sábado, 30 de abril de 2011
vamo dormir
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Roteiro - Parte V
Escuto essa lenga todo santo dia
BUUU PARA O LULA!
Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.
- É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior – tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como se fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.
- A nova classe média nos descaracterizou?
- Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada…
- Buuu para o Lula, então?
- Buuu para o Lula!
- E buuu para o Fernando Henrique?
- Buuu para o… Como, “buuu para o Fernando Henrique”?!
- Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?
- Sim. Não. Quer dizer…
- Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.
- Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.
- Por quê?
- Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.
- Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?
- Acho, mas…
Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Roteiro - Parte IV
Acho que será impossível ver todos no mesmo dia
Cão bom
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Castigo merecido
El classico
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Aniversário
terça-feira, 19 de abril de 2011
A profecia
segunda-feira, 18 de abril de 2011
É vero!
domingo, 17 de abril de 2011
Roteiro - Parte III
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Roteiro - Parte II
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Roteiro - Parte I
quarta-feira, 13 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O timaço
Cão bom
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Terrível
No prego
Grande e feliz corruptor
Mino CartaNa festa de Carta-Capital do ano passado, realizada entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial para celebrar o aniversário da revista e entregar os troféus das Empresas Mais Admiradas no Brasil, na minha fala de boas-vindas aos convidados me atrevi a confrontar os governos Lula e FHC. E me coube constatar a verdade factual: o mensalão, como propina mensal a parlamentares variados, não foi provado. Um murmúrio estrondoso de desaprovação elevou-se da plateia e algumas pessoas deixaram precipitadamente o recinto.
Leitores, telespectadores e ouvintes da mídia nativa acreditam cegamente no mensalão na versão apresentada por editorialistas, colunistas e perdigueiros da informação. Não percebem que o crime cometido no episódio por larga porção do PT é tão grave quanto o seria o mensalão conforme a pretensa denúncia de Roberto Jef-ferson. Não é que este enredo chamusque apenas o partido, ustiona-o no grau mais elevado e deixa uma cicatriz irreversível.
Quem se entrega às fantasias do jornalismo pátrio não se dá conta de outro logro, sem falar de má-fé de muitos, inclusive alguns que se dizem de esquerda: o mensalão é um biombo desdobrado para encobrir a ação, continuada e infelizmente eficaz, do grande corruptor, o banqueiro Daniel Dantas.
Pergunto aos meus céticos botões por que a revista Época decidiu dissertar a respeito do relatório da Polícia Federal sobre o valerioduto e suas consequências. Gargalham sinistramente ao registrar o esforço insano da semanal da Globo para colocar na ribalta o chamado mensalão pretendido por seis anos a fio e para relegar a um brumoso bastidor a figura do banqueiro orelhudo do Opportunity.
Com quanta desfaçatez a mídia nativa manipule o noticiário é do conhecimento até do mundo mineral. A verdade factual é outra (e CartaCapital em vão a apresenta desde 2005) e soletra a seguinte situação: o dinheiro do Opportunity irriga a horta petista por intermédio do valerioduto sem que isto implique pagamentos mensais a parlamentares.
Dantas sempre soube quais as hortas a serem regadas, daí ter começado pela tucana à sombra de FHC, para ser premiado na hora das privatizações. Ao se concluir, o enredo encena um jantar com o presidente e príncipe dos sociólogos em 2002, destinado a traçar os caminhos do futuro. O banqueiro acabava de regressar de Cayman, onde guarda e põe a fermentar as contas secretas de inúmeros graúdos. No dia seguinte, FHC trocou as diretorias dos fundos de pensão, que até então eram entrave poderoso aos negócios dantescos.
O tucanato foi bom parceiro também no plano regional. O ensaio do caso nacional levantado pelas acusações de Jefferson deu-se, como se sabe, em Minas Gerais, quando do governo Azeredo. A bandalheira foi provinciana, contudo opulenta. De todo modo, há jantares e jantares. Significativo aquele de cardápio árabe servido na residência brasiliense do então senador do DEM Heráclito Fortes, em plena crise do mensalão. Confraternizaram no quibe e no charuto de uva Daniel Dantas, grande amigo do anfitrião, e o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, acompanhado pelos organizadores da tertúlia, os deputados José Eduardo Cardozo e Sigmaringa Seixas.
