quinta-feira, 5 de junho de 2008

Ligações perigosas

Atendo:
- Alô?
E uma voz masculina do outro da linha, num tom de autoridade, de mando, de ordem irreproduzível aqui, diz. Diz, não. Parecia ultimato de batida policial. O cara berra:
- QUEM TÁ FALANDO?
Meu primeiro impulso é quase sempre responder. Mas eu estava calmo. Falei pausada e tranqüilamente:
- Você quer falar com quem...?
E o general:
- MARLÚCIA!
Aí não aguentei, mas continuei falando devagarinho:
- Não é a casa dela, não. E da próxima vez que ligar, você não seja mal-educado; seu safado.
Ih, pensei, pronto. Falei m*. Agora vai ter bate-boca, xingamento de lado a lado e coisa e tal. Só que aí o cara disse:
- Opa! Desculpa aê. Ow, foi mal, cara...
Desliguei. O cara afinou. Para minha surpresa. Nem levantei o tom de voz.
Bem, sorte a dele, no fim.
Ah, se sinusite e dor de garganta pudessem ser transmitidos via fone.
O semducação ia saber o que é bom pra tosse.

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