Na história da Canarinho, todas as conquistas receberam o carimbo pedal de um Joga Bola Nele (JBN). Claro: há os coadjuvantes fundamentais. Que decidiram partidas difíceis ao longo do torneio. Mas, o Joga Bola Nele era, sempre foi a referência do time e a esperança do torcedor. Nossa trava de segurança, o botão que ejeta o paraquedas, o Plano A e, ao mesmo tempo, o Plano B do treinador.
Complicou, Joga Bola Nele resolve.
Em 58 e 70: Pelé. Em 62, Garrincha. Em 94, Romário. Em 2002, o ex-magro Ronaldo. E em 2010? Ninguém. Não há aquele sujeito decisivo. O próprio gorducho, que é ungido, já parece ter sucumbido ao peso da idade e do fastio, não suportaria o ritmo alucinante da rave de coices que é uma Copa do Mundo. Ele foi nosso último JBN. E, como todo mundo sabe, para um JBN legítimo, um JBN autêntico, não é suficiente ser craque, não basta estar em forma - tem que ter sangue no olho.
Dirão: mas hoje o futebol prescinde desse jogador especial. Mire a Itália, recente campeã. Levou a copa na Alemanha sem JBN´s. Duvido: o JBN da Itália foi o goleiro Buffon. A diferença é que não seria muito produtivo para a Azzurra passar a partida inteira jogando bola nele. De mais a mais, o futebol italiano é o futebol italiano. O jeito como jogam e conquistam é problema deles, que tratem das coisas deles.
Nossa questão é o futebol brasileiro. Sempre dependente, e cada vez mais carente, de um único, solitário, escasso JBN.
Falta muito. Umas 52 semanas, ainda é cedo.
Será que o Giba do vôlei aceitaria jogar na ponta direita?
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