quinta-feira, 31 de março de 2011
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terça-feira, 29 de março de 2011
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segunda-feira, 28 de março de 2011
Neologismos
Um raio-x
Sensacional
A Islândia pune os que quebraram o país
Enviado por luisnassif, dom, 27/03/2011 - 08:43
Por MiriamL
Da Carta Maior
Islândia, um país que pune os banqueiros responsáveis pela crise
A grande maioria da população ocidental sonha desde 2008 em dizer "não" aos bancos, mas ninguém se atreveu a fazê-lo. Ninguém, excepto os islandeses, que levaram a cabo uma revolução pacífica que conseguiu não só para derrubar um governo e elaborar uma nova Constituição, mas também enviar para a cadeia os responsáveis pela derrocada econômica do país. Crise financeira e econômica provocou uma reação pública sem precedentes, que mudou o rumo do país. O artigo é de Alejandra Abad.
Alejandra Abad - El Confidencial
Na semana passada, nove pessoas foram presas em Londres e em Reykjavik (capital da Islândia) pela sua responsabilidade no colapso financeiro da Islândia em 2008, uma profunda crise que levou a uma reação pública sem precedentes, que mudou o rumo do país.
Foi a revolução sem armas da Islândia, país que hospeda a democracia mais antiga do mundo (desde 930), e cujos cidadãos conseguiram mudar com base em manifestações e panelas. E porque é que o resto dos países ocidentais nem sequer ouviram falar disto?
A pressão da cidadania islandesa conseguiu não só derrubar um governo, mas também a elaboração de uma nova Constituição (em andamento) e colocar na cadeia os banqueiros responsáveis pela crise no país. Como se costuma dizer, se você pedir educadamente as coisas é muito mais fácil obtê-las.
Este processo revolucionário silencioso tem as suas origens em 2008, quando o governo islandês decidiu nacionalizar os três maiores bancos - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir - cujos clientes eram principalmente britânicos, americanos e norte-americanos.
Depois da entrada do estado no capital a moeda oficial (coroa) caiu e a Bolsa suspendeu a sua atividade após uma queda de 76%. A Islândia foi à falência e para salvar a situação o Fundo Monetário Internacional (FMI) injectou 2.1 bilhões de dólares e os países nórdicos ajudaram com mais de 2.5 bilhões de euros.
As grandes pequenas vitórias das pessoas comuns
Enquanto os bancos e as autoridades locais e estrangeiras procuravam desesperadamente soluções econômicas, o povo islandês tomou as ruas, e com as suas persistentes manifestações diárias em frente ao parlamento em Reykjavik provocou a renúncia do primeiro-ministro conservador Geir H. Haarde e do governo em bloco.
Os cidadãos exigiram, além disso, a convocação de eleições antecipadas, e conseguiram. Em abril, foi eleito por um governo de coligação formada pela Aliança Social Democrata e Movimento Esquerda Verde, chefiado por uma nova primeira-ministra, Johanna Sigurdardottir.
Ao longo de 2009, a economia islandesa continuou em situação precária (fechou o ano com uma queda de 7% do PIB), mas, apesar disso, o Parlamento propôs pagar a dívida de 3.5 bilhões euros à Grã-Bretanha e Holanda, um montante a ser pago mensalmente pe as famílias islandesa durante 15 anos com juros de 5,5%.
A mudança trouxe a ira de volta dos islandeses, que voltaram para as ruas exigindo que, pelo menos, a decisão fosse submetida a referendo. Outra nova pequena grande vitória dos protestos de rua: em março de 2010 a votação foi realizada e o resultado foi que uma esmagadora de 93% da população se recusou a pagar a dívida, pelo menos nessas condições.
Isso levou os credores a repensar o negócio, oferecendo juros de 3% e pagamento a 37 anos. Mesmo se fosse suficiente, o atual presidente, ao ver que o Parlamento aprovou o acordo por uma margem estreita, decidiu no mês passado não o aprovar e chamar de volta os islandeses para votar num referendo, para que sejam eles a ter a última palavra.
