É preciso ficar de olho aberto. Eis a seleção da grana, convocada pelo nefasto Dom Ricardo Teixeira: o empresário J. Havilla, Luciano Huck, o empresário José Victor Oliva, Galvão Bueno, Ronaldo Fenômeno e André Sanchez. Só a fina flor.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Olho nesse time
É preciso ficar de olho aberto. Eis a seleção da grana, convocada pelo nefasto Dom Ricardo Teixeira: o empresário J. Havilla, Luciano Huck, o empresário José Victor Oliva, Galvão Bueno, Ronaldo Fenômeno e André Sanchez. Só a fina flor.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Solidários
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Uma corrente diferente
Subscrevo
Do João Ubaldo:
"A essa altura, eu escrevo porque não tenho outro jeito. Eu me convenci de que escrever é a única coisa que sei fazer e de que tenho alguma coisa para dizer. Numa entrevista à Libération, depois de ter pensado muito, cheguei à conclusão de que escrevo porque quero; porque, no fundo, o meu escrever é reduzível a isto; não a um ato voluntarista, mas a um ato de decisão, um aspecto do livre-arbítrio. Você tem aquela vocação, você tem de deliberar uma hora na vida o que é que você vai fazer. Existe um velho verso em português (que não é assim mas a expressão ficou): ‘Não se pode passar pela vida em brancas nuvens’, sem ter feito nada. Então, eu escrevo por isso, para não passar pela vida em brancas nuvens".
“Escrevo porque escrevo, se me pagassem eu só falava. Pergunta feita a todos os escritores, desde o princípio dos tempos, antes mesmo da invenção da escrita: Por que você escreve? E eu respondo. Imitando o dito popular dipsomaníaco: “Bebo porque é líquido, se fosse sólido eu comia” atribuído a todo mundo porque não é de ninguém (provavelmente foi dito pelo primeiro bêbado), eu esclareço: “Escrevo porque escrevo, se me pagassem eu só falava”. Nunca procurei, pleiteei, um emprego na vida. Quando vi me pagavam pelo que eu batia à maquina (é, já havia a máquina datilográfica, sucessora gloriosa da caneta-tinteiro, substituta da caneta, do tinteiro e do mata-borrão!!! Por pouco não peguei a pena de ganso) e muito até. Dava pra pagar a pensão, pelos versinhos gloriosos das GAROTAS do Alceu, quem quiser saber o que é, ou era, isso, que pesquise. Ia escrevendo, e o que saia, vendia. Ás vezes já maluco, psicodélico, contestatório, surrealista. Tudo, naturalmente, sem saber.” |
terça-feira, 22 de novembro de 2011
É nóis
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Nomes para gatos
Avatar
Barão (Bibelô)
Chewbacca
Dilma
Etc
Fuzuê (Figa)
Gatorade
Habib´s
Ímpar
Jedi
Kill Bill
Lennon
Mustache
Nietzsche (Neca de Pitibiriba)
Ohm
Peruca
Quarup
Ragnarok (Ruffles)
Sonic
Tilt
Ukla
Vil (Vip)
Xerox
Wally
Yupi
Zeta (Zanga)
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Dá-lhe, Mino!
Mino Carta
Editorial
Uma comparação e suas lições
As seis capas que ilustram esta página contam uma história de várias lições, ou morais. As seis são o rosto de semanais de informação publicadas ao mesmo tempo no fim da semana passada, quatro de revistas brasileiras, uma britânica, outra americana. Estas duas últimas são de repercussão mundial. Time é o incunábulo dos news magazines do planeta todo. Fundada em 1923, provocou o nascimento da Newsweek dez anos depois e influenciou todas as demais publicações do gênero continentes afora. The Economist, com a qual CartaCapitalmantém honrosa parceria, é tida há tempo a semanal mais importante do mundo.
Três capas focalizam o mesmo assunto e estampam a imagem da mesma personagem, simbólica da crise econômica e financeira que a ninguém poupa em qualquer latitude e longitude, o premier italiano Silvio Berlusconi finalmente derrubado em um lampejo de senso comum. The Economist, Time e CartaCapital coincidem na mira da informação prioritária, se quiserem na apreensão a respeito do destino de todos. Em oposição, Veja, Época e IstoÉ parecem editadas, nem digo em outro planeta, em outra galáxia.
