse...

Bunito, bunito. Muito bunito...













mas é brega. rs.

Abs

Anônimo disse...

Brega como esse dia também o é. hehe

MegMarques disse...

Soneto de amor (José Régio)

Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

Rubão disse...

Lindo, Meg.

Anônimo disse...

Ah se eu conseguisse escrever assim!!!

Rubão e Meg, feliz Dia dos Namorados procês!!! :-)

Rubão disse...

Nanda, faço coro: ah, se um dia conseguisse. No mais, obrigado e feliz dia procê tamém.