Os banqueiros estão fugindo atemorizados
Voltando à situação tensa de 2010, enquanto os islandeses se recusaram a pagar uma dívida contraída pelos os tubarões financeiros sem os questionar, o governo de coligação lançou uma investigação para resolver juridicamente as responsabilidades legais da fatal crise econômica e já havia detido vários banqueiros e executivos de cúpula intimamente ligados às operações de risco.
Entretanto, a Interpol, tinha emitido um mandado internacional de captura contra o presidente do Parlamento, Sigurdur Einarsson. Esta situação levou os banqueiros e executivos, assustados, a deixar o país em massa.
Neste contexto de crise, elegeu-se uma Assembleia para elaborar uma nova Constituição que reflita as lições aprendidas e para substituir a atual, inspirada na Constituição dinamarquesa.
Para fazer isso, em vez de chamar especialistas e políticos, a Islândia decidiu apelar directamente ao povo, soberano, ao fim e ao cabo, das leis. Mais de 500 islandeses apresentaram-se como candidatos a participar neste exercício de democracia direta de redigir uma Constituição, dos quais foram eleitos 25 cidadãos sem filiação partidária, que incluem advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais.
Entre outros desenvolvimentos, esta Constituição é chamada a proteger, como nenhuma outra, a liberdade de informação e expressão, com a chamada Iniciativa Islandesa Moderna para os Meios de Comunicação, um projeto de lei que visa tornar o país um porto seguro para o jornalismo de investigação e liberdade de informação, onde se protejam as fontes, jornalistas e os provedores de internet que alojem órgãos de informação
Serão as pessoas, por uma vez, para decidirão sobre o futuro do país, enquanto os banqueiros e os políticos assistem (alguns da prisão) à transformação de uma nação, mas do lado de fora.
Tradução para o português: Vermelhos.net
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17600
quarta-feira, 23 de março de 2011
Ensejo
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Prolegômenos
terça-feira, 22 de março de 2011
Oficinas
Go home
segunda-feira, 21 de março de 2011
Fim de semana de emoções
sexta-feira, 18 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Hipócritas
Um golpe que judiciário, legislativo, executivo e mídia legitimaram. E a falta de ética de ser favorecido no próprio mandato em exercício ainda consegue ser menor do que a indignação com a impunidade daqueles corruptos que até hoje a desfrutam.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Cumequié?
terça-feira, 15 de março de 2011
Rubens, e a crise atual?
E quanto à América, então? Somos todos nós, europeus liberais metidos, anti-americanos por estes dias? Certamente que não. Quem lhe falou isso? O que, nós somos anti-Duke Ellington, Tom Waits, Herman Melville, Jackson Pollock, Chester Himes, Emperor Norton, Patti Smith, Tex Avery, Dorothy Parker, Edgar Allan Poe, Orson Welles, Billie Holliday, Raymond Chandler, Kathy Acker, Edwin Starr, Nina Simone, Raymond Carver, Paul Robeson, Bob Dylan, Chuck Berry, Emily Dickinson, Lou Reed, Wilhelm Reich, Thomas Alva Edison, Jimi Hendrix, Captain Beefheart, William Burroughs, Emma Goldman, Jack Kerouac, William Faulkner, Walt Whitman, Spike Lee, Allen Ginsberg, John Waters, Matt Groening, The Sopranos, Robert Crumb, Damon Runyon, Woody Guthrie, Edward Hopper e todas aquelas milhares de outras pessoas maravilhosas que expressam o que realmente é o coração gigante, incontrolável e enorme da América? Não. Os EUA são um grande país, mas os americanos (e o resto do mundo) foram "embushcados". Um estranho grupinho que, por um período de tempo contentou-se em ser parte de um Governo Fantasma não-eleito, agora subiu audaciosamente à ribalta, onde eles sentem (talvez corretamente) que agora podem fazer ou dizer o que quer que desejem, e que ninguém pode ou fará nada sobre isso.
domingo, 13 de março de 2011
A quem interessar possa
Na mosca
Quem tem medo da verdade?