Desde as primeiras conversas entre dois universitários americanos, Henry Luce e Britton Hadden, empenhados em levar a cabo o projeto da pioneira Time, ficou assentado o propósito de iluminar os leitores ao lhes oferecer o resumo dos fatos da semana devidamente analisados e hierarquizados em ordem decrescente ao sabor da sua influência sobre a vida do mundo e de cada cidadão. Na semana passada, The Economist, Time e CartaCapital foram fiéis ao legado. Veja, Época e IstoÉ prontificaram-se a participar de um capítulo especial de Jornada nas Estrelas. Não são deste mundo, com o risco de que o Brazil-zil-zil também não seja, ao menos aquele da chamada classe média à qual se refere Veja na sua capa. O que vem a ser, exatamente, de limites nítidos, a classe média nativa não sei.
Sei dos herdeiros da casa-grande e dos seus capatazes, de uma minoria de ricaços estabelecidos em rincões esfuziantes na imitação de Abu Dabi e de um largo número de cidadãos que gostariam de lhes seguir os passos. Sei também que esta classe média habilita-se a achar graça no mulherão Pereirão e a digerir outras lições de infatigável alienação pontualmente ministradas.
Em termos de civilização, classe média significa, no bem e no mal, conhecimento, ideias, crenças. Cultura. Classe média é o burguês na acepção política e representa, na Europa, por exemplo, a porção mais conspícua de uma população também em termos numéricos. Não era, é óbvio, quando fez a Revolução Francesa, mesmo assim foi decisiva para vincar o tempo e dar início oficial à Modernidade. A nossa classe média, em boa parte, e tanto mais em São Paulo, o estado mais reacionário da federação, ainda mantém ligações com a Idade Média, com a inestimável contribuição da mídia nativa, inclusive de semanais nascidas com outros, nobres, republicanos intuitos.
Se recordo a Veja que tive a honra de dirigir à testa da equipe fundadora, experimento um forte abalo entre o fígado e a alma. Precipitado também por uma constatação: o jornalismo brasileiro, entre o imediato pós-guerra e o golpe de 64, foi bem melhor do que o atual, se não no conteúdo pelo menos na forma, e mesmo durante a ditadura algumas publicações souberam ter momentos de grande dignidade. Na convicção de que as tiragens fermentam ao baixar o nível de sorte a secundar a parvoíce do público, com o pronto respaldo da publicidade mais abundante, acabou por enredar-se em suas próprias artimanhas e os profissionais, salvo notáveis exceções, assumiram o estágio intelectual inicialmente atribuído aos seus leitores.
Costuma-se dizer que Deus é brasileiro, não somos porém o povo eleito, enquanto o Brasil é uma terra prometida que por ora não merecemos. E a classe que haveria de ditar rumos, salvo raros oásis de sabedoria e boa visão da vida e do mundo, gosta de viver de aparência, de consumir em desvario, de cultivar alegremente sua ignorância.
Belo monte de especialistas
De repente, com o vídeo dos atores da Globo na minha e-mailbox, descobri que estava cercado de especialistas em Belo Monte e não sabia. Tanto que os colegas já assinaram a petição virtual e repassaram os emails, corrente adiante.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
O mundo sem livros
Savonarola e Hitler com uma fogueira pública.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Boteco, evocação de democracia e cristandade
Elogio do boteco
Em razão do meu “ciganismo intelectual” falando em muitos lugares e ambientes sobre um sem-número de temas que vão da espiritualidade à responsabilidade socioambiental, e até sobre a possibilidade do fim de nossa espécie, os organizadores, por deferência, costumam me convidar para um bom restaurante da cidade. Lógico, guardo a boa tradição franciscana e celebro os pratos com comentários laudatórios. Mas me sobra sempre pequeno amargor na boca, impedindo que o comer seja uma celebração. Lembro que a maioria das pessoas amigas não podem desfrutar destas comidas e especialmente os milhões e milhões de famintos do mundo. Parece-me que lhes estou roubando a comida da boca. Como celebrar a generosidade dos amigos e da Mãe Terra se, nas palavras de Gandhi, “a fome é um insulto e a forma de violência mais assassina que existe”?
