sábado, 30 de abril de 2011

vamo dormir

Sim, sim. Deixe-me dormir.

Eu, que não durmo nada, e que espero provações dobradas.

Deixe, e, em adormecendo, não me acorde, não diga nada.

Que adormecer, verbo bonito, por si só se transforme no despertar.

Mundo, não é um favor que tu me fazes.

É um dever que tu me prestas.

Sim, sim. Deixe-me dormir.



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Roteiro - Parte V


22/5 - Siena

A enorme Piazza del Campo


Fora da época do Palio, a idéia é ir à Siena a bordo de um Fiat Panda.

Saindo de Florença, percorreremos as estradas e, quem sabe, as estradinhas da região. Parando onde apetecer. Será a hora de colocar à prova nosso arsenal de navegação: GPS (ainda não baixei o mapa da Itália, onde consigo isso pro modelo Navicity W30?), mapa rodoviário local, Guia Michelin, Google Maps e meu radar interno de morcegão.

Essa aí não tem cara de ter pedágio


Já vejo tudo: a 80 km/h, Rubão e Meg em ritmo de aventura

Dizem que Siena dispõe da mais bela praça medieval de toda a Itália. Veremos, e, imagino, não muito mais. Depois do corre-corre de Venezia, Firenze e, vá lá, Padova acho legal deixar um dia mais ou menos livre e desprogramado. Se estiver aberto, o Duomo de Siena é uma boa aposta. Mas, o que mais?


Você deve consumir a caloria de uns cinco sorvetes só de atravessar a praça

Se estiver aberto, não tem zebra : Duomo é visita certa

O certo é que nosso hotel é fora da cidade, um tal de Montaperti. Tudo indica que o lugar é bacana, com móveis de design arrojado, café generoso e piscina aquecida. Bom para gente esticar as pernas e relaxar. Um pouso, uma pausa.

Porque, na manhã seguinte, não tem perdão. A viagem pela Toscana abre espaço para o improviso, mas com pontos no roteiro assinalados.

Uno, devolução do carro em Pisa. Due, pernoitar em Riomaggiore - uma das Cinque Terre.

Escuto essa lenga todo santo dia

Hahahaha! Verissimo, na veia:


BUUU PARA O LULA!

Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.

- É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior – tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como se fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.

- A nova classe média nos descaracterizou?

- Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada…

- Buuu para o Lula, então?

- Buuu para o Lula!

- E buuu para o Fernando Henrique?

- Buuu para o… Como, “buuu para o Fernando Henrique”?!

- Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?

- Sim. Não. Quer dizer…

- Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.

- Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.

- Por quê?

- Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.

- Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?

- Acho, mas…

Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Roteiro - Parte IV


Florença - 18 a 22/5

Ponte Vecchio: comércio ativo sobre o rio dos eletrodomésticos


Quarta, 18:
Na cidade das artes, nosso roteiro tem ânsias demais e tempo de menos. O negócio é sair de Padova de manhã, chegar a Firenze e deixar as trouxas o mais rapidamente possível no hotel, perto da estação, para ainda aproveitar o dia. Embora com instalações modestas, nossa base de operações foi estrategicamente escolhida pela localização: dá pra rodar quase tudo a pé. O centro histórico concentra a maioria das atrações.

Depois de adquirir o Firenze Card, esperamos ir logo de cara ao Duomo, Batistério e Museo della Opera do Duomo. Eu queria subir ao topo da cúpula, são centenas de degraus. Vamos ver.

Duomo: visto de qualquer ponto de Florença

Viu?
Quinta, 19:

No dia seguinte, tocamos pra Galeria Ufizzi, que aguentar mais de um dia em Firenze sem ir lá seria demais para Meguinha. Se der, vamos dar um pulo no Museo Galileo, ali pertinho. A história das descobertas científicas me atraindo, mais uma vez. Acredito que por ali, entre uma e outra perambulação, a gente já vai poder ir manjando a Ponte Vecchio e a Piazza Signoria, museu a céu aberto.

Ufizzi em português quer dizer "office"

Meg diante de Boticelli: uma vênus admirando outra


Uma pena que o Corredor Vasariano estará fechado ao público. Seria sensacional percorrê-lo.

Sexta, 20:
Rumo à Academia ver Davi. Depois, almoço no mercado da cidade. À tarde, o Museu Bargello, que, dizem, em acervo só perde para o Ufizzi. E dá-lhe igrejaiada, perambulações e cambaleadas.