Cynara Menezes11 de março de 2011 às 15:03hTemos diante de nós uma oportunidade de ouro: a de colocar em pratos limpos quem é democrata de fato no País e quem usa a democracia como uma bandeira de conveniência. Durante oito anos, a grande imprensa brasileira cobrou do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva fictícios atentados contra a liberdade de expressão. Acusavam Lula de possuir “anseios autoritários”. Nunca antes na história viram-se jornais tão zelosos do sagrado direito do cidadão de se informar. Mas quem agora, dentre estes baluartes da democracia, será capaz de se posicionar ao lado da presidenta Dilma Rousseff em favor da instalação da Comissão da Verdade, que pretende apurar os crimes cometidos durante a ditadura? Ou isto não é direito à informação?
Dilma tem manifestado a auxiliares seu interesse em proporcionar uma satisfação oficial do Estado a familiares e vítimas da ditadura, como fizeram nossos vizinhos na Argentina, Chile e Uruguai. Faz parte da agenda da ex-guerrilheira, presa e torturada, destacar-se na defesa dos Direitos Humanos. A titular da pasta, ministra Maria do Rosário, declarou, de chegada, ser assunto prioritário do governo a instalação da comissão. Mas foi só a presidenta assumir que sumiram das páginas mais “liberais” de nossa imprensa os artigos dos colunistas fixos em defesa da comissão. Foram suplantados por textos em defesa da… Defesa, o poderoso ministério que abriga os militares das três Forças.
No final do governo Lula, um articulista da nobre página 2 da Folha de S.Paulo, por exemplo, chegou a publicar várias colunas cobrando do presidente mais vigor na investigação do período militar, que tirasse a Comissão da Verdade do papel. Depois que Dilma demonstrou estar decidida a encarar o desafio, nunca mais. O que se vê atualmente são matérias, à guisa de furos de reportagem, ecoando a opinião dos militares mais obtusos da ativa, se não simplesmente já em seus pijamas. Em editoriais, mesmo, nenhum dos nossos grandes e democráticos jornais foi capaz de defender a instalação da comissão.
O Globo, aliás, fez justamente o contrário: espinafrou qualquer possibilidade de se mexer num passado que não lhe foi, afinal, o que poderia se chamar de “período de vacas magras”. Em editoriais, o jornal dos Marinho, sempre tão vigilante na hora de apontar tendências antidemocráticas em Lula, chamou a comissão de “orwelliana” e “encharcada de revanchismo”. Uma verdadeira “CPI da Ditadura” – como se isso não fosse algo a celebrar. O diário carioca fez malabarismos ao aliar o suposto “autoritarismo” de Lula a uma comissão “ao gosto dos regimes stalinistas”. É certo que Stalin reescreveu a verdade a seu bel-prazer. O Globo, porém, parece preferir que ela não seja nem sequer contada.
No início deste ano, a Folha bem que tentou disfarçar sua real opinião sobre o período que alcunhou de “ditabranda”, intercalando artigos de convidados contra e a favor da instalação da comissão. E uma ou outra carta apareceu em seu painel do leitor francamente favorável à investigação do passado. Mas a posição oficial do jornal é de editorial publicado em 31 de dezembro de 2009. Os crimes da ditadura, assegurava a Folha, “foram cometidos pelos dois lados em conflito”. Revisar a Lei da Anistia, nem pensar, publicou no editorial: “Não há nenhuma vantagem para a democracia em atiçar ressentimentos”. Para concluir: “O passado não deve ser esquecido – mas que não seja entrave e fonte de perturbação para o presente”.
