segunda-feira, 1 de março de 2010

SP

Encontrei Meg em São Paulo na última quinta-feira à noite, dentro do cinema, com a projeção já rolando. Depois nos achávamos próximos à Av. Paulista, na Rebouças com Oscar Freire; ponto ótimo, pertinho de várias atrações, meios de transporte, bares e restaurantes, entre os bacaninhas e mais bacanudos.


Foste para mim um difícil começo, SP. O hostel que escolhi me deu um tumé. Pedi um quarto com cama de casal e banheiro, recebi dois beliches em um quarto sem janelas e paredes descascadas.


E aí só dá Rubão, com sacola a tiracolo, batendo perna por Pinheiros e Jardins Paulista. Os aparts e flats na região estavam todos ocupados (havia alguma espécie de convenção de esportistas) e a outra opção era ficar em hotéis de quarta categoria, tipo rendez-vous, cama redonda, espelho no teto, o escambau.


Eu já não agüentava mais andar carregando peso e tomando chuva na cara. Ia desistir, pegar um táxi e me resignar a ficar longe da Paulista, onde já tinha traçado todos os mapas, rotas e meios de transporte para os lugares que desejávamos visitar.


A solução, ironia, foi ficar na outra unidade do hostel que me passara a perna. Detalhes do caso eu conto outro dia, mas acabamos ficando num quarto com banheiro privativo e quatro camas de solteiro. Juntamos duas e... voilá! Bora bater perna.


Em quase quatro dias, conhecemos e curtimos o máximo que conseguimos. Se apenas garoou na minha chegada, choveu em nossa despedida, atrapalhando, em parte, o passeio ao Parque Ibirapuera. Nesse ínterim, tempo nublado e até um solzinho pintou na manhã de sábado.


Se mais não fizemos foi porque a falência física e financeira não permitiram. No final, nossos corpos e finanças arrebentadas constituíam uma só massa falida. Mas foi muito, muito bom. E sem dúvida: com Meguinha, eu voltaria e repetiria tudo outra vez.


Achismos:

- Não dá para confiar em hostels. Como a gente privilegia mais a busca de experiências do que a experiência da hospedagem, daqui em diante será mais seguro buscar o hotel mais barato em vez do albergue com preço apetitoso e fotos/organização gato por lebre.

- Velhice: da próxima vez que viajar, saber com uma antecedência tal que me permita um treinamento intensivo de pelo menos duas semanas caminhando, correndo, fazendo polichinelos, etc. Minha cacunda e minhas pernas ficaram em frangalhos logo no primeiro dia.

- O paulista é avaro no cumprimento. Experimente saudar um paulista: uma carranca muda estará à sua frente. Na grande metrópole brasileira, “bom-dia” não faz eco.

- Eu provavelmente comi o melhor bife da minha vida. Me recuso a chamar aquele pedaço de carne de“filé”.

- Eu decididamente comi o melhor croissant da minha vida.

- Avatar no Imax do Shopping Bourbon: nada a declarar sobre o roteiro do filme, mas ver cinema 3D pela primeira vez na (acho) maior tela do país foi bem legal.

- Praça Benedito Calixto: feira de antiguidades, point dos descolados, com butecos, sebos e lojinhas alternativas ao redor. Compramos cerveja e bebemos livros.

- Museis (sic, como diz uma amiga da Dra.):

Pinacoteca: agradável surpresa na Praça da Luz.

Museu da Língua Portuguesa: por ser renomado, esperava um pouco mais. Há um show audiovisual chatésimo no 3º andar

MASP: por ser tão renomado, esperava muito mais. Apesar do propalado grande acervo que tem, me pareceu haver pouco espaço para exposição. Enfim, o mais legal que achei no MASP foi uma moedinha de 2 cents de Euro que encontrei no chão, logo na entrada (brincadeira, Doc, brincadeira).

Museu do Futebol: show de bola. Teve hora até que os zóio marejou.

MAM: não gostei, dei azar de pegar umas exposições beeeem marromenos e outras, francamente, bem sem-vergonhas.

MAC: perto do MAM, pareceu um alívio. Mas tinha pouco a mostrar.

Museu Afro: embora um pouco caótico em sua organização, o mais bem servido de materiais, peças e obras em exposição.

Museu do Ipiranga: Não deu pra ir. Fica pra próxima.

6 comentários:

Mariana disse...

resumindo.... SP só tem é propaganda! E enganosa!!!!!

Rubão disse...

Bem... não foi bem isso que eu quis dizer, Mariana.

Eu não recomendaria meus filtros pessoais, sobretudo no que se refere às artes, serem baliza ou referência pra ninguém. Minha opinião é um tanto quanto tosca, pode crer.

Quanto aos prazeres da mesa, nenhuma decepção. Ao contrário: com uma dose de desapego e de dindin, você come bem pra caramba. Por exemplo, minha boca começa a tremer só de lembrar uma certa pizza de alcachofra.

Ainda que tenhamos formatado nossa viagem num itinerário gastrocultural, todos os programas foram legais, mesmo os que julguei assim-assim; afinal, tudo é conhecimento, vivência.

De forma que não é propaganda enganosa. Você pode até torcer o nariz para os sabores que ela tem a oferecer, mas não dá pra dizer que ela não tenha com o que saborearmos.

Abraço,
r

Anônimo disse...

Pequenina contribuição ao conhecimento das linguas estrangeiras: Rendez-vous, em vez de render...
A.None Moh

nanda disse...

Eu sou doida pra conhecer o Museu da Língua Portuguesa! Tentei te ligar para que se lembrasse de mim lá! :-P

Unknown disse...

Menino,
Eu já caí numa fria de albergue que nem vc's, mas no Rio...E eu gostei muito do Museu da Língua Portuguesa, tinha exposição da Clarice Lispector quando passei por lá. E da pizza de Sampa eu me lembro com gosto tb.
Beijos,
Fefê

Rubão disse...

Bjs, Fefê.
Merci, A. None Moh.