Mas quem se incomoda com isso? Quem se aventura a ilações aparentemente obrigatórias? E quem abre os olhos diante de uma estranha operação que levou Marcos Valério e, em oportunidades distintas, outras figuras do PT e do PTB, inclusive Delúbio Soares, a Lisboa quando Dantas quis vender a Telemig à Portugal Telecom? E quem se indigna se Gilmar Mendes solta no espaço de 24 horas dois habeas corpus para pôr em liberdade o banqueiro preso por obra da Satiagraha, e logo secundado pelo ministro Nelson Jobim, exige do presidente Lula, “chamado às falas”, o afastamento imediato do delegado Paulo Lacerda- da direção da Abin? Réu por ter colaborado com o delegado Protógenes para suprir a falta de apoio da própria PF entregue ao seu sucessor, Luiz Fernando Corrêa. E quem se surpreendeu ao saber que o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi à Itália como advogado de Dantas ainda no seu tempo de parlamentar para contribuir à tentativa, fracassada, de provar que quem iniciou a guerra dos grampos foi a Telecom Italia?
Intermináveis perguntas se escancaram em busca de esclarecimentos a respeito de outras tantas situações suspeitas, para usar um adjetivo brando. Mas, se há jantares e jantares, há ministros e ministros. O da Justiça à época da Satiagraha, Tarso Genro, telefonou no dia da primeira prisão de Dantas, logo de manhã para me dizer eufórico: “Viu o que a gente fez, prendemos o Dantas”. Aquela ligação até hoje me deixa boquiaberto. Talvez Genro estivesse a navegar na névoa, como um barco escocês ao largo de Aberdeen, em uma madrugada invernal, e sem apito. Sobra a evidência clamorosa: Dantas conhece a fundo os podres da República, e isso o torna, por ora pelo menos, invulnerável.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Pois não há trânsito igual a BH
Por evandro condé de lima
Para sair um pouco dos problemas paulistanos.
Há dois domingos o grande jornal dos mineiros descobriu (em grande reportagem dominical) que o chamado Vetor Sul da região metropolitana não suporta mais o trânsito. Hoje em reportagem televisiva a Globo volta ao assunto.
Achei interessante pois era evidente há anos, que a especulação imobiliária iria arrasar com a região. A começar com aprovação (?) no governo Sérgio Ferrara, no apagar das luzes, da mudança da lei de uso e ocupação de solo para o bairro Belvedere. Como é região limítrofe do município de Nova Lima, para o mesmo tipo de permissividade se estender era questão de tempo (além da falta de visão , dindin rola, ou alguém tem dúvidas?).
Hoje temos os famosos pombais de classe média alta, sem serviço público adequado (escolas? postos médicos?, transporte público?áreas de lazer?), vias que não suporam o tráfego intenso, ausência de esgoto - sim, tudo fossa negra-, falta de sinergia entre as prefeituras ( se o povo de Sampa ver a alça de acesso principal iriam ter crise de riso, nós infelizmente temos de choro) e um shopping construído na década de 70 que só se amplia e atrai cada vez mais gente.Temos agora os empresários da construção civil reunindo-se e querendo bancar a construção de uma alça viária para poder desafogar o trânsito. Interessante que não conseguiram antever a merda que aquilo iria se transformar (eles nada comentam sobre a ausência de esgoto, o poder público que se vire).
E veremos reuniões sendo feitas, estudos serão realizados tudo para permitir o melhor fluxo de automóveis. Melhoria do transporte público? Deixar o carro em casa? Tás brincando? Eu sou louco e leigo por acreditar que não há como suportar o crescimento do número de veículos com a estrutura existente.
Manisfestação do CREA, Sociedade Mineira de Engenheiros? Só em sonhos.
E nosos jornalistas simplemente documentando, incapazes de uma reportagem mais contundente para mostrar o que as construtoras estão fazendo - o mau gosto dos projetos já é gosto pessoal.
Paro por aqui, se não vou começar a apontar o que rola em outras áreas e não termino.
Em tempo, antes que falem que o Belvedere era um oásis para ricos (não vou negar) não se justifica acabar com o que era uma das regiões mais bonitas no nosso entorno.
Já comentei por aqui uma vez sobre esse assunto.
Um amigo meu, advogado do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de BH me afirmou categricamente há alguns anos que quem decide a política de Transporte Coletivo em BH não é o Prefeito, nem a Câmara de Vereadores (órgão absolutamente inútil nos nossos dias, em qualquer cidade) e muito menos a BHTrans - empresa municipal que cuida de trânsito e transporte na cidade.
Segundo esse meu amigo, o SITRANSP (acho que recentemente mudou a sigla) define até mesmo os itinerários e horários dos transportes (a população não é ouvida) e - pasmem! - até, de acordo com suas conveniências, que ruas ou trechos de ruas deverão ter mão única ou mão dupla. o Engenheiros da BHTrans apenas homologam as decisões.
As quase 900 linhas de ônibus em BH são operadas por pouco mais de uma centena de empresas que pertencem a menos de 20 grupos familiares (que se interligam também por casamentos - uma rede bem restrita).
O Metrô de BH tem 30 anos e não saiu da primeira linha. Nem mesmo a linha Barreiro (que, nos tempos do trem do subúrbio usei muitas vezes para ir e vir quando trabalhava na Mannesmann e que se estendia até Sabará, Nova Lima e Rio Acima) foi sequer começada - o leito está lá , era da Central do Brasil.
