terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Hoje

Hoje estava no supermercado quando o telefone tocou: Bruno, mineiroca companheiro renascido em Minas e radicado em Niterói. Nos conhecemos na UFMG. Sujeito brilhante, mas tão incrivelmente mais vagabundo que conseguiu a proeza de ser jubilado num curso rame-rame como aquele. Olhando agora, bem fez ele, acho.

Enfim. O companheiro tava dando notícias de que.

Minto. Tava dando notícias de nada. No fundo, tava era querendo falar com seus brodas daqui, com vontade de escutar em vez de letras e suas entrelinhas as vozes e suas verdadeiras inflexões, com saudades das noites regadas a brahmas e companhias boêmias.
Vira e mexe, o bicho dá uma manifestação pública de carinho dessas - como e-mail recente, de mês atrás, para os que, como nosotros, ficaram pelas alterosas, ou para os bandoleros que se aventuraram noutras serras.

Eu andava como um peru entre as gôndolas, meio sem ter para onde ir ou onde me aquietava para melhor falar. Senti, uma vez mais, aquele velho desconcerto. Mas talvez o amigo nem o tenha percebido e, caso percebesse, não saberia ao certo de onde essa culpa que ora escondo me vem. No final, bastaria que soubesse isto: que ele não é, nem será, o único que, sejam quais forem as circunstâncias, se sente sem lugar e perdido nessa vida - fora ou do lado de dentro do peito. É pouco para o teu conforto, amigo, mas é tudo o que tenho.

Pobre Bruno. Sempre dei a ele menos do que recebi.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dê o endereço do seu blog pra ele!

Anônimo disse...

Passei seus contatos p/ um cara que estudou comigo no início da Pós (Felipe), pois ele se interessou pelo lote, ok? Abração!!!