Antes, uma ligeira retrospectiva. Laurinha me arruma um vira-lata largado na escola. Sou convencido pelas mulheres da casa a aceitar o bichano. Chamaram-no de Justin Bieber (daí já se prenuncia toda uma confusão de gênero, nome é destino mesmo). Só que, quando o trouxeram, virei e examinei o ventre do filhote e decretei:
- Meninas, vocês se enganaram. Não é ele. É ela.
Pra simplificar, eu tasquei logo um "Biba", que é, assim, digamos, tal e qual Darci. Um nome com serventia pra qualquer setor: masculino, feminino e coluna do meio.
Eis que ontem, no sofá, vendo tv, tá lá Biba fazendo contorcionismos com a língua e... - epa. Que trem esquisito é aquele? Ei, onde deveria estar a pererequinha, tá parecendo um saco com bolas... e logo em cima tem um treco vermelho e piramidal saindo pra fora do bicho! E ele tá lambendo! Ieeca! Biba é macho!
Foi o que pensei, ali, estupefato, naquele momento de revelação. Minha primeira reação foi ligar para Meg e as meninas, mas depois esses bofes estranhos passaram e voltei à normalidade do meu ser, nascido em Teófilo Otoni e criado no Serro. Passada a epifania - puxa, esse safado nos enganou mesmo - pensei que, de fato, se alguém se equivocara nessa história, pode ter sido qualquer um; eu, não.
Ora, todo mundo sabe que, em matéria de gatas, sou um especialista reconhecido e admirado. Isso é notório, de domínio público. Jamais me equivocaria em um exame meu, de resto acurado e substanciado pela experiência de anos de trato fino com a gataria. Então, o que pode ter acontecido? Como o que antes era fêmea virou macho, mulé virou homi, gata virou gato?
A única explicação possível: Biba é transsexual. É claro, só pode ser isso. Como diria Sherlock Holmes, vá eliminando todas as hipóteses; o que sobrar, mesmo sendo improvável, é a solução. Eu só deveria ter desconfiado desde o início. Biba, Biba. Percebe? Apelido também é destino.
5 comentários:
So te digo uma coisa : minha Clementine um belo dia virou Lule.
Uai, o fenômeno é mais comum do que eu pensava.
Quem comentou isso fui eu, K, Rubão, inadvertidamente usando o login da Meg.
Não, amore; fui eu.
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