É neste contexto que me vêm à mente como consolo os botecos. Gosto de frequentá-los, pois aí posso comer sem má consciência. Eles se encontram em todo mundo, também nas comunidades pobres nas quais, por anos, trabalhei. Aí se vive uma real democracia: o boteco, ou o pé-sujo (o boteco de pessoas com menos poder aquisitivo), acolhe todo mundo. Pode-se encontrar lá tomando seu chope um professor universitário ao lado de um peão da construção civil, um ator de teatro na mesa com um malandro, até com um bêbado tomando seu traguinho. É só chegar, ir sentando e logo gritar: “Me traga um chope estupidamente gelado”.
O boteco é mais que seu visual, com azulejos de cores fortes, com o santo protetor na parede, geralmente um Santo Antônio com o Menino Jesus, o símbolo do time de estimação e as propagandas coloridas de bebidas. O boteco é um estado de espírito, o lugar de encontro com os amigos e os vizinhos, da conversa fiada, da discussão sobre o último jogo de futebol, dos comentários da novela preferida, da crítica aos políticos e dos palavrões bem merecidos contra os corruptos. Todos logo se enturmam num espírito comunitário em estado nascente. Aqui ninguém é rico ou pobre. É simplesmente gente que se expressa como gente, usando a gíria popular. Há muito humor, piadas e bravatas. Às vezes, como em Minas, se improvisa até uma cantoria que alguém acompanha ao violão.
Ninguém repara nas condições gerais do balcão ou das mesinhas. O importante é que o copo esteja bem lavado e sem gordura, senão estraga o colarinho cremoso do chope que deve ter uns três dedos. Ninguém se incomoda com o chão e o estado do banheiro. Os nomes dos botecos são os mais diversos, dependendo da região do país. Pode ser a Adega da Velha, o Bar do Sacha, o boteco do Seo Gomes, o Bar do Giba, o Botequim do Joia, o Pavão Azul, a Confraria do Bode Cheiroso, a Casa Cheia e outros. Belo Horizonte é a cidade que mais botecos possui, realizando até, cada ano, um concurso da melhor comida de boteco.
Os pratos também são variados, geralmente, elaborados a partir de receitas caseiras e regionais: a carne de sol do Nordeste, a carne de porco e o tutu de Minas. Os nomes são ingeniosos: “mexidoido chapado”, “porconóbis de sabugosa”, “costela de Adão” (costelinha de porco com mandioca), “torresminho de barriga”. Há um prato que aprecio sobremaneira, oferecido no Mercado Central de Belo Horizonte e que foi premiado num dos concursos: “bife de fígado acebolado com jiló”. Se depender de mim, este prato deverá constar no menu do banquete do Reino dos Céus que o Pai celeste vai oferecer aos bem-aventurados.
Se bem repararmos, o boteco desempenha uma função cidadã: dá aos frequentadores, especialmente aos mais assíduos, o sentimento de pertença à cidade ou ao bairro. Não havendo outros lugares de entretenimento e de lazer, permite que as pessoas se encontrem, esqueçam seu status social e vivam uma igualdade, geralmente, negada no cotidiano.
Para mim, o boteco é uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa e celebrar o convívio fraterno e fazer do comer uma comunhão. Para mim, também, é o lugar onde posso comer sem má consciência. Dedico este texto ao cartunista e amigo Jaguar, que aprecia botecos.
Os cuidados com a nova geração
sábado, 12 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Degenerescência
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Pequeno catálogo de simples prazeres
A cortina do quarto insuflada, como se sonhasse atravessar o céu e o mar; uma peça de roupa querida que se julgava perdida e de repente reaparece; a fatia de queijo gelada que se encontra na boca com o golinho de café quente; a sensação de esfregar o pé no dorso de um cachorro esparramado; os brotos e folhas que cumprem suas promessas de primavera; o silêncio do cair de certas tardes; a sonolência preguiçosa em manhãs de nuvens incertas; o corpo que regozija no espaço de num instante eterno.
