segunda-feira, 10 de maio de 2010

Na expec

O cara que vendeu o apartamento para o cara que vendeu o apartamento pra mim tem que se mudar logo para que o cara que vendeu o apartamento pra mim também se mude e assim eu disponibilize meu antigo apartamento para o cara que comprou o apartamento de mim.

É um encadeamento centopéico. Se um num andar, ninguém anda.

Alimento débeis esperanças de que esse nó se desate a ponto de começarmos e terminarmos uma reforminha e a mão-de-obra de praxe antes da abertura da copa. Imagine, as chances de peão cumprir prazo durante o torneio, levando a tv de 14" pra obra, acertando o encanamento por engano na hora do gol do Brasil, etc, etc.

Eu sei como a mente do peão funciona.

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Em geral, sinto falta de, nas peças de Shakespeare, na última fala da última cena, no derradeiro discurso final antes que caia o pano, aquela observação arguta, ferina ou portentosa, ou uma daquelas metáforas elegantes que ele me acostumou mal ao longo de todo o texto. Sabem, aquele "tchans"?

Prontofalei.com.br. Evém pedra.

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Confissões nada literárias de um rabugento:

Mark Twain: o primeiro Luis Fernando Verissimo da América.

Crimes da Rua Morgue e o Assassinato de Mary Rogers: Poe devia tá de sacanagem, debochando da narrativa policial. Mas já havia o gênero na época?

Cartas a um Jovem Pateta, de Rilke: tirando a primeira carta, o resto é punheta.

A Ilha do Tesouro: será que ainda faria sucesso entre adolescentes contemporâneos? Possível, mas difícil. Menos chances teria o Médico e o Monstro, uma chatice.

Um comentário:

MegMarques disse...

Sem querer diminuir ninguém, mas se a comparação é inevitável: o LFV é o nosso último Mark Twain.

Tá iconoclasta hoje, hein?

mil beijos