Encontrei Meg
E aí só dá Rubão, com sacola a tiracolo, batendo perna por Pinheiros e Jardins Paulista. Os aparts e flats na região estavam todos ocupados (havia alguma espécie de convenção de esportistas) e a outra opção era ficar em hotéis de quarta categoria, tipo rendez-vous, cama redonda, espelho no teto, o escambau.
Eu já não agüentava mais andar carregando peso e tomando chuva na cara. Ia desistir, pegar um táxi e me resignar a ficar longe da Paulista, onde já tinha traçado todos os mapas, rotas e meios de transporte para os lugares que desejávamos visitar.
A solução, ironia, foi ficar na outra unidade do hostel que me passara a perna. Detalhes do caso eu conto outro dia, mas acabamos ficando num quarto com banheiro privativo e quatro camas de solteiro. Juntamos duas e... voilá! Bora bater perna.
Em quase quatro dias, conhecemos e curtimos o máximo que conseguimos. Se apenas garoou na minha chegada, choveu em nossa despedida, atrapalhando, em parte, o passeio ao Parque Ibirapuera. Nesse ínterim, tempo nublado e até um solzinho pintou na manhã de sábado.
Se mais não fizemos foi porque a falência física e financeira não permitiram. No final, nossos corpos e finanças arrebentadas constituíam uma só massa falida. Mas foi muito, muito bom. E sem dúvida: com Meguinha, eu voltaria e repetiria tudo outra vez.
Achismos:
- Não dá para confiar
- Velhice: da próxima vez que viajar, saber com uma antecedência tal que me permita um treinamento intensivo de pelo menos duas semanas caminhando, correndo, fazendo polichinelos, etc. Minha cacunda e minhas pernas ficaram em frangalhos logo no primeiro dia.
- O paulista é avaro no cumprimento. Experimente saudar um paulista: uma carranca muda estará à sua frente. Na grande metrópole brasileira, “bom-dia” não faz eco.
- Eu provavelmente comi o melhor bife da minha vida. Me recuso a chamar aquele pedaço de carne de“filé”.
- Eu decididamente comi o melhor croissant da minha vida.
- Avatar no Imax do Shopping Bourbon: nada a declarar sobre o roteiro do filme, mas ver cinema 3D pela primeira vez na (acho) maior tela do país foi bem legal.
- Praça Benedito Calixto: feira de antiguidades, point dos descolados, com butecos, sebos e lojinhas alternativas ao redor. Compramos cerveja e bebemos livros.
- Museis (sic, como diz uma amiga da Dra.):
Pinacoteca: agradável surpresa na Praça da Luz.
Museu da Língua Portuguesa: por ser renomado, esperava um pouco mais. Há um show audiovisual chatésimo no 3º andar
MASP: por ser tão renomado, esperava muito mais. Apesar do propalado grande acervo que tem, me pareceu haver pouco espaço para exposição. Enfim, o mais legal que achei no MASP foi uma moedinha de 2 cents de Euro que encontrei no chão, logo na entrada (brincadeira, Doc, brincadeira).
Museu do Futebol: show de bola. Teve hora até que os zóio marejou.
MAM: não gostei, dei azar de pegar umas exposições beeeem marromenos e outras, francamente, bem sem-vergonhas.
MAC: perto do MAM, pareceu um alívio. Mas tinha pouco a mostrar.
Museu Afro: embora um pouco caótico em sua organização, o mais bem servido de materiais, peças e obras em exposição.
Museu do Ipiranga: Não deu pra ir. Fica pra próxima.
6 comentários:
resumindo.... SP só tem é propaganda! E enganosa!!!!!
Bem... não foi bem isso que eu quis dizer, Mariana.
Eu não recomendaria meus filtros pessoais, sobretudo no que se refere às artes, serem baliza ou referência pra ninguém. Minha opinião é um tanto quanto tosca, pode crer.
Quanto aos prazeres da mesa, nenhuma decepção. Ao contrário: com uma dose de desapego e de dindin, você come bem pra caramba. Por exemplo, minha boca começa a tremer só de lembrar uma certa pizza de alcachofra.
Ainda que tenhamos formatado nossa viagem num itinerário gastrocultural, todos os programas foram legais, mesmo os que julguei assim-assim; afinal, tudo é conhecimento, vivência.
De forma que não é propaganda enganosa. Você pode até torcer o nariz para os sabores que ela tem a oferecer, mas não dá pra dizer que ela não tenha com o que saborearmos.
Abraço,
r
Pequenina contribuição ao conhecimento das linguas estrangeiras: Rendez-vous, em vez de render...
A.None Moh
Eu sou doida pra conhecer o Museu da Língua Portuguesa! Tentei te ligar para que se lembrasse de mim lá! :-P
Menino,
Eu já caí numa fria de albergue que nem vc's, mas no Rio...E eu gostei muito do Museu da Língua Portuguesa, tinha exposição da Clarice Lispector quando passei por lá. E da pizza de Sampa eu me lembro com gosto tb.
Beijos,
Fefê
Bjs, Fefê.
Merci, A. None Moh.
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