Sábado, 21:
Já estamos no último dia. Vamos à Sta. Maria Novella. De lá, Pallazo Piti. É projeto para um dia inteiro. Quanto a sorvetes, jantares, vinhos... estou deixando para me ocupar com isto lá. Dizem que Firenze é uma cidade cara; talvez façamos uma ou outra gracinha, mas o melhor é buscartrattorias fora do centro turístico. Até para provar o genuíno prato do dia a dia (caiu o hífen disto, certo?) do florentino.
O Pitti contém uma pancada de museus temáticos diferentes no mesmo local.
Acho que será impossível ver todos no mesmo dia

Santa Maria Novella, de Dias Gomes.

Dia 22, domingo, é dia de acordar cedo pra aventura. Retirar o carro alugado na Hertz, relativamente perto do hotel. E sair pelas estradas da Toscana, rumo à Siena e parando onde der na veneta.

Próximo capítulo: "Il tosco em Toscana".

Cão bom

Esses dias, amigo e a esposa foram pela primeira vez lá em casa.

O sujeito ama cachorro, tem três na casa onde mora, cada um de uma raça e um tamanho.

Pois, ao passar a tarde com o Nelson, tascou: - É o melhor cachorro que já conheci.

Baita elogio, hein, Nelson?


Foto meramente ilustrativa: não é o Nelson, mas é que nem


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Castigo merecido

O jogo era assim-assim, catimbado, pegado.

O Real abdicando de atacar com tudo, o Barcelona sem coadjuvantes à altura do Messi.

Quando o jogo ainda tava 0 x 0 e o Barça ficou com um jogador a mais, pensei: agora o jogo ficou no jeito pro Real Madrid.

Como assim, cara-pálida? Como no jeito, com o time merengue com dez em campo?

Ora, pela vantagem numérica, o toque e a posse de bola contumazes, o Barça vai pra cima. Agora é Mourinho tirar o Kaká do banco e só vai dar Real no contra-ataque, com as arrancadas do Kaká ao lado do C. Ronaldo.

Mas Mourinho não fez nada disto; esperou, esperou, até o Barça abrir o placar com Messi. Depois o bicho sacramentou com um golaço, mais um.

Bem feito. Quem mandou não botar o Kaká?

El classico

Até hoje, tudo leva a crer que Mourinho é um estrategista nato. Faz o que for preciso para vencer.

Ladino, matreiro, dissimulado... o português é bestial.

Já o Barça tá baleado. Das pernas, com trocentos desfalques, e talvez da cabeça. O Real Madrid vem, dos últimos embates, com uma postura superior. A impressão que se tem é que Mourinho e seus merengues conseguiram abrir uma fissura na até então inabalável confiança que o time catalão tinha, ou tem, de sua própria superioridade.

Lembremos: com a Inter de Milão no ano passado, ele foi o treinador que os eliminou da Champions League.

Mesmo em dificuldades, o Barça não parece disposto a abdicar de jogar o seu jogo (algo que Mourinho tranquilamente faria, sem piscar um olho) para obter um resultado favorável no Bernabeu. Diz Guardiola que seu clube não sabe fazer outra coisa senão jogar bonito, jogar pra vencer.

Eita! Isso era partida pra eu ficar doente em casa hoje a partir de 3 da tarde.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aniversário

Só pra não deixar passar batida a observação que agora me ocorreu:

A Revolução dos Cravos me trouxe uma Margarida.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A profecia

Dura, a vida de profeta. Fui vaticinar a fácil vitória do Ameriquinha de Tió-tió na última partida e o time tomou uma goleada.

Ê, Atlético. Foi resolver jogar bola logo contra o Ameriquinha, cujo título para o clube seria tudo, e para o Galo seria nada? Quando a gente precisa mesmo, vocês só jogam pedrinhas.

Mas isto não é o pior. O América já estava classificado. O pior é pegar em casa o Cruzeiro (melhor time da atualidade do Br) às 18h30! Ou seja, desfalcado de seu 12º jogador - o brilhante, o astro-rei, o Sol! Quem conhece meu Saara natal sabe que não exagero.

Jogar à noite em Teófilo Otoni é sacanagem. Tira nosso diferencial competitivo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

É vero!

Já ia me esquecendo de uma questão importantíssima, lembrado agora pelo comentário do cumpadre Leo: - o que devo fazer em Veneza caso encontre por lá o Diogo Mainardi?

Difícil, é preciso pensar. Distraidamente passar-lhe a perna para que tropece rumo a um banho nos canais? Entregar-lhe uma cópia do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros? Colar um decalque "Dilma Presidente" nas suas costas sem que ele perceba?

