quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Augúrios

É quase consenso que o triunfo da Itália na Copa de 1982 se transformou no paradigma do futebol de resultados que ditaria o ritmo da bola nos anos posteriores.

Como diz nosso querido peninsular Mino Carta, é de conhecimento até do mundo mineral que o emblema, o ponto de transição - futebol bom de assistir x pragmatismo - foi exatamente aquela partida da Itália contra o Brasil de Zico, Sócrates, Falcão e cia bela de Telê Santana.

A partir daí, o mundo da bola cedeu ao medo de perder e o futebol enfeiou-se: em detrimento da idéia de buscar o ataque, o negócio primeiro é não perder.

Isso, até hoje. Ou, até anteontem. Acho que o jogo está mudando: vocês não perceberam os sinais? Não viram os presságios?

Encafifem comigo. Primeiro, foi o Barcelona e seus passes de transe hipnótico, futebol lindo de se ver, vencedor de tudo e aplicador de goleadas, cuja rebarba deu na Espanha campeã do mundo.

Agora, é a morte de Enzo Bearzoti - justamente o treinador da Itália de 82. Que, sem querer, querendo, foi um dos homens-Chaves para a fatídica era do futebol sem-graça que atravessamos.

E para ornar de ouro as contas deste rosário de augúrios - Meu Deus - Parreira diz ontem que vai abandonar a carreira de técnico!

É a hora da virada, gente, vamo acreditá.

Feliz Natal pra vocês.


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