É meio complicado escrever com o chefe de butuca passando toda hora atrás de você: escrever rapidinho no intervalo espremido entre aquele raciocínio que agora já lhe fugiu e o retorno apressado do indigitado a vigiar no monitor os passos das suas mãos.
Às vezes, é desesperante. Você está a escrever algo, na sua (minha) opinião, formidável, e aí escuta o clap-clap daquele trote ansioso adentrando o estúdio e então tem de parar e clicar correndo no outlook express para verificar e-mails. Ou pegar a caneta e botar a máscara de pensador, “por favor não me interrompa, estou no momento decifrando questões profundamente existenciais nesse job, feito o quê apresentarei soluções criativíssimas que vão render horrores para nós e para o cliente”.
Pior é quando o bicho surge de sorrate atrás de você e te dá um flagrante (como acabou de acontecer). Aí continua sua vigília quinzenal (a cada quinze segundos, juro que não invento) pelos computadores de cada um no estúdio, falando ou não ao telefone.
O danado é que o homem não diz nada. Tenho a impressão de que ele me flagra e permanece alguns momentos atrás de mim, momentos que parecem eternos e durante os quais não tenho coragem de me virar. Nada é dito e o bicho segue sua ronda.
Gente, esse homem não trabalha? Né possível! Não tem nada melhor para fazer do que ficar nos fiscalizando para ver se cumprimos com nossas obrigações?
Vem ao caso se estou com serviço ou não por fazer? Vem (por acaso, minha pauta está vazia nesse instante). Na verdade, eu não deveria me dedicar menos ao serviço do que ao blog. Mas é que escrevo apressado, os posts saem sem buril, e eu realmente gostaria de tentar fazer melhor.
Queria continuar e esclarecer detalhadamente meus pontos-de-vista, mas, por falar nisso, já vejo no meu rabo de olho um espectro se aproximar...
4 comentários:
Ele deveria ler o blog pra valorizar mais o redator que tem!
Pelo contrário: ele me demitiria!
Pelamordideus! Não consegues deixar as postagens pra fazer em casa, à noite, seu?
Já pensou: um fígado acebolado, uma latinha ao lado e o computador ligado?
A inspiração viria de montão. (as rimas não são propositais)
A.None Moh
Ainda bem que eu tenho a minha própria salinha!
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