Estava no computador ontem à noite. Meninas na cama, Meg no banho. E eu, olho no ecrã, com uma mão no teclado, outra no Nelson. Eis que, de repente, sinto nos dedos uma consistência de pelos diferente. Era Biba, que havia se enroscado entre o labrador e minha mão para receber um chamego?!?
Ora, ora, quem diria.
Surpreso com a inesperada demonstração de docilidade – sobretudo comigo! – busquei seus olhos de gato. Se houvesse ali uma geringonça que traduzisse o pensamento animal para a linguagem humana, estou certo de que Biba estava me dizendo isto:
“Olhe, não torne as coisas mais difíceis pra você do que já é pra mim, ter que tolerar sua presença em minha casa. Tire já esse ar de palerma da cara porque não estou lhe pedindo carinho. Por acaso, estou passando neste trecho da sala e sua mão pendente da cadeira está no meio do meu caminho. Se eu vou e volto e ela continua por aqui, isso é um problema seu, não meu. Tenho meu orgulho de gato, minha independência. Você põe comida pra mim porque quer, posso muito bem me virar sozinho. Se eu quiser, é claro. Não pense que preciso de você. E não se faça de besta: se disser à Meg qualquer uma dessas suas besteiras e invencionices a meu respeito, te enfio as unhas.”
Lógico que fiquei calado. Mas conto aqui porque penso que no blog eu ainda estou seguro.
Nelso, Nelso. Abre o olho com esse gato.
Um comentário:
Eu me lembrei das histórias do Mingau!
Nelson é o preferido!!!
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