Estranho mundo, esse.
domingo, 30 de outubro de 2011
Não tem bonzinho
Estranho mundo, esse.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Brillat-Savarin
Dedilhei ontem as primeiras páginas de A Fisiologia do Gosto, do Jean Anthelme Brillat Savarin, tida como o Gênesis da gastronomia na literatura ocidental. Pertencente a uma família de advogados e juízes, o Brila era bem de vida, e sobreviveu às reviravoltas da Revolução Francesa com astúcia e tirocínio.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Novas cruzadas
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Tomografia pormenorizada da atualidade
PiG não é PiG porque denuncie a corrupção.
Por que o PiG é PiG
- Publicado em 25/10/2011
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O sistema político brasileiro por definição é corrupto.
Não mais que o americano, o italiano, o russo ou o mexicano, por exemplo.
Mas, corrupto é.
Nos acima citados sistemas, a Caixa Dois, a sobra de campanha e a sujeição aos interesses dos financiadores são goiabada com queijo.
Uma das formas centrais do sistema político corrupto – como nos acima mencionados – é o acesso à televisão.
Tempo de tevê vale ouro – e voto.
E a manipulação do acesso à tevê é uma das causas do descrédito dos partidos e dos homens públicos nessas grandes democracias.
O noticiário político só faz equiparar a atividade público a reality show de ex-prostitutas.
Outra causa é a notória impunidade.
O sistema judicial torna-se cúmplice e parte de um sistema que se nutre de corrupção.
O financiamento público e uma Ley de Medios podem atenuar a penetração da corrupção no sistema político.
No Brasil, à parte a geneneralizada impunidade – que se acentuará com o fechamento do Conselho Nacional de Justiça pelo Supremo -, há um fenômeno que não se repete em nenhuma das citadas democracias.
É a concentração do PiG (*).
Três famílias – Marinho, Frias e Mesquita (by proxy) – , dominam a tevê, o rádio, o jornal, as revistas, as agências de notícias e portais na internet.
(A família Civita, expulsa da Argentina, no Brasil explora outro ramo de negócio, que não o jornalismo.)
Três famílias – duas em São Paulo e outra no Rio, a Globo, que, porém, trabalha para o IBOPE de São Paulo – dominam o conteúdo da informação e a agenda de debates de um país de 200 milhões de almas, com uma maravilhosa e suprimida diversidade cultural.
O papel central do PiG é derrubar os Governos trabalhistas, onde, apesar de todo o bom-pracismo dos governantes, os negócios empresariais do PiG enfrentam mais obstáculos.
Quando os Neolibelês (**) estiveram no Governo, o PiG sentava-se à mesa do banquete.
O PiG não é golpista porque denuncie a corrupção.
O PiG é golpista porque SÓ denuncia a corrupção dos trabalhistas.
Para o PiG, a massa cheirosa não rouba.
Nem roubou.
O PiG tem parte, tem lado, obedece a uma linha política, como o Ministro Gilmar Dantas (***): está sempre do lado de lá.
As denúncias de corrupção são apenas uma das faces do golpismo.
Outra é a fixação da agenda.
O PiG e o Congresso acabam por discutir só o que o PiG quiser.
O PiG determina a hierarquia: a ponte de 3,5 km sobre o rio Negro não tem menor importância.
Só teria se ficasse comprovado o esmagamento de um bagre na hora de fincar uma estaca.
Aí, sim, seria um Deus nos acuda.
Vamos sublimar, amigo navegante, a criminosa discriminação que o PiG pratica contra os atos dos governos trabalhistas.
Vamos por à parte o excepcional Governo do Nunca Dantes, aprovado por 80% da população.
Ou do Governo de sua sucessora, que segue a mesma trilha.
Vamos à Argentina.
Agora, com a acachapante vitória da Cristina, só agora se sabe que o maior eleitor foi a bonança econômica.
A Argentina bomba !
E aqui se tinha a impressão de que a Argentina era uma pocilga encravada na caverna do Ali Babá.
As atividades do PiG são, pela ordem, deturpar, omitir, mentir.
As denúncias de corrupção do PiG são bem-vidas, porém.
E devem servir de elemento para coibir o malfeito.
O problema é que no PiG se esvaecem como nuvens as denúncias de corrupção do outro lado: as ambulâncias superfaturadas; o Ricardo Sergio, o Preciado, o Paulo Preto, o Daniel Dantas, o Robanel dos Tunganos; a concorrência do metrô de São Paulo; o mensalão de Minas; a empresa de arapongagem do Cerra paga pelo contribuinte paulista; os anões do Orçamento da Assembléia tucana de Sao Paulo.
