quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estupidificação


Falou e disse o pintor brasileiro Antônio Veronese.

Uma dúvida assombra meus botões: será esta estupidificação coletiva, há anos perpetrada, intencional, orquestrada? Há alguma estratégia camuflada, algum ganho oculto em imbecilizar o indivíduo por meio da cultura de massa, tendo nos mass media o mais perverso instrumento de amplificação da idiotia?

Foi o que pensei assim que vi o recente endeusamento midiático, por várias razões cogitáveis, dos torneios de vale-tudo e seus protagonistas. Súbito, um bando de marmanjos que nunca havia dado bola direito pra isto, se descobriu fã de Utimate Fighting desde criança.

A reflexão, a crítica e a valorização de virtudes morais é sistematicamente negligenciada. A cada ano, a cultura social mundial registra uma verdadeira escalada de estupidez, sexo e violência. Boçalidade, sexo e violência. Banalidade, sexo e violência.

Quem lucra com a transformação do seres humanos em antas legítimas? Neste ritmo, estaremos todos, como diz o Nelson, babando e urrando no bosque.

2 comentários:

MegMarques disse...

Lucram todos aqueles que tem algo a vender aos débeis mentais, seja um bem ou serviço.

Lembrando sempre que é mais fácil e lucrativo produzir e vender bens e serviços ruins a pessoas acríticas do que produzir e vender bons produtos e serviços a um público exigente e bem-pensante.

Imagina: é mais fácil vender próteses de silicone e cirurgias plásticas a periguetes ou a intelectuais? Logo, até mesmo a medicina apoia a mediocrização mental da nossa sociedade.

É mais fácil fazer uma musiquinha pobre cuja letra não passa de "assim você me mata, ai, ai, delícia, delícia" do que compor um concerto com arranjos complexos para orquestra. Dá muito mais trabalho e enfrenta-se um público exigente, conhecedor de música. O mesmo vale pra filmes, livros, programas de tv.

Ou seja, toda a indústria de entretenimento é a favor da debilmentalização pública, já que esta otimiza os lucros.

E se formos pensar em termos de autoridades governamentais, não paramos mais. Que político quer enfrentar um eleitorado crítico, cobrador, bem informado?

"Lobotomia neles."

Rubão disse...

Poisé, Meguinha. Só acrescentaria o seguinte: não me sinto um desses defensores chatos da alta cultura, all the time, não. Por isso acho que, democraticamente, deve haver espaço para diversão despretensiosa e o besteirol, sim. Mas não o massacre que há anos acontece.

E acho que Lobotomia é um ótimo nome para uma banda adolescente.