Decisões, decisões. Não quero ser mal-educado, mas também não sei o que fazer.

Na falta de orientação, talvez mire o comportamento de nossos melhores homens públicos. Porque é isso que inspira a massa ignara, o povo, os cidadãos a agir nos momentos difíceis. O exemplo vem de cima.

Como mostrou nosso grande governador, o senador Aécio Neves. Recusou-se a soprar o bafômetro (eu sei o que é isso, governador!), dirigindo com a carteira vencida (eu sei o que são esses despachantes e o serviço do Detran de Minas, governador!) um automóvel Pajero que, dizem agora, não consta no rol de bens declarados e que custa mais caro do que o imóvel em que reside no Rio - uma cobertura na exclusivíssima Lagoa Rodrigo de Freitas, declarada valendo 109 mil reais! 109 pratas, puxa, deve ter sido adquirida no Minha Casa, Minha Vida.

O episódio é de um didatismo cristalino. À justiça e aos homens de bem deste país não basta o discurso do comportamento ético. É preciso mostrar na prática ao brasileiro como é que se faz.



PS - Parece já haver explicação para os detalhes obscuros: o carro é da empresa dele e da irmã e o apê é declarado com o valor de compra de 1995.

domingo, 17 de abril de 2011

Roteiro - Parte III


Pádua - 17/5

Espero deixarmos Veneza por trem. Nosso hotel, convenientemente, é ao lado da estação ferroviária.

O hotel, pertim da estação

Uma viagem rápida, ao que consta. E a qual dedicaremos somente um dia.

Na Padova dos italianos, já reservamos nossa entrada para conhecer a Capela Degli Scrovegni, onde estão afrescos de mais 700 anos do Giotto, o tal que consideram ser um dos precursores da arte renascentista. Depois, descobriremos que emoção desperta a visita ao Palazzo della Ragione.


Capela Degli Scrovegni: não posso definir aquele azul



Um salão de 80 m2 no Pallazo Ragione

Depois, vamos acender uma vela pro santo português na Basílica, e percorrer ali pertinho, a circunferência da Prato della Vale, que dizem ser a maior da Europa, com 90 mil m2.

Basílica de Sto Antônio de Pádua, "Il Santo"

Do centro deste círculo, 78 estátuas vos contemplam

Momento cultural: Prato = Campo.
Sob o Império Romano, a Prato della Valle era chamada de Campo de Marte.

O resto é agenda livre. Há atrações como o Palazzo del Bo, da universidade que é das mais antigas do mundo, onde Copérnico e Galileu deram aula. As coleções arqueológicas do Museu Eremitani. O observatório astronômico La Specola - onde poderíamos especular importantes questões científicas, tipo, onde jantar. E o aristocrático Café Pedrocchi, aberto há mais de 200 anos, visita certa graças ao Padova Card que já adquirimos. Então, se desejarmos, é só verificar que lugares ou programas estarão disponíveis não só em horário, mas também em relação à nossa disposição.

Como dizem que o Café Pedrochi sempre foi reduto de artistas, estaremos em casa

O que sei é que, na manhã do dia 18, deixamos o Vêneto e seguimos viagem a bordo do trem rumo à Toscana. Consegui reservar os bilhetes pelo site da Trenitalia (dizem que às vezes o sistema funciona, outras não) com a promoção MINI - o que seria mais de 80 euros, pra duas pessoas, caiu para 50 e poucos. Bão tamém.

Próxima parada: Firenze. Infelizmente, o espaguete em Bologna vai ficar para a próxima.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Roteiro - Parte II


Veneza. 13 a 17/5.

Piazza San Marco: se a Europa fosse a casa de Bonaparte, aqui seria o living room


Continuando a série sobre a viagem à Itália.

Rezam os filósofos do Oriente, assim como luminares do Ocidente, que a sabedoria está no caminho do meio.

Fiando-me pela busca deste equilíbrio já há alguns anos, quando faço turismo, costumo bolar um pré-roteiro. Categorizo as atrações entre as que precisamos e as que gostaríamos de ver, além de deixar uma margem aberta para o improviso, o livre arbítrio, o inesperado.

Não sei se funcionará em Veneza. Cidade sui generis no mundo, com tanta coisa legal para ver, sentir, experimentar.

Mas, male-male, programei nossa estada assim:

Sexta 13 à noite, depois de 24 horas de viagem, chegamos. Disposição para ainda dar uma voltinha? Não sei, depende.