Viver vale a pena.
Reconciliação
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Endeusamentos que não aguento
Precisão
As análises falaciosas
Enviado por luisnassif, seg, 07/11/2011 - 08:00Fato 1: Crise de 2008, o governo ordena que os bancos públicos aumentem a oferta de crédito para compensar o estancamento do crédito privado.
O Banco do Brasil turbina suas operações. Imediatamente é alvo de uma saraivada de críticas de analistas econômicos seguindo o pensamento convencional. Segundo eles, a estratégia geraria um festival de inadimplência, cumprometendo a solidez financeira do banco. Quem procurasse ouvir os executivos do BB, recebia informações tranquilizadoras.
Ao final do processo, a carteira de crédito do BB tinha crescido exponencialmente em cima do setor privado, a inadimplência tinha permanecido em níveis baixos e, nos trimestres seguintes, o banco acumulou lucros crescentes.
Nenhum dos analistas foi cobrado por seus erros.
Fato 2: ainda na crise, analistas vociferando nos jornais e na televisão para o brasileiro jogar na retranca, parar de consumir porque a crise era brava. Na outra ponta, Lula conclamando ao consumo para evitar o aprofundamento da crise. Analistas sugerindo aperto fiscal, Lula isentando produtos de impostos e sendo acusado de populista.
No final do processo, o Brasil foi o primeiro país a sair da crise, consagrando definitivamente a gestão de Lula. A opinião pública mundial nem se deu conta de que nos anos anteriores o crescimento foi pífio. Justamente porque Lula se deixou influenciar pelas recomendações do senso comum do mercado.
Nenhum dos analistas foi cobrado por seus erros de análise.
Fato 3: Serra se anuncia candidato do PSDB. Políticos de peso tentam argumentar que Aécio Neves seria o melhor candidato, por ter um índice de rejeição menor e por Serra ter feito um governo pífio em São Paulo, sem nada a mostrar. Mas analistas insistem na tese de que Serra era o mais preparado, que era um gestor re renome. Na campanha, a não ser obras viárias, Serra não tinha o que mostrar. E seu gra de rejeição foi tão grande que, no segundo turno, afastou os eleitores de Marina Silva que poderiam ter somado para sua vitória.
Nenhum dos analistas foi cobrado por seus erros de análise.
Fato 4: surge a notícia do câncer de Lula. Analistas políticos de grandes redes comemoram que a doença zeraria o jogo político. Era óbvio que não. Qualquer tragédia santifica os grandes nomes políticos. Se algo ocorresse com Lula, sua influência seria maior do que a do Padre Cícero no velho nordeste.
Hoje em dia há consenso sobre isso, a ponto da própria The Economist entender o fenômeno do crescimento na tragédia.
Nenhum dos analistas foi cobrado por erros recentes em suas análises.
Esses erros continuados ocorrem porque, há anos, a torcida - política ou econômica - tomou lugar do rigor analítico. Analistas que erraram em praticamente todos os episódios econômicos e políticos relevantes continuam opinando, como se nada tivesse ocorrido, porque, em muitos veículos, a notícia se tornou em instrumento de arma política - não de informação.
Desde os anos 50, a imprensa brasileira tinha seguido o caminho da norte-americana. Cada veículo tem sua opinião, mas não briga com os fatos: tentava-se, com isso, ao menos simular um noticiário isento.
Real ou simulado, essa isenção deixou de frequentar o noticiário dos grandes veículos há tempos.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
El derecho ao delirio, de Eduardo Galeano
...tenham nascido onde tenham nascido e tenham vivido quando tenham vivido, sem que importem as fronteiras do mapa e do tempo.
A perfeição continuará a ser o aborrecido privilégio dos deuses, mas...
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Um abraço aos mortos
Em respeito ao Dia de los muertos, o blog tem seu memento mori.