Pois esse meu amigo advogado me contou há mais de 10 anos o que ouviu dentro daquele sindicato. Que, se houvesse interesse em terminar o Metrô de BH e estendê-lo até Santa Luzia e o Aeroporto de Confins para o Norte e as cidades citadas acima, ao sul, era muito simples: criar-se uma empresa de economia mista entre a CBTU, a PBH e essas 12 ou 14 "famíglias" que detém o poder das empresas de ônibus.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
A bença
Vergonha
terça-feira, 5 de abril de 2011
Ventríloquo
Por falar em desenvolvimento, no mínimo interessante a entrevista que o Diário Catarinense publicou com o presidente do Conselho de Administração do Grupo JBS.
Sua sinceridade e simplicidade, e competência dos que constroem empresas e nações, joga no chão a cantinela chorosa de oposicionistas da direita inconformada e a imprensa monopolista que os apóiam, a respeito dos impostos altos, da falta de infraestrutura, do governo, etc.
Segue o teor da entrevista:
Diário Catarinense – Quando esteve no Brasil, o presidente Barack Obama disse que somos o país do presente, não do futuro. Esse futuro já chegou aos negócios?
Joesley Batista – Nós operamos em vários mercados emergentes e não tem nenhum que se compare ao Brasil. Somos o emergente mais ocidental, mais capitalista e mais regulamentado entre todos. É o mais “Primeiro Mundo” dos países do Bric (Brasil, China, Índia e Rússia). Os outros têm enormes desafios institucionais, de governança, de consolidação da democracia. Estamos quilômetros à frente deles.
DC – Então, por que a sua empresa aposta tanto nos EUA?Joseley – Nós temos uma melhor percepção sobre a economia americana comparada com a média de mercado. Por isso, chegamos a 25% do mercado de carne bovina lá, além de 12% da carne de porco e 22% do frango. Apostamos muito nos EUA porque acreditamos que seremos, nós e eles, o celeiro do mundo daqui para a frente. Brasil e EUA são as duas plataformas com mais condições de dar a resposta necessária à demanda mundial por proteína. A food inflation (inflação da comida), que faz os preços subirem no mundo todo, se dá justamente pela demanda. E quem tem água, sol e terra são Brasil e EUA.
DC – Quais reformas o Brasil precisa fazer para confirmar esse novo patamar? O que nos falta?
Joesley – Não falta nada. Estamos cada dia mais produtivos. A economia está crescendo 7% ao ano, a ponto de o governo ter de segurar. Hoje, estamos sofrendo de todos os bons problemas que uma economia pode sofrer. Está faltando aeroporto, está faltando estrada. Por quê? Porque temos movimento.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Do que se trata
Da Folha
Guerra na África é nova corrida imperialista, diz Fiori
ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO
A guerra na Líbia faz parte de uma nova corrida imperialista que vai se aprofundar, diz José Luís Fiori, coordenador do programa de pós-graduação em economia política internacional da UFRJ. Para ele, potências disputam recursos estratégicos na África, mas os conflitos não têm a ver apenas com o petróleo. Nesta entrevista, Fiori fala também sobre o poder dos EUA, que ele enxerga vivendo uma crise se crescimento. A seguir a íntegra da entrevista.
Folha -Como o sr. analisa a guerra na Líbia?
*José Luís Fiori-" É evidente que não se trata de uma discussão sobre o direito a vida dos líbios, ou sobre os chamados direitos humanos, e menos ainda, sobre democracia. Nesta, como em todas as demais intervenções deste tipo, de europeus e dos EUA, feitas neste último século, jamais se esclarece a questão central de quem tem o direito de julgar e arbitrar a existência ou não de desrespeito aos direitos humanos em algum país em particular, e quem determina o lugar em que a "comunidade internacional" deve ou não intervir para defender vidas e direitos. Com relação a quem arbitra, são sempre os mesmos países que Samuel Huntington chamou de "diretório militar" do mundo, ou seja, EUA, Inglaterra e França. E, com relação aos critérios da arbitragem, é óbvio que este diretório jamais intervém contra um país, ou contra um governante aliado, por mais autoritário e anti-democrático que ele seja, e por mais que ele desrespeite os direitos defendidos pelos europeus e pelos norte-americanos. Independentemente do que se pense sobre o fundamento e a universalidade dos direitos humanos, não há a menor dúvida que, do ponto de vista das relações entre os Estados dentro do sistema mundial, eles sempre são esgrimidos e utilizados como instrumento de legitimação das decisões geopolíticas e geo-economicas das grandes potencias. Por isto, as decisões sobre este assunto nos foros internacionais são sempre políticas e instrumentais e variam segundo a vontade e segundo os interesses estratégicos destas grandes potências.
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