Daí em diante, eis o que gostaríamos/poderíamos - ia escrever visitar, mas, pensando melhor, o termo certo, o termo intenso e transcendente é outro - o que gostaríamos de descobrir.

Sábado 14:
- Primeira e inevitavelmente, Piazza San Marco, considerada por Napoleão (e Paris? e Paris?) o mais belo salão da Europa;

San Marco: pra sentar aí tem que ter din-din. Ou, chegada a conta, perguntar se aceita cu

- Os arredores de San Marco: Basílica, Palazzo Ducale, Libreria Sansoviniana e, se der tempo, o Museu Correr (nome é destino);
Palazzo Ducale: aqui os doges mandavam prender e soltar


Livraria Sansoviniana: bonitinha

Igreja Zanipolo = San Giovani + Paolo. Os veneziano come letra que nem aqui em Minas

- Chiesas San Zanipolo e Santa Maria dei Miracoli;

- Fechar o dia, quem sabe, com um chopinho que seja no carésimo Harry´s, onde Hemingway tomava seus pileques.

Per favore! Dois chopinho e um tomate com sal para dois!

Um dia de passeios somente a pé, todas as atrações próximas entre si e também do nosso hotel (cerca de 1 Km).

Domingo 15:
- Museu Guggenheim, para apreciar in loco Magritte, Dali, Picasso, Polock e o que mais pintar por ali;
O Guga, com obras tradicionais e eróticas
- Galeria della Academia;
- Campo Santa Margherita, em Dorsoduro (provável pausa para lanche ou almoço);

Ca´Rezzonico: não parece, mas cá dentro se encontram salões espetaculares

Só tem artista

Segunda 16:
- Ir à Stazione Sta Lucia comprar um bilhete de trem para Pádua?
- Ponte Rialto, uma das mais bonitas senão a mais bonita desta cidade de pontes, além de provar alguma comida ou fruta típica do mercado nas proximidades;


Tem coxinha? (homenagem a Rodrigão)


Ponte Rialto

- Santa Maria Gloriosa dei Frari, uma beleza de chiesa;
- Scuola Grande di San Rocco, reduto das obras de Tintoretto;
- San Pantalon, mais uma chiesa nas adjacências.

Sta. Maria Gloriosa dei Frari

- Museo di Storia Naturale, que não faz parte de nenhum roteiro tradicional de Veneza, mas eu insisto porque gostio de ciência, sou um entusiasta, apesar de não saber nada e não ser cientista;
- Passeio de vaporetto pelo Grande Canal;
- Passeio tipo estepe/se sobrar tempo: Murano - ir lá pra ver a indústria e o comércio de vidro.

Como disse, não sei se vai dar pra ver tudo. Não sei se dá pra seguir uma ordem. É só um guia preliminar, que divide nosso passeio por áreas da cidade onde as atrações se concentram. Podemos demorar mais num lugar e desistir do próximo, podemos mudar tudo de uma hora pra outra e fazer outra coisa, podemos simplesmente ficar de papo pro ar. Só dá pra saber lá na hora.

Ciao, Venezia

Terça 17, primeiras horas da manhã: Pádua!

Continua.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Roteiro - Parte I


Restando menos de 30 dias para nossa viagem à Itália, vou publicar uma pequena série a respeito. Nada, nada, é um modo de a parentada saber onde estaremos.

Meg é cidadã européia, conhece o continente; Portugale, Espanha, França e Inglaterra, acho. Já eu sou cabaço. Nenhum de nós conhece a Bota, de modo que será inédito para ambos.

Partimos 12 de maio, com voo de volta marcado para dia 2 de junho, regressando de Roma. Na ida, um pequeno périplo de escalas: BH-Lisboa-Roma-Veneza.



Veneza - 13/5 a 17/5


Segundo a TAP, chegaremos ao Aeroporto Marco Polo na sexta-feira 13, à noite, por volta de 21h. Se tudo correr bem, sem mala extraviada e sem maiores atrasos.


Talvez dê tempo de pegar um buteco aberto

O Aeroporto fica no continente. Entonces, já andei pesquisando sobre a forma mais barata entre as opções possíveis - ônibus, aquatáxi ou Alilaguna, uma espécie de busão náutico - para chegar à Veneza.

A alternativa mais em conta, ônibus, nos deixaria na Piazzale Roma, na entrada da cidade. Mas fica longe do nosso destino, do outro lado de Veneza, a Fondamenta Nuove. A gente então poderia pegar um Vaporetto. Só que, salvo engano, acho que o Vaporetto não funciona regularmente depois das 10 da noite.

