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Por sincronia, vimos ontem Tropa de Elite 2. Em termos de cinema, é menos azeitado do que o primeiro - superior em trama, atores, apelo dramático. Em termos de sociologia butecal, é mais politizado e, talvez, politizante. Enfim, é um bom filme.
A relação do conteúdo do filme contrapostas às cenas assistidas agora no Rio: a coisa toda é muito complexa e intrincada. Para analisar e sanar, seriam precisos livros e pequenas grandes revoluções.
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Chateado fiquei durante as propagandas e trailers. Veio um comercial da Caixa sobre o dia da consciência negra ou algo assim, com locução de poesia em off, belas imagens de negros com dorsos nus em prais e negras em vários contextos sócios-culturais, etc.
Pois bem. No fim, junto com a legenda "Dia da Consciência Negra", vem um sujeito e diz "Sou Fulano de Tal um dos 14 mil funcionários da Caixa afrodescendentes".
Pombas. Qual o problema de chamar a pessoa de negra? De se assumir negão? Preconceituaram o substantivo negro. Que passa? Não se pode falar que o fulano é negro porque chamar alguém de "negro" pega mal? E pegaria mal por quê?
Como diz vovó, bobajada.
Afrodescendente. Parece até nome de doença. As pessoas cochichando: "Cuidado, ele tem afrodescendência". "Isso pega?"
Se é para ser hipócrita, então daqui em diante terei que chamar minha mãe de afrodescendente, meu pai e minhas irmãs de iberodescendentes e você, quando se referir à minha "etnia", por favor, me chame de SRD.
2 comentários:
Cadelãããoo!
Hahaha! Eu me lembrei disto, ao escrever. Nelson, Nelson.
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