terça-feira, 18 de agosto de 2009

Disque M para matar

No inferno, certamente hão de haver incontáveis, inumeráveis, inimagináveis formas de se torturar, punir e impingir dor.

Já no Brasil, não resta a menor sombra de dúvida sobre aquele que é um dos mais cruéis, deploráveis, ignomiosos métodos de se castigar o pecador mais ordinário, reduzindo tudo o que porventura houvesse de bom e de generoso em sua alma a uma mera pilha de cinzas.

Sim: o telemarketing.

Não são só os operadores. São os chefes. Os supervisores. Os gerentes. O fluxograma. O sistema. Quem bolou o sistema.

É de uma imbecilidade de escorrer lágrimas. De doer, fisicamente.

Nunca fui o que se chame de um santo. Mas depender em vida dos serviços de telemarketing me desperta os desejos sombrios de querer ser, por breves momentos, sádica, terrível e deliciosamente demoníaco.

2 comentários:

MegMarques disse...

Eita, amore, que brabeza.
Tá tentando falar com qual das nossas imprestáveis prestadoras de serviços?

Rubão disse...

Faz diferença? O SAC (Serviço de Aporrinhamento do Consumidor) não é uma prerrogativa do cidadão ou um privilégio concedido pelas empresas. É mais que uma entidade, mais que uma instituição com vida própria: é um espanto de homogeneidade.

O desserviço prestado, seja onde for, é de uma eficácia aterrorizante.

Amore, estou tremendo com surtos conspiratórios alucinantes. Depressa, traga a colher pra desenrolar a língua.