Fondamenta Nuove: cartograficamente na crista do peixe

Táxi é muito caro. Acho que não sai por menos de 80 euros. Sucede que o meio a se apresentar mais viável acaba sendo o Alilaguna, linea blu - cerca de 12 euros cada. Pra alcançá-lo, a gente tem que sair do Aeroporto e caminhar um bocadinho até um píer próximo. Se tudo der certo, chegaremos ao Hotel Vecellio a... sei lá que horas. Provavelmente exaustos, mas felizes. Encantados com Veneza à noite e pressurosos para traçá-la de dia.

Continua.

Hotel Veccelio



Veneza, essa implausibilidade

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Puto

Chega. Já tolerei por tempo demais.

Dá pra aguentar muita coisa num condomínio.

Iago, não.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O timaço

Como somente eu previra, o time da minha cidade natal, a equipe movida a carne de sol, macaxeira e farinha da Bahia, o grande América do nordeste mineiro, chegou às semifinais do mineiro. Óbvio, óbvio.

E ontem já foi aquele fuzuê - comemorando o título moral de "campeão do interior". Nada a ver com salto alto, o teofilotonense é farrista mesmo. Tudo é motivo. Imagina então quando o América de Tió-tió for campeão? O povo de Nanuque endoida e o de Valadares se mata de inveja.
Vai ser uma festejo só, do Vale do Mucuri ao Sul da Bahia. De Itambacuri a Salvador.

Bichos-papões da capital, tremei. O dragão de sotaque arretado evém cum fome.

Cão bom


Enlouquecido, endiabrado e saltitante quando mostro a guia e pergunto "Vão passeá?", ele é o Nelsão.

Concentrado, farejador e xereta quando andamos pelas ruas e calçadas, ele é o Nelson.

Oferecido, curioso e lambedor quando se dá a apresentação a quaisquer desconhecidos, ou quando destrói vasos, plantas e o jardim de dona Meg, ele é Nelson Rodrigues.

E quando eu o deixo na sala enquanto tomo banho para ir trabalhar e, ao voltar, me deparo com o bicho do lado de fora de casa, já na escada de acesso ao quintal, no degrauzinho que ele se acostumou a ficar desde que sua casinha foi transferida lá pra baixo, aonde ele agora permanece em nossa ausência - ele, com o olhar mais triste do mundo, ciente de que a hora de deixá-lo sozinho havia chegado, e se posicionano lugar devido à espera de que eu feche o portão... nessas horas, ele é simplesmente Nelsinho.

Cão bom, cão bom.


Nelson e Mel

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Terrível

Me sinto inútil ao comentar o assunto Realengo. O imbecil lunático que matou crianças é uma criação destes nossos tempos.

No prego

O editorial do Mino Carta desta semana está, assim, exemplar. Uma obra de perícia pelo resumo da ópera, por ter ido ao ponto. Quem é Daniel Dantas. O que foi de verdade o "mensalão". Quem esteve envolvido. Quem até hoje está aí, impune, para achincalhar a república.

PS: Leitor de Época: você está sendo ludibriado. Além de detonar a credibilidade, contar a verdade distorcida ou pela metade é tão vil quanto uma mentira inteira.

Grande e feliz corruptor



Na festa de Carta-Capital do ano passado, realizada entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial para celebrar o aniversário da revista e entregar os troféus das Empresas Mais Admiradas no Brasil, na minha fala de boas-vindas aos convidados me atrevi a confrontar os governos Lula e FHC. E me coube constatar a verdade factual: o mensalão, como propina mensal a parlamentares variados, não foi provado. Um murmúrio estrondoso de desaprovação elevou-se da plateia e algumas pessoas deixaram precipitadamente o recinto.

Leitores, telespectadores e ouvintes da mídia nativa acreditam cegamente no mensalão na versão apresentada por editorialistas, colunistas e perdigueiros da informação. Não percebem que o crime cometido no episódio por larga porção do PT é tão grave quanto o seria o mensalão conforme a pretensa denúncia de Roberto Jef-ferson. Não é que este enredo chamusque apenas o partido, ustiona-o no grau mais elevado e deixa uma cicatriz irreversível.

Quem se entrega às fantasias do jornalismo pátrio não se dá conta de outro logro, sem falar de má-fé de muitos, inclusive alguns que se dizem de esquerda: o mensalão é um biombo desdobrado para encobrir a ação, continuada e infelizmente eficaz, do grande corruptor, o banqueiro Daniel Dantas.