A mim parece no mínimo curioso que órgãos de imprensa tão ciosos da democracia acatem os argumentos dos generais que impingiram ao país – eles sim, não Lula – uma ditadura. O projeto da Comissão da Verdade inclusive contempla a caserna, ao propor também a investigação de possíveis abusos cometidos pelos que lutaram contra o regime militar. Exigência, como se vê, dos militares, aliados aos jornais, e levada a cabo pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que por fim conseguiu embuti-la no texto levado ao Congresso. Ainda assim, continuam as restrições à comissão, pelos soldados armados e os de papel.
Um observador atento diria que a atitude reticente dos jornais em relação à Comissão da Verdade deixa transparecer um certo temor das investigações. Mas por que a grande imprensa brasileira teria medo da verdade? Acaso seria uma verdade inconveniente? Tempos estranhos estes em que democratas preferem o obscurantismo à luz.
Uma nota: O Estado de S.Paulo fica de fora desta análise apenas porque não encontrei em seu arquivo online e na internet nenhuma opinião do jornal sobre a Comissão da Verdade. Teria optado pelo silêncio?
Cynara Menezes
Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista "VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Valendo a mariola mais fácil da semana
Espia, Galo, espia!
(publicada ontem, no Lance!)
NÃO CHUTARÁS
Algo verdadeiramente incrível aconteceu anteontem no Camp Nou. Não, não foi o insano percentual de posse de bola do Barcelona contra o Arsenal. Os 68% são inatingíveis para qualquer outro clube, mas relativamente comuns para os catalães. No jogo de Londres, por exemplo, os visitantes ficaram com a bola durante 61% do tempo. Não custa frisar: isso aconteceu na casa do adversário. Nos 2 x 0 sobre o Rubin Kazan, na fase de grupos, na Espanha, a posse ficou em torno dos 74%.
Também não foi o baixíssimo número de faltas cometidas pelo time que monopoliza o futebol bonito-e-competitivo no mundo atual. Foram apenas 8, contra 19 do Arsenal. Oito faltas numa partida chega a ser ridículo (só Rodrigo Souto fez 5 no último jogo do São Paulo), mas pode deixar o torcedor mais atento meio preocupado com os altos níveis de violência do time. Na já citada vitória sobre o Rubin, o Barcelona cometeu 3 faltas. Isso mesmo, três.
O jogo da terça-feira gorda foi tão unidimensional que um amigo meu achou que sua televisão estava quebrada. Ele acabou de comprar uma LCD widescreen e, ainda inexperiente nas configurações da tela, não entendeu por que via só metade do gramado. O Barcelona encaixotou seu adversário entre a linha do meio-campo e a linha de fundo. O Arsenal ficou como um lutador de boxe no corner, cabeça entre as luvas, apanhando.
Tudo bem que tentar tomar a bola do Barcelona não é um sinal de inteligência. O Arsenal não foi o primeiro e não será o último time a se fechar e apostar na saída rápida, especialmente com o empate como aliado. Só que se você não freqüentar o campo de ataque, qual é o ponto de sair do vestiário? Mas isso também não é incrível. Na verdade, é usual.
Verdadeiramente incrível foi o que se viu pela primeira vez na Liga dos Campeões da Uefa. Pelo menos, desde que uma empresa inglesa chamada Opta passou a registrar as estatísticas de todos os jogos do torneio, em 2003. O Arsenal foi o único time a sair de campo sem dar um chute a gol. Um único chute. Veja, não estamos falando de chutes que acertem o alvo. Estamos falando de qualquer chute que possa ser qualificado, ainda que com boa vontade, como “na direção do gol”. Sabe aquela batida que espana e passa perto da bandeira de escanteio? Nem isso.
No segundo jogo das semifinais do ano passado, a Internazionale de Milão deu um chute ao gol do Barcelona. O Panathinaikos, na fase de grupos, também deu um. O Zaragoza, pela última rodada da Liga Espanhola, não viu a bola (ela ficou com o Barcelona por 80,39% do tempo), mas tentou três chutes. O Arsenal, nenhum.
Se lembrarmos que o gol inglês foi contra, podemos dizer que o Barcelona superou o Arsenal até nas conclusões ao próprio gol. Provavelmente nunca vimos algo assim.