terça-feira, 15 de março de 2011

Rubens, e a crise atual?

Lendo um comentário antigo do Alan Moore, julguei conveniente reproduzir aqui. Acho que, de alguma maneira, já manifestei uma certa melancolia com radicais e extremistas de quaisquer naipes político-religiosos.

Por que o comentário do Moore é propositado? Porque, não raro, a gente tromba com os preconceitos nas mesas dos botecos, nas baias do trabalho, nos bancos das escolas.

Tipos, um que pode ser bobinho ou sério: "- Argentino é tudo (adjetive o que você quiser)". Um que é sério mesmo: "- Veado é tudo (adjetive o que quiser)".

É o óbvio repisado, mas vamos lá. Diz o Moore:
O Islã é uma fé nobre e humana que, desafortunadamente, sofre por não ter uma cadeia evidente de comando terrestre, com uma resultante vulnerabilidade dos auto-nomeados homens santos que podem desejar liderar o Islã para terríveis conflitos, freqüentemente contra si mesmos.


Neste ínterim, eu desnecessariamente acrescentaria que, apesar de refratário às religiões, o Islã é, a priori, com seja lá o que você julgue como virtudes e defeitos inerentes, um sistema de crenças tão legítimo como qualquer outro - religião católica, protestante, judaica, budista, etc,etc.

Frisando:

O Islã é uma das mais importantes fontes da cultura mundial, e se ele deseja preservar sua considerável integridade no futuro, precisa colocar sua própria casa em ordem e fazer o seu melhor para isolar quaisquer malucos que não representem o muçulmano médio comum, amante da paz (mais ou menos a mesma coisa poderia certamente ser dita sobre cristianismo e judaísmo; o Islã dificilmente tem o monopólio de fanáticos sectários, dos quais todos estaríamos melhor sem).

A tradução não está lá estas coisas. Mas segue o trecho final:

E quanto à América, então? Somos todos nós, europeus liberais metidos, anti-americanos por estes dias? Certamente que não. Quem lhe falou isso? O que, nós somos anti-Duke Ellington, Tom Waits, Herman Melville, Jackson Pollock, Chester Himes, Emperor Norton, Patti Smith, Tex Avery, Dorothy Parker, Edgar Allan Poe, Orson Welles, Billie Holliday, Raymond Chandler, Kathy Acker, Edwin Starr, Nina Simone, Raymond Carver, Paul Robeson, Bob Dylan, Chuck Berry, Emily Dickinson, Lou Reed, Wilhelm Reich, Thomas Alva Edison, Jimi Hendrix, Captain Beefheart, William Burroughs, Emma Goldman, Jack Kerouac, William Faulkner, Walt Whitman, Spike Lee, Allen Ginsberg, John Waters, Matt Groening, The Sopranos, Robert Crumb, Damon Runyon, Woody Guthrie, Edward Hopper e todas aquelas milhares de outras pessoas maravilhosas que expressam o que realmente é o coração gigante, incontrolável e enorme da América? Não. Os EUA são um grande país, mas os americanos (e o resto do mundo) foram "embushcados". Um estranho grupinho que, por um período de tempo contentou-se em ser parte de um Governo Fantasma não-eleito, agora subiu audaciosamente à ribalta, onde eles sentem (talvez corretamente) que agora podem fazer ou dizer o que quer que desejem, e que ninguém pode ou fará nada sobre isso.


Classes médias do mundo, uni- vos.

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