Pergunto aos meus céticos botões por que a revista Época decidiu dissertar a respeito do relatório da Polícia Federal sobre o valerioduto e suas consequências. Gargalham sinistramente ao registrar o esforço insano da semanal da Globo para colocar na ribalta o chamado mensalão pretendido por seis anos a fio e para relegar a um brumoso bastidor a figura do banqueiro orelhudo do Opportunity.

Com quanta desfaçatez a mídia nativa manipule o noticiário é do conhecimento até do mundo mineral. A verdade factual é outra (e CartaCapital em vão a apresenta desde 2005) e soletra a seguinte situação: o dinheiro do Opportunity irriga a horta petista por intermédio do valerioduto sem que isto implique pagamentos mensais a parlamentares.

Dantas sempre soube quais as hortas a serem regadas, daí ter começado pela tucana à sombra de FHC, para ser premiado na hora das privatizações. Ao se concluir, o enredo encena um jantar com o presidente e príncipe dos sociólogos em 2002, destinado a traçar os caminhos do futuro. O banqueiro acabava de regressar de Cayman, onde guarda e põe a fermentar as contas secretas de inúmeros graúdos. No dia seguinte, FHC trocou as diretorias dos fundos de pensão, que até então eram entrave poderoso aos negócios dantescos.

O tucanato foi bom parceiro também no plano regional. O ensaio do caso nacional levantado pelas acusações de Jefferson deu-se, como se sabe, em Minas Gerais, quando do governo Azeredo. A bandalheira foi provinciana, contudo opulenta. De todo modo, há jantares e jantares. Significativo aquele de cardápio árabe servido na residência brasiliense do então senador do DEM Heráclito Fortes, em plena crise do mensalão. Confraternizaram no quibe e no charuto de uva Daniel Dantas, grande amigo do anfitrião, e o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, acompanhado pelos organizadores da tertúlia, os deputados José Eduardo Cardozo e Sigmaringa Seixas.

Mas quem se incomoda com isso? Quem se aventura a ilações aparentemente obrigatórias? E quem abre os olhos diante de uma estranha operação que levou Marcos Valério e, em oportunidades distintas, outras figuras do PT e do PTB, inclusive Delúbio Soares, a Lisboa quando Dantas quis vender a Telemig à Portugal Telecom? E quem se indigna se Gilmar Mendes solta no espaço de 24 horas dois habeas corpus para pôr em liberdade o banqueiro preso por obra da Satiagraha, e logo secundado pelo ministro Nelson Jobim, exige do presidente Lula, “chamado às falas”, o afastamento imediato do delegado Paulo Lacerda- da direção da Abin? Réu por ter colaborado com o delegado Protógenes para suprir a falta de apoio da própria PF entregue ao seu sucessor, Luiz Fernando Corrêa. E quem se surpreendeu ao saber que o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi à Itália como advogado de Dantas ainda no seu tempo de parlamentar para contribuir à tentativa, fracassada, de provar que quem iniciou a guerra dos grampos foi a Telecom Italia?

Intermináveis perguntas se escancaram em busca de esclarecimentos a respeito de outras tantas situações suspeitas, para usar um adjetivo brando. Mas, se há jantares e jantares, há ministros e ministros. O da Justiça à época da Satiagraha, Tarso Genro, telefonou no dia da primeira prisão de Dantas, logo de manhã para me dizer eufórico: “Viu o que a gente fez, prendemos o Dantas”. Aquela ligação até hoje me deixa boquiaberto. Talvez Genro estivesse a navegar na névoa, como um barco escocês ao largo de Aberdeen, em uma madrugada invernal, e sem apito. Sobra a evidência clamorosa: Dantas conhece a fundo os podres da República, e isso o torna, por ora pelo menos, invulnerável.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pois não há trânsito igual a BH

Para quem é de Beagá. Catei lá no Nassif. Inclusive com um comentário tipo uiquilíquis.

O trânsito da região Metropolitana de BH

Por evandro condé de lima

Para sair um pouco dos problemas paulistanos.

Há dois domingos o grande jornal dos mineiros descobriu (em grande reportagem dominical) que o chamado Vetor Sul da região metropolitana não suporta mais o trânsito. Hoje em reportagem televisiva a Globo volta ao assunto.

Achei interessante pois era evidente há anos, que a especulação imobiliária iria arrasar com a região. A começar com aprovação (?) no governo Sérgio Ferrara, no apagar das luzes, da mudança da lei de uso e ocupação de solo para o bairro Belvedere. Como é região limítrofe do município de Nova Lima, para o mesmo tipo de permissividade se estender era questão de tempo (além da falta de visão , dindin rola, ou alguém tem dúvidas?).