Tudo isso se lava com água e sabão vai embora pelo ralo.
E a corrupção da empresa privada ?
Os subornadores, os financiadores dos políticos ?
Quem compra os políticos ?
A Madre Superiora ?
Quem ganha todas as concorrências e não perde uma na Justiça ?
Quem são e o que fazem os que a Evita Peron chamava de “oligarcas de mierda ?”
Por que no Brasil não tem empresário ladrão ?
Nem rico na cadeia ?
É por isso que o PiG é golpista.
Porque é cúmplice, beneficiário e arauto dessa máfia do poder, como diz o Mino.
As denúncias de corrupção são a face branda quase pueril do PiG.
Vamos pegar o PiG pelo gancho: vamos fazer uma Ley de Medios.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.
(***) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para vercomo outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
Discernimento: tome uma dose a cada oito horas
A era da selvageria
Enviado por luisnassif, seg, 24/10/2011 - 21:28O vale-tudo da informação chegou a um ponto sem retorno.
Historicamente, as jovens gerações de jornalistas entram com todo gás, querendo fazer carreira e, para tanto, seguindo os critérios de avaliação das direções. Se os critérios são tortos, forma-se uma geração torta. Foi assim com o rescaldo da campanha do impeachment, que consagrou os profissionais que mais atentaram contra os princípios jornalísticos, os que mais inventaram notícias, que se apossaram de matérias de terceiros.
O momento atual é o mais escabroso da moderna história da imprensa brasileira.
Na transição de gerações, existem os jornalistas experientes, servindo de referência e de moderação para os mais apressados. Cabe a essas figuras referenciais ensinar os limites entre jornalismo e ficção, o respeito aos fatos e as técnicas que permitam tornar as matérias atraentes sem apelar para a ficção ou para os ataques difamadores. Principalmente, cabe a eles mostrar os valores universais da civilização, o respeito ao direito sagrado da reputação, o pressuposto de que as acusações precisam vir acompanhadas de provas ou indícios relevantes, o direito de se ouvir, sem viés, a defesa do acusado, o uso restrito do jornalismo declaratório.
A questão é que esse meio campo está com lacunas.
O episódio Orlando Dias mostrou jornalistas consagrados, que deveriam fazer o contraponto, ajudando a criar o clima de expectativa em cima das capas de Veja. São jornalistas que estão fartos de saber que a revista não segue princípios jornalísticos, que mente, difama, blefa, que promete provas que nunca aparecem. Mas não se pejaram de aproveitar o embalo para atacar adversários históricos.
Outros jornalistas, com história e credibilidade, preferiram recolher-se ao seu próprio trabalho, pela notória impossibilidade de remar contra uma tendência irreversível de consolidação do jornalismo de esgoto.
Fazem bem em se poupar e não tentar remediar o irremediável.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Recado
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Biba, o gato
Estava no computador ontem à noite. Meninas na cama, Meg no banho. E eu, olho no ecrã, com uma mão no teclado, outra no Nelson. Eis que, de repente, sinto nos dedos uma consistência de pelos diferente. Era Biba, que havia se enroscado entre o labrador e minha mão para receber um chamego?!?
Ora, ora, quem diria.
Surpreso com a inesperada demonstração de docilidade – sobretudo comigo! – busquei seus olhos de gato. Se houvesse ali uma geringonça que traduzisse o pensamento animal para a linguagem humana, estou certo de que Biba estava me dizendo isto:
“Olhe, não torne as coisas mais difíceis pra você do que já é pra mim, ter que tolerar sua presença em minha casa. Tire já esse ar de palerma da cara porque não estou lhe pedindo carinho. Por acaso, estou passando neste trecho da sala e sua mão pendente da cadeira está no meio do meu caminho. Se eu vou e volto e ela continua por aqui, isso é um problema seu, não meu. Tenho meu orgulho de gato, minha independência. Você põe comida pra mim porque quer, posso muito bem me virar sozinho. Se eu quiser, é claro. Não pense que preciso de você. E não se faça de besta: se disser à Meg qualquer uma dessas suas besteiras e invencionices a meu respeito, te enfio as unhas.”
Lógico que fiquei calado. Mas conto aqui porque penso que no blog eu ainda estou seguro.
Nelso, Nelso. Abre o olho com esse gato.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Sonho
domingo, 16 de outubro de 2011
Até tu (ecos do post anterior)
Um negro no palheiro
sábado, 15 de outubro de 2011
Meu muro caiu
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Vivemos os novos anos 60?
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Registros
O mendigo velho e seu velho cão compartilham tudo. Sobretudo o medo que o outro morra primeiro.