segunda-feira, 24 de maio de 2010

The box is on the table

Chaves do novo apê, só na segunda. Enquanto isso, eu e minha bagulhada fizemos da casa da Meg algo próximo de um galpão ou depósito industrial. Há caixas por todos os lados, há caixas em tudo o que eu vejo.

* * *

Sei que estou pagando para fazerem isso. Mas não consigo ver os caras da mudança subindo e descendo com as coisas, suando em bicas de um andar para o outro e ficar parado de braços cruzados. Tanto na saída do meu apê quanto na chegada do apê da Meg, entro na onda e ajudo a carregar o que consigo. Até pra terminar logo.

No entanto, há controvérsias. Meg observou que eu deveria parar de fazer papel de peão e assumir o lugar de coordenador. Hmm. Será uma vez mais a manifestação do meu indômito espírito de pobre?

Ou o esprit du corps.

* * *

Almoço do domingo. As três gripadas, abaladas, debilitadas. Fui para a cozinha preparar o almoço: sopa. Julguei apropriado fazer um caldo bem nutritivo com carne e alguns leguminhos. Sentamos à mesa para a refeição. Ali estávamos nós: espacialmente espremidos, fisicamente oprimidos, sitiados por móveis extras trazidos na mudança, rodeados por caixas de papelão empilhadas, o frio presente lá fora e o vento sacudindo na janela; e eu - observando uma mãe doente e suas meninas fragilizadas, tomando suas colheradas de sopa entre tosses e espirros - vendo aquele cenário, pensei:

- É uma página de Dostoievski!

Pena. Não queria que o primeiro dia fosse assim.

Um comentário:

MegMarques disse...

hahahaha, podia ser uma página de Dickens também!

Mas acho que estamos mais para um episódio da família Trololó!