Hoje temos os famosos pombais de classe média alta, sem serviço público adequado (escolas? postos médicos?, transporte público?áreas de lazer?), vias que não suporam o tráfego intenso, ausência de esgoto - sim, tudo fossa negra-, falta de sinergia entre as prefeituras ( se o povo de Sampa ver a alça de acesso principal iriam ter crise de riso, nós infelizmente temos de choro) e um shopping construído na década de 70 que só se amplia e atrai cada vez mais gente.

Temos agora os empresários da construção civil reunindo-se e querendo bancar a construção de uma alça viária para poder desafogar o trânsito. Interessante que não conseguiram antever a merda que aquilo iria se transformar (eles nada comentam sobre a ausência de esgoto, o poder público que se vire).

E veremos reuniões sendo feitas, estudos serão realizados tudo para permitir o melhor fluxo de automóveis. Melhoria do transporte público? Deixar o carro em casa? Tás brincando? Eu sou louco e leigo por acreditar que não há como suportar o crescimento do número de veículos com a estrutura existente.

Manisfestação do CREA, Sociedade Mineira de Engenheiros? Só em sonhos.

E nosos jornalistas simplemente documentando, incapazes de uma reportagem mais contundente para mostrar o que as construtoras estão fazendo - o mau gosto dos projetos já é gosto pessoal.

Paro por aqui, se não vou começar a apontar o que rola em outras áreas e não termino.

Em tempo, antes que falem que o Belvedere era um oásis para ricos (não vou negar) não se justifica acabar com o que era uma das regiões mais bonitas no nosso entorno.




Já comentei por aqui uma vez sobre esse assunto.

Um amigo meu, advogado do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de BH me afirmou categricamente há alguns anos que quem decide a política de Transporte Coletivo em BH não é o Prefeito, nem a Câmara de Vereadores (órgão absolutamente inútil nos nossos dias, em qualquer cidade) e muito menos a BHTrans - empresa municipal que cuida de trânsito e transporte na cidade.

Segundo esse meu amigo, o SITRANSP (acho que recentemente mudou a sigla) define até mesmo os itinerários e horários dos transportes (a população não é ouvida) e - pasmem! - até, de acordo com suas conveniências, que ruas ou trechos de ruas deverão ter mão única ou mão dupla. o Engenheiros da BHTrans apenas homologam as decisões.

As quase 900 linhas de ônibus em BH são operadas por pouco mais de uma centena de empresas que pertencem a menos de 20 grupos familiares (que se interligam também por casamentos - uma rede bem restrita).

O Metrô de BH tem 30 anos e não saiu da primeira linha. Nem mesmo a linha Barreiro (que, nos tempos do trem do subúrbio usei muitas vezes para ir e vir quando trabalhava na Mannesmann e que se estendia até Sabará, Nova Lima e Rio Acima) foi sequer começada - o leito está lá , era da Central do Brasil.

Pois esse meu amigo advogado me contou há mais de 10 anos o que ouviu dentro daquele sindicato. Que, se houvesse interesse em terminar o Metrô de BH e estendê-lo até Santa Luzia e o Aeroporto de Confins para o Norte e as cidades citadas acima, ao sul, era muito simples: criar-se uma empresa de economia mista entre a CBTU, a PBH e essas 12 ou 14 "famíglias" que detém o poder das empresas de ônibus.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

A bença

Queridos.

Meguinha e vosso criado finalmente marcaram a cerimônia no religioso. Está convidado quem quiser vir dar pessoalmente a bença aos nubentes, no dia 7 de maio próximo.

O endereço, dou depois, privadamente. Vai que eu falo aqui e aparece um monte de barbudo, ex da Dra, ou uma horda de viúvas raivosas do meu passado, só pra avacalhar.

Como não haverá festa, estarei recebendo bago de arroz e os "Pedala-Robinho" no próprio local.

Grato,

r

Vergonha

Meu sogro português é que tem razão: a justiça brasileira(1) é um câncer(2).

Vai cobrar cidadania de neguim, como? Vai cobrar honestidade do sujeito, como? Vai dar lição no zé das couves, dizendo pra ele não roubar e não ser criminoso, como?

Que moral tem um magistrado pra me, nos, dirigir a palavra ou chamar a atenção?

Aqui, ser livre é ser rico, ser rico é ser impune.


terça-feira, 5 de abril de 2011

Ventríloquo

Não conheço o cara - Joesley Batista, mas é como se ele colocasse na minha fala o que vivo dizendo aos colegas no trabalho e aos compadres no serão extra dos botecos.

