quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pois não há trânsito igual a BH

Para quem é de Beagá. Catei lá no Nassif. Inclusive com um comentário tipo uiquilíquis.

O trânsito da região Metropolitana de BH

Por evandro condé de lima

Para sair um pouco dos problemas paulistanos.

Há dois domingos o grande jornal dos mineiros descobriu (em grande reportagem dominical) que o chamado Vetor Sul da região metropolitana não suporta mais o trânsito. Hoje em reportagem televisiva a Globo volta ao assunto.

Achei interessante pois era evidente há anos, que a especulação imobiliária iria arrasar com a região. A começar com aprovação (?) no governo Sérgio Ferrara, no apagar das luzes, da mudança da lei de uso e ocupação de solo para o bairro Belvedere. Como é região limítrofe do município de Nova Lima, para o mesmo tipo de permissividade se estender era questão de tempo (além da falta de visão , dindin rola, ou alguém tem dúvidas?).

Hoje temos os famosos pombais de classe média alta, sem serviço público adequado (escolas? postos médicos?, transporte público?áreas de lazer?), vias que não suporam o tráfego intenso, ausência de esgoto - sim, tudo fossa negra-, falta de sinergia entre as prefeituras ( se o povo de Sampa ver a alça de acesso principal iriam ter crise de riso, nós infelizmente temos de choro) e um shopping construído na década de 70 que só se amplia e atrai cada vez mais gente.

Temos agora os empresários da construção civil reunindo-se e querendo bancar a construção de uma alça viária para poder desafogar o trânsito. Interessante que não conseguiram antever a merda que aquilo iria se transformar (eles nada comentam sobre a ausência de esgoto, o poder público que se vire).

E veremos reuniões sendo feitas, estudos serão realizados tudo para permitir o melhor fluxo de automóveis. Melhoria do transporte público? Deixar o carro em casa? Tás brincando? Eu sou louco e leigo por acreditar que não há como suportar o crescimento do número de veículos com a estrutura existente.

Manisfestação do CREA, Sociedade Mineira de Engenheiros? Só em sonhos.

E nosos jornalistas simplemente documentando, incapazes de uma reportagem mais contundente para mostrar o que as construtoras estão fazendo - o mau gosto dos projetos já é gosto pessoal.

Paro por aqui, se não vou começar a apontar o que rola em outras áreas e não termino.

Em tempo, antes que falem que o Belvedere era um oásis para ricos (não vou negar) não se justifica acabar com o que era uma das regiões mais bonitas no nosso entorno.




Já comentei por aqui uma vez sobre esse assunto.

Um amigo meu, advogado do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de BH me afirmou categricamente há alguns anos que quem decide a política de Transporte Coletivo em BH não é o Prefeito, nem a Câmara de Vereadores (órgão absolutamente inútil nos nossos dias, em qualquer cidade) e muito menos a BHTrans - empresa municipal que cuida de trânsito e transporte na cidade.

Segundo esse meu amigo, o SITRANSP (acho que recentemente mudou a sigla) define até mesmo os itinerários e horários dos transportes (a população não é ouvida) e - pasmem! - até, de acordo com suas conveniências, que ruas ou trechos de ruas deverão ter mão única ou mão dupla. o Engenheiros da BHTrans apenas homologam as decisões.

As quase 900 linhas de ônibus em BH são operadas por pouco mais de uma centena de empresas que pertencem a menos de 20 grupos familiares (que se interligam também por casamentos - uma rede bem restrita).

O Metrô de BH tem 30 anos e não saiu da primeira linha. Nem mesmo a linha Barreiro (que, nos tempos do trem do subúrbio usei muitas vezes para ir e vir quando trabalhava na Mannesmann e que se estendia até Sabará, Nova Lima e Rio Acima) foi sequer começada - o leito está lá , era da Central do Brasil.

Pois esse meu amigo advogado me contou há mais de 10 anos o que ouviu dentro daquele sindicato. Que, se houvesse interesse em terminar o Metrô de BH e estendê-lo até Santa Luzia e o Aeroporto de Confins para o Norte e as cidades citadas acima, ao sul, era muito simples: criar-se uma empresa de economia mista entre a CBTU, a PBH e essas 12 ou 14 "famíglias" que detém o poder das empresas de ônibus.


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