Catei lá do Nassif. Grifos meus:

Por falar em desenvolvimento, no mínimo interessante a entrevista que o Diário Catarinense publicou com o presidente do Conselho de Administração do Grupo JBS.

Sua sinceridade e simplicidade, e competência dos que constroem empresas e nações, joga no chão a cantinela chorosa de oposicionistas da direita inconformada e a imprensa monopolista que os apóiam, a respeito dos impostos altos, da falta de infraestrutura, do governo, etc.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3261382.xml&template=3898.dwt&edition=16810&section=129

Segue o teor da entrevista:

Diário Catarinense – Quando esteve no Brasil, o presidente Barack Obama disse que somos o país do presente, não do futuro. Esse futuro já chegou aos negócios?

Joesley Batista – Nós operamos em vários mercados emergentes e não tem nenhum que se compare ao Brasil. Somos o emergente mais ocidental, mais capitalista e mais regulamentado entre todos. É o mais “Primeiro Mundo” dos países do Bric (Brasil, China, Índia e Rússia). Os outros têm enormes desafios institucionais, de governança, de consolidação da democracia. Estamos quilômetros à frente deles.

DC – Então, por que a sua empresa aposta tanto nos EUA?

Joseley – Nós temos uma melhor percepção sobre a economia americana comparada com a média de mercado. Por isso, chegamos a 25% do mercado de carne bovina lá, além de 12% da carne de porco e 22% do frango. Apostamos muito nos EUA porque acreditamos que seremos, nós e eles, o celeiro do mundo daqui para a frente. Brasil e EUA são as duas plataformas com mais condições de dar a resposta necessária à demanda mundial por proteína. A food inflation (inflação da comida), que faz os preços subirem no mundo todo, se dá justamente pela demanda. E quem tem água, sol e terra são Brasil e EUA.

DC – Quais reformas o Brasil precisa fazer para confirmar esse novo patamar? O que nos falta?

Joesley – Não falta nada. Estamos cada dia mais produtivos. A economia está crescendo 7% ao ano, a ponto de o governo ter de segurar. Hoje, estamos sofrendo de todos os bons problemas que uma economia pode sofrer. Está faltando aeroporto, está faltando estrada. Por quê? Porque temos movimento.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Do que se trata

Não caia na lábia sobre a Líbia. Desligue a TV na hora do Jornal Nacional.

Da Folha

Guerra na África é nova corrida imperialista, diz Fiori

ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO

A guerra na Líbia faz parte de uma nova corrida imperialista que vai se aprofundar, diz José Luís Fiori, coordenador do programa de pós-graduação em economia política internacional da UFRJ. Para ele, potências disputam recursos estratégicos na África, mas os conflitos não têm a ver apenas com o petróleo. Nesta entrevista, Fiori fala também sobre o poder dos EUA, que ele enxerga vivendo uma crise se crescimento. A seguir a íntegra da entrevista.

Folha -Como o sr. analisa a guerra na Líbia?

*José Luís Fiori-" É evidente que não se trata de uma discussão sobre o direito a vida dos líbios, ou sobre os chamados direitos humanos, e menos ainda, sobre democracia. Nesta, como em todas as demais intervenções deste tipo, de europeus e dos EUA, feitas neste último século, jamais se esclarece a questão central de quem tem o direito de julgar e arbitrar a existência ou não de desrespeito aos direitos humanos em algum país em particular, e quem determina o lugar em que a "comunidade internacional" deve ou não intervir para defender vidas e direitos. Com relação a quem arbitra, são sempre os mesmos países que Samuel Huntington chamou de "diretório militar" do mundo, ou seja, EUA, Inglaterra e França. E, com relação aos critérios da arbitragem, é óbvio que este diretório jamais intervém contra um país, ou contra um governante aliado, por mais autoritário e anti-democrático que ele seja, e por mais que ele desrespeite os direitos defendidos pelos europeus e pelos norte-americanos. Independentemente do que se pense sobre o fundamento e a universalidade dos direitos humanos, não há a menor dúvida que, do ponto de vista das relações entre os Estados dentro do sistema mundial, eles sempre são esgrimidos e utilizados como instrumento de legitimação das decisões geopolíticas e geo-economicas das grandes potencias. Por isto, as decisões sobre este assunto nos foros internacionais são sempre políticas e instrumentais e variam segundo a vontade e segundo os interesses estratégicos destas grandes potências.


Para continuar lendo a